Estudos sistemáticos e comportamentais e coleoptera (tenebrionidae) em galerias do fuste de montrichardia linifera (araceae)

• Autor(a) principal: Oliveira, Luciana Silva de
• Data de Publicação: 1998
• Outros Autores: Mascarenhas, Bento Melo
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1792
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA; Coleoptera; Tenebrionidae; Montrichardia linifera; Araceae

O processo de co-evolução entre os artrópodes e plantas tem crescido muito durante milhões de anos, como exemplo disso encontramos Montrichardia linifera (Aninga) uma espécie de transição entre planta aquática e terrestre, possuindo distribuição neotropical, habitando solos hidromórficos de aluvião depositado recentemente nas várzeas do estuário amazônico. Este trabalho teve como objetivo identificar as espécies de besouros, fazendo observações sobre a reprodução, colonização e forrageio, tentando mostrar as interações entre coleóptera/outros insetos/coleóptera/planta. O material foi coletado em duas áreas diferentes: região de várzea do estuário próximo à Belém (Mocambo) e região de várzea e igapó da bacia de Caxiuanã (350 Km oeste de Belém). Coletou-se partes da planta que estavam brocadas, cortando-se em algumas, ao nível da lâmina d'água e em outras abaixo do nível da lâmina, sendo todas acondicionadas em sacos plásticos. No laboratório se anotou a altura total e o tamanho das galerias, a seguir foi feita a triagem e contagem dos insetos. Notou-se que as duas áreas coletadas tiveram a mesma ocorrência e associação entre os insetos, entre estes destacam-se principalmente os da família Tenebrionidae (Coleoptera) da espécie Tribolium sp.e Hypogena sp. por possuírem aparelhos bucais especializados (mastigador-triturador), que estavam brocando a haste caulinar de M. linifera, no sentido longitudinal perto da cutícula onde as fêmeas depositam seus ovos dos quais nascem as larvas, e as mesmas ficam alojadas e protegidas contra predadores, pois podem se camuflar ficando da cordas fibras até chegar o inseto adulto e saírem. Conclui-se preliminarmente que estes coleópteros adquiriram mecanismos estratégicos de sobrevivência dentro da referida planta, uma vez que estas espécies são vorazmente atacadas principalmente pelas formigas que aí habitam.