UMA TEOPOÉTICA DO ÍNFIMO: A EXPERIÊNCIA DO SAGRADO NA POESIA DE MANOEL DE BARROS

• Autor(a) principal: Ludvichak, Dílvia dos Santos
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Metodista
• Texto Completo: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/2098
• topic: Teopoética; Manoel de Barros; Poesia; Literatura; Sagrado; Theopoetics; Manoel de Barros; Poetry; Literature; Sacred; CIENCIAS HUMANAS

O presente trabalho realiza um estudo de alguns poemas do poeta brasileiro Manoel de Barros e sua possível contribuição para o avanço das reflexões no campo da Teopoética. Nosso ponto de partida será o caminho percorrido pela religião e o desmedido cuidado que, por meio da Teologia, ofereceu ao longo da história à humanidade, e no reconhecimento das fragilidades, para chegar às contingências e às contribuições que a Literatura e, de modo muito especial, a poesia pode evocar. Nossa hipótese principal é a de que a Literatura, ao margear as inconcretudes existenciais, assim como a Teologia, tem algo a dizer, e que juntas, podem tocar o chão da vida humana, desprendida de sua finitude. Quando a Teologia Cristã aponta para um Jesus humanizado, revelado na experiência humana, e a Literatura, em sua forma, expressa e desnuda, por meio das palavras e da imagem poética, esta mesma experiência, ambas as ciências já operam juntas, borrando as fronteiras de uma e outra, em atitude de completude. Para tal discussão, este trabalho embasou-se especialmente nos textos teóricos de autores como: Karl-Josef Kuschel (1999), Octavio Paz (2014), Gaston Bachelard (2009), Antônio Manzatto (1994) e Rubem Alves (1974, 1979, 1995). Nessa perspectiva, deseja-se que esta pesquisa seja conduzida, levando a perceber sinais de experimentos transcendentais no projeto estético do poeta Manoel de Barros à medida que sobreleva um ser humano inerente, como que por um cordão umbilical, à natureza — primeira casa — com a linguagem, com as imagens, com a infância, em seu permanente devir, lugar do sagrado, num convite despretensioso para tanger o transcendente, não estático, não adulterado, não dissociado da vida. Nessa perspectiva, Literatura e Teologia podem ser aliadas, e a existência humana sai mais fortalecida, porque é melhor amparada.