Caracterização do Estado Atual da Pesca Artesanal no Distrito de Mosqueiro e no Município de Vigia, Pará

• Autor(a) principal: Teshima, Priscilla Rina
• Data de Publicação: 2006
• Outros Autores: Barthem, Ronaldo Borges, Pirker, Lilianne Esther Mergulhão
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2353
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA; Pesca artesanal; Atividade econômica; Mosqueiro; Alimentação

A pesca é uma das mais importantes atividades econômicas desenvolvidas no estado do Pará, constituindo-se em uma fonte vital de alimentos, ocupação de mão-de-obra e de renda para a população. No entanto, a pesca artesanal assume grande dimensão socioeconômica, sendo desenvolvida em praticamente todos os municípios do Estado. Dentre estes municípios destacam-se Vigia e Mosqueiro que apresentam como base econômica a pesca extrativista desenvolvida por pescadores artesanais. O presente trabalho é uma contribuição ao conhecimento do atual estado da pesca artesanal de ambos os municípios. Até o presente momento, foram feitas entrevistas com pescadores artesanais locais, visando a caracterizar a pesca dos dois municípios. Foram aplicados 80 questionários, sendo 35 no município de Vigia e 55 no distrito de Mosqueiro. Verificou-se que o maior percentual de pescadores se encontra legalmente cadastrado em associações ou na colônia (Vigia=83 %; Mosqueiro=64 %). E o percentual mais significativo em relação à renda mensal com a pesca encontra-se em torno de R$500,00 a R$l.000,00(Mosqueiro-34 %), enquanto que em Vigia fica em torno de R$200,00 e R$500,00 (28 %). O período de verão (junho a novembro) em Mosqueiro foi considerado o melhor do ano para a pesca (84 %), enquanto que em Vigia houve um percentual equilibrado entre as estações (48,28 % - verão e 48,28 % - inverno), com desembarque/pescaria (kg) em torno de 100 - 500 kg (32 %) e produção superior a 2.000 kg (34,48 %), para Mosqueiro e Vigia, respectivamente. Em Mosqueiro (64 %) e Vigia (59 %), prevaleceram as embarcações com comprimento inferior a 10m. Em Mosqueiro as espécies mais capturadas, de maior interesse econômico, são a pescada branca (29 %) e a dourada (28 %), enquanto que em Vigia são a pescada amarela (19 %), a dourada e a gurijuba (cada uma com 13 %). A maioria dos pescadores de Mosqueiro (88 %) e Vigia (93 %) relata que há uma grande redução na quantidade de pescado disponível na natureza. Sendo as possíveis causas: a utilização de redes com malhas inferiores ao tamanho permitido (Mosqueiro -40 %) ou a alta exploração pesqueira, ou seja, grande número de embarcações e pescadores na atividade (Vigia -48 %). Portanto, diante destas informações descritas, a pesca artesanal de ambas as localidades vem sofrendo com os impactos causados pela própria ação antrópica, refletindo na sua condição socioeconômica.