Estudo sobre a alimentação das raias de água doce Potamotrygon orbignyi, Potamotrygon scobina e Plesiotrygon iwamae (Chondrichthyes: Potamotrygonidae) na baía de Marajó-Pará

• Autor(a) principal: Bragança, Alexandre José M.
• Data de Publicação: 2002
• Outros Autores: Barthem, Ronaldo Borges, Almeida, Patrícia Charvet
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2094
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA::COMPORTAMENTO ANIMAL; Potamotrygon orbignyi; Potamotrygon scobina; Plesiotrygon iwamae

A América do Sul apresenta um grande número de espécies de raias de água doce. Estas raias encontram-se distribuídas ao longo de toda bacia amazônica e pertencem a Família Potamotrygonidae. Um estudo sobre alimentação das espécies Potamotrygon scobina, Potamotrygon orbignyi e Plesiotrygon iwamae foi realizado com material coletado nos meses de maio, agosto e outubro de 2000, na ilha de Cotijuba, no estuário amazônico. O conteúdo estomacal de 40 exemplares de Potamotrygon orbignyi, oito depotamotrygon scobina e quatro de Plesiotrygon iwamae foi analisado. Durante as análises do conteúdo estomacal, os itens alimentares foram identificados até a menor categoria taxonômica possível e para cada item foram observadas as medidas de: Frequência de Ocorrência (%F.O.), Numérica (%N), de Peso (%P), Índice de Importância Relativa (IRI) e respectiva porcentagem (%IRI), Nível de Repleção e Grau de Digestão. Os resultados obtidos (%IRI) indicaram que as raias da espécie P. orbignyi se alimentam preferencialmente de piolhos d'água (Família Sphaeromatidae - 67%) e larvas de inseto (Família Chironomidae - 32%). As raias da espécie P. scobina se alimentam de piolhos d'água (Família Sphaeromatidae - 80%) e camarões (Família Palaemonidae - 18%); enquanto que as raias da espécie P. iwamae se alimentam predominantemente de camarões (Família Palaemonidae - 88%). O nível de repleção e o grau de digestão indicaram, respectivamente, que a maioria dos estômagos estava preenchida com conteúdo alimentar até a metade (50%) e que os itens alimentares estavam, em sua maioria, pouco digeridos nos exemplares das três espécies. Os resultados indicaram que estas raias apresentam uma preferência alimentar por crustáceos e provavelmente se alimentaram pouco tempo antes de serem capturadas