VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A HISTÓRIA DESSA REALIDADE NA REGIÃO DO GRANDE ABC-SP

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CARAVIERI, LÍGIA MARIA VEZZARO
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da Metodista
Texto Completo: http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1926
Resumo: A violência é uma grave violação de direito de crianças e adolescentes e embora o Brasil tenha uma legislação que garanta a proteção integral desse segmento da população, é possível identificar-se reiteradas violações desses direitos. Assim, este estudo teve como objetivos descrever e analisar o perfil sociodemográfico das crianças e adolescentes vítimas de violência na Região do Grande ABCD-SP, relacionando-o com o desenvolvimento histórico das políticas públicas que compõem o Sistema de Garantia de Direitos. Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, tendo sido utilizados princípios metodológicos da pesquisa descritiva e bibliográfica. A amostra foi composta por 1559 prontuários referente a 2470 crianças e adolescentes, com idades de 0 a 18 anos incompletos, vítimas de violência, atendidas pelo Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD, atual Ficar de Bem – CRAMI, no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2017. Os dados obtidos foram sistematizados estatisticamente e descritos por meio de frequências e percentuais, utilizando como nível de significância de 0,05, o qual equivale a uma confiança de 95%. Os resultados indicaram que a violência física predominou entre as crianças e adolescentes pesquisadas (57,7%), seguida da negligência (37,8%). Houve um equilíbrio referente ao sexo das vítimas, exceção aos casos de violência sexual, com 77,9% das vítimas do sexo feminino. A maior incidência das vítimas foi na faixa etária inferior a 7 anos (39,1%), seguida pela faixa dos 8 anos aos 11 anos (34%) e adolescência (26,9%). Os resultados apontam ainda que a mãe foi identificada como a principal agente agressora nas violências física (41,6%) e psicológica (32%), seguida pelo pai, sendo 29,3% e 29,4% respectivamente. O pai predominou como agente agressor nos casos de violência sexual (25,9%), seguido pelo padrasto (20,1%). Nas ocorrências de negligência, a mãe predominou como a maior agente violadora, seja considerando quando agiu sozinha (66,6%) ou com o pai da criança ou adolescente (21,9%). Os homens prevalecem como autores da violência na violência sexual (91,8%). Diante deste cenário, é importante que os indicadores epidemiológicos fornecidos pelas notificações e analisados na presente pesquisa, não sejam percebidos apenas como dados estatísticos, mas como um recurso que subsidie a implementação de Políticas Públicas que assegurem a proteção e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. A participação da Psicologia nesse processo deve ocorrer em uma perspectiva interdisciplinar, que considere o aspecto subjetivo das diferentes formas de organização social, fazendo uso das Políticas Públicas como estratégia coletiva para a transformação social.
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Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, tendo sido utilizados princípios metodológicos da pesquisa descritiva e bibliográfica. A amostra foi composta por 1559 prontuários referente a 2470 crianças e adolescentes, com idades de 0 a 18 anos incompletos, vítimas de violência, atendidas pelo Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD, atual Ficar de Bem – CRAMI, no período de janeiro de 1993 a dezembro de 2017. Os dados obtidos foram sistematizados estatisticamente e descritos por meio de frequências e percentuais, utilizando como nível de significância de 0,05, o qual equivale a uma confiança de 95%. Os resultados indicaram que a violência física predominou entre as crianças e adolescentes pesquisadas (57,7%), seguida da negligência (37,8%). Houve um equilíbrio referente ao sexo das vítimas, exceção aos casos de violência sexual, com 77,9% das vítimas do sexo feminino. A maior incidência das vítimas foi na faixa etária inferior a 7 anos (39,1%), seguida pela faixa dos 8 anos aos 11 anos (34%) e adolescência (26,9%). Os resultados apontam ainda que a mãe foi identificada como a principal agente agressora nas violências física (41,6%) e psicológica (32%), seguida pelo pai, sendo 29,3% e 29,4% respectivamente. O pai predominou como agente agressor nos casos de violência sexual (25,9%), seguido pelo padrasto (20,1%). Nas ocorrências de negligência, a mãe predominou como a maior agente violadora, seja considerando quando agiu sozinha (66,6%) ou com o pai da criança ou adolescente (21,9%). Os homens prevalecem como autores da violência na violência sexual (91,8%). Diante deste cenário, é importante que os indicadores epidemiológicos fornecidos pelas notificações e analisados na presente pesquisa, não sejam percebidos apenas como dados estatísticos, mas como um recurso que subsidie a implementação de Políticas Públicas que assegurem a proteção e o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes. A participação da Psicologia nesse processo deve ocorrer em uma perspectiva interdisciplinar, que considere o aspecto subjetivo das diferentes formas de organização social, fazendo uso das Políticas Públicas como estratégia coletiva para a transformação social.Violence is a serious violation of the rights of children and teenagers, and although Brazilian legislation guarantees their full protection, this demographic continues to suffer repeated violations of their rights. Thus, the objective of this study is to describe and analyse the socio-demographic profile of children subjected to violence in the Great ABCD region, in the State São Paulo, relating their profiles with the historical evolution of the public policies that make up the System of Guarantee of Rights. The research is epidemiological, utilising methodological principles from descriptive and bibliographical research. The sample consisted of 1559 records of 2470 children and teenagers (ranging from zero to nearly 18 year olds) victims of violence assisted by the Regional Centre of Child Abuse Awareness in the ABCD region (CRAMI), currently called Ficar de Bem – CRAMI, between January 1993 and December 2017. The gathered data was statistically organised and described with frequencies and percentages, with a reliance rate of 95%. The results showed that physical violence was present in the majority of cases (57.7%), followed by negligence (37.8%). Regarding the sex of the victims, there was a certain equilibrium in the rates of violence, with the exception of sexual abuse rates, in which 77.9% of victims were female. Most victims were younger than seven years old (39.1%), the second largest group being between the ages of eight and eleven (34%), with teenagers coming in last (26.9%). The results also showed that mothers are the main perpetrators of physical (41.6%) and psychological (32%) violence, followed by fathers, showing respective rates of 29.3% and 29.4%. In cases of sexual violence the great majority of abusers were men (91.8%), fathers being the most frequent culprits (25.9%), followed by stepfathers (20.1%). In cases of negligence mothers were to blame for most violations, either acting alone (66.6%) or sharing the blame with the youth’s father (21.9%). Given this scenario, it is important that the epidemiological indicators analysed in this research are not perceived only as statistical data, but as a resource that can subsidize the implementation of public policies that ensure the protection and integral development of children and teenagers. The application of psychology in this process must occur in an interdisciplinary manner, considering the subjective aspects of the different forms of social organization and using Public Policies as a collective strategy for social change.Universidade Metodista de Sao PauloPsicologia da Saude:Programa de Pos Graduacao em Psicologia da SaudeBrasilIMSPsicologia da SaudeAvoglia, Doutora Hilda Rosa CapelãoGomes , Miria BenincasaCustódio , Eda MarconiCARAVIERI, LÍGIA MARIA VEZZARO2019-10-09T16:23:26Z2019-08-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfCARAVIERI, LÍGIA MARIA VEZZARO. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: A HISTÓRIA DESSA REALIDADE NA REGIÃO DO GRANDE ABC-SP. 2019. 132 folhas]. Dissertação( Psicologia da Saude) - Universidade Metodista de Sao Paulo, Sao Bernardo do Campo.http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1926porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da Metodistainstname:Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)instacron:METODISTA2019-10-09T16:23:26Zoai:tahbit.umesp.edu.dti:tede/1926Repositório InstitucionalPRIhttp://tede.metodista.br/oai/requestbiblioteca@metodista.bropendoar:2019-10-09T16:23:26Repositório Institucional da Metodista - Universidade Metodista de São Paulo (METODISTA)false
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