Ecologia e Comportamento da Formiga-Gigante Dinoponera gigantea (lnsecta: Hymenoptera: Formicidae): Estudos no Campo e laboratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Palheta, Luiz Rogério Almeida
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Overal, William Leslie
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2362
Resumo: A formiga "tapiaí" ou "formigão" (Dinoponera gigantea Perty, 1833), L que habita as florestas de terra firme e capoeiras da Amazônia, é a maior formiga dos neotrópicos, podendo atingir cerca de 3 em. As formigas não mostram polimorfismo e operárias depositam ovos em condições especiais. Este trabalho tem por objetivo determinar como se organiza o trabalho em colônias naturais e artificiais. Colônias procedentes de Benevides, Pará, foram mantidas no laboratório no Museu Goeldi, permitindo a marcação de indivíduos e o acompanhamento do seu comportamento. Itens alimentares aceitos pelas formigas incluírem insetos e aracnídeos mortos e vivos, ovo cozido e carne bovina crua. Houve canibalismo em algumas colônias quando larvas, pupas e formigas adultas foram consumidas. Reconhecimento entre indivíduos da mesma colônia foi constatado, mas indivíduos de ninhos distantes frequentemente não exibiram qualquer agressividade entre si. Em cativeiro, não houve troca de alimentos entre adultos, mas as larvas receberem alimentos de várias formigas adultas. As colônias escavadas continham entre 30 e 80 formigas adultas. Forrageamento foi sempre ato individual, sem evidência de recrutamento de outras formigas, mas um indivíduo, ao ser estimulado com a oferta de presas, regressou ao mesmo lugar, que distou 3 m do ninho, até 23 vezes. Dissecação de mais de 50 formigas coletadas no campo fora de ninhos não constatou qualquer rainha com ovos, que deve ter hábitos claustrais. Quando larvas vivas da colônia foram oferecidas, estas foram logo aceitas por formigas forrageiras, mas não se sabe se foram reintegradas à colônia ou consumidas no ninho. Larvas de outras colônias foram menos aceitas, como também foram pupas de colônias estranhas. Assim, conclui-se que há reconhecimento de imaturas da colônia, mesmo fora do ninho. As formas imaturas num ninho poderiam servir de reserva alimentar no caso de fome da colônia.
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spelling 2023-05-23T18:10:50Z2023-05-232023-05-23T18:10:50Z2006-08-03PALHETA, Luiz Rogério Almeida; OVERAL, William Leslie. Ecologia e Comportamento da Formiga-Gigante Dinoponera gigantea (lnsecta: Hymenoptera: Formicidae): Estudos no Campo e laboratório. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DO MUSEU GOELDI, 14., 2006, Belém. Livro de Resumos. Belém, MPEG, 2006.https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2362A formiga "tapiaí" ou "formigão" (Dinoponera gigantea Perty, 1833), L que habita as florestas de terra firme e capoeiras da Amazônia, é a maior formiga dos neotrópicos, podendo atingir cerca de 3 em. As formigas não mostram polimorfismo e operárias depositam ovos em condições especiais. Este trabalho tem por objetivo determinar como se organiza o trabalho em colônias naturais e artificiais. Colônias procedentes de Benevides, Pará, foram mantidas no laboratório no Museu Goeldi, permitindo a marcação de indivíduos e o acompanhamento do seu comportamento. Itens alimentares aceitos pelas formigas incluírem insetos e aracnídeos mortos e vivos, ovo cozido e carne bovina crua. Houve canibalismo em algumas colônias quando larvas, pupas e formigas adultas foram consumidas. Reconhecimento entre indivíduos da mesma colônia foi constatado, mas indivíduos de ninhos distantes frequentemente não exibiram qualquer agressividade entre si. Em cativeiro, não houve troca de alimentos entre adultos, mas as larvas receberem alimentos de várias formigas adultas. As colônias escavadas continham entre 30 e 80 formigas adultas. Forrageamento foi sempre ato individual, sem evidência de recrutamento de outras formigas, mas um indivíduo, ao ser estimulado com a oferta de presas, regressou ao mesmo lugar, que distou 3 m do ninho, até 23 vezes. Dissecação de mais de 50 formigas coletadas no campo fora de ninhos não constatou qualquer rainha com ovos, que deve ter hábitos claustrais. Quando larvas vivas da colônia foram oferecidas, estas foram logo aceitas por formigas forrageiras, mas não se sabe se foram reintegradas à colônia ou consumidas no ninho. Larvas de outras colônias foram menos aceitas, como também foram pupas de colônias estranhas. Assim, conclui-se que há reconhecimento de imaturas da colônia, mesmo fora do ninho. As formas imaturas num ninho poderiam servir de reserva alimentar no caso de fome da colônia.The tapiaí ant (Dinoponera gigantea Perty, 1833), L inhabiting the terra firme forests and shrublands of the Amazon, is the largest ant in the Neotropics, reaching up to 3 in. The ants show no polymorphism and workers lay eggs under special conditions. This work aims to determine how work is organized in natural and artificial colonies. Colonies from Benevides, Pará, were kept in the laboratory at the Goeldi Museum, allowing the marking of individuals and the monitoring of their behavior. Food items accepted by the ants included dead and live insects and arachnids, boiled egg and raw beef. There was cannibalism in some colonies when larvae, pupae and adult ants were consumed. Recognition between individuals from the same colony was noted, but individuals from distant nests often exhibited no aggression toward each other. In captivity, there was no food exchange between adults, but larvae received food from several adult ants. The excavated colonies contained between 30 and 80 adult ants. Foraging was always an individual act, with no evidence of recruitment of other ants, but one individual, when stimulated with the offer of prey, returned to the same spot, which was 3 m away from the nest, up to 23 times. Dissection of more than 50 ants collected in the field outside nests found no egg-bearing queen, which must have claustral habits. When live larvae from the colony were offered, these were soon accepted by foraging ants, but it is not known whether they were reintegrated into the colony or consumed in the nest. Larvae from other colonies were less accepted, as were pupae from strange colonies. Thus, it is concluded that there is recognition of immatures from the colony, even outside the nest. The immature forms in a nest could serve as a food reserve in case of colony starvation.porMuseu Paraense Emílio GoeldiMPEGBrasilEcologia e Comportamento da Formiga-Gigante Dinoponera gigantea (lnsecta: Hymenoptera: Formicidae): Estudos no Campo e laboratórioCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ZOOLOGIA::COMPORTAMENTO ANIMALDinoponera gigantealnsectaHymenopteraFormicidaeEcologia e Comportamento da Formiga-Gigante Dinoponera gigantea (lnsecta: Hymenoptera: Formicidae): Estudos no Campo e laboratórioEcology and Behavior of the Giant Ant Dinoponera gigantea (Insecta: Hymenoptera: Formicidae): Field and Laboratory Studiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectPalheta, Luiz Rogério AlmeidaOveral, William Leslieinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do MPEGinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEGORIGINAL60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdf60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdfapplication/pdf415617https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/2362/1/60.ECOLOGIA%20E%20COMPORTAMENTO.pdfacaf8674b5e7fd8c871e853426190cbeMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1748https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/2362/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdf.txt60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdf.txtExtracted texttext/plain2207https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/2362/3/60.ECOLOGIA%20E%20COMPORTAMENTO.pdf.txtb15f286da014c3be99ad377775b4eb70MD53THUMBNAIL60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdf.jpg60.ECOLOGIA E COMPORTAMENTO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1499https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/2362/4/60.ECOLOGIA%20E%20COMPORTAMENTO.pdf.jpg33f0aa0f1c7c27587e19ae4205b41d99MD54mgoeldi/23622023-05-24 03:01:06.727oai:repositorio.museu-goeldi.br:mgoeldi/2362Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório ComumONGhttp://repositorio.museu-goeldi.br/oai/requestopendoar:2023-05-24T06:01:06Repositório Institucional do MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false
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