Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peixoto, Rodrigo Corrêa Diniz
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1418
Resumo: A Guerrilha do Araguaia teve lugar nas regiões sudeste do Pará e norte do então estado de Goiás (atual Tocantins), também abrangendo terras do Maranhão, na área conhecida como ‘Bico do Papagaio’. Ocorreu entre meados dos anos 1960, quando os primeiros militantes do Partido Comunista do Brasil chegaram à região, e 1974, quando os últimos guerrilheiros foram caçados e abatidos por militares, treinados para combater a guerrilha e determinados a não fazer prisioneiros. Execuções, eliminação de vestígios e tortura estão nos relatos colhidos, assim como na literatura existente sobre a guerrilha. As prováveis operações de ‘limpeza’ teriam sido realizadas de diversas maneiras, a confiar nos relatos colhidos pela ouvidoria do Grupo de Trabalho Tocantins, criado pelo Ministério da Defesa para cumprir sentença da Justiça Federal. Além de reaver a memória sobre a guerrilha, a partir de narrativas de quem viveu a experiência, é importante jogar luz sobre o que popularmente se conhece como a ‘segunda guerra’. Na região, os governos da Ditadura Militar (1964-1985) montaram um intenso sistema de repressão e controle político, e um modelo de ocupação pela pecuária que devastou as florestas, de forma que, quando falamos da guerrilha, precisamos também falar da guerra que veio depois.
id MPEG_a067749f4c2a19dc2b6754811ba6737c
oai_identifier_str oai:repositorio.museu-goeldi.br:mgoeldi/1418
network_acronym_str MPEG
network_name_str Repositório Institucional do MPEG
repository_id_str
spelling 2020-07-06T13:29:45Z2020-072020-07-06T13:29:45Z2011-09PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz. Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum., Belém , v. 6, n. 3, p. 479-499, dez. 2011https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1418A Guerrilha do Araguaia teve lugar nas regiões sudeste do Pará e norte do então estado de Goiás (atual Tocantins), também abrangendo terras do Maranhão, na área conhecida como ‘Bico do Papagaio’. Ocorreu entre meados dos anos 1960, quando os primeiros militantes do Partido Comunista do Brasil chegaram à região, e 1974, quando os últimos guerrilheiros foram caçados e abatidos por militares, treinados para combater a guerrilha e determinados a não fazer prisioneiros. Execuções, eliminação de vestígios e tortura estão nos relatos colhidos, assim como na literatura existente sobre a guerrilha. As prováveis operações de ‘limpeza’ teriam sido realizadas de diversas maneiras, a confiar nos relatos colhidos pela ouvidoria do Grupo de Trabalho Tocantins, criado pelo Ministério da Defesa para cumprir sentença da Justiça Federal. Além de reaver a memória sobre a guerrilha, a partir de narrativas de quem viveu a experiência, é importante jogar luz sobre o que popularmente se conhece como a ‘segunda guerra’. Na região, os governos da Ditadura Militar (1964-1985) montaram um intenso sistema de repressão e controle político, e um modelo de ocupação pela pecuária que devastou as florestas, de forma que, quando falamos da guerrilha, precisamos também falar da guerra que veio depois.The Guerrilha do Araguaia had place in southern Pará and north of Goiás (nowadays, state of Tocantins), encompassing also areas of Maranhão, in the region known as ‘Bico do Papagaio’. The guerrilla occurred between the middle 1960s, when the first activists of Communist Party of Brazil (PC do B) arrived in the region, and 1974, when the last guerrillas were hunted and killed by militaries, trained to combat the guerrilla and determined not to do prisoners. Executions, elimination of vestiges and torture are in the narratives collected, as well as in the existing literature on the guerrilla. The probable operações limpeza (operations to eliminate traces of evidence) were realized in many manners, to rely on the narratives collected by the team created by the Ministry of Defense to fulfill federal sentence produced in response to demand moved by the guerrillas’ relatives. In addition to recovering the guerrilla’s memory, from the narratives of who lived the experience, it is important to send light on what popularly is known as the ‘second war’. In the region, the military governments set an intense system of repression and political control, and a model of occupation based on cattle ranching which destroyed the forests. So, when we tell on the guerrilla, we need also tell on the war that came afterwards.porMuseu Paraense Emílio GoeldiMPEGBrasilBol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.CNPQ::CIENCIAS HUMANASGuerrilha do AraguaiaParáMaranhãoTocantinsMemória socialRepressão políticaSocial MemoryPolitical repressionMemória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depoisGuerrilha do Araguaia and the afterwards war’s social memoryinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/article63479499Peixoto, Rodrigo Corrêa Dinizinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do MPEGinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEGTEXT02.pdf.txt02.pdf.txtExtracted texttext/plain89202https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/3/02.pdf.txtcd7da9a9eb8cc3d8f2756ba162c68996MD53THUMBNAIL02.pdf.jpg02.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1537https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/4/02.pdf.jpg8447590af87359e65d5fa3a42666f50eMD54ORIGINAL02.pdf02.pdfapplication/pdf478190https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/1/02.pdfed498271e1d391cc500ea6a933993b05MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1748https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52mgoeldi/14182020-07-07 03:01:54.569oai:repositorio.museu-goeldi.br:mgoeldi/1418Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório ComumONGhttp://repositorio.museu-goeldi.br/oai/requestopendoar:2020-07-07T06:01:54Repositório Institucional do MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Guerrilha do Araguaia and the afterwards war’s social memory
title Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
spellingShingle Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
Peixoto, Rodrigo Corrêa Diniz
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Guerrilha do Araguaia
Pará
Maranhão
Tocantins
Memória social
Repressão política
Social Memory
Political repression
title_short Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
title_full Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
title_fullStr Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
title_full_unstemmed Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
title_sort Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois
author Peixoto, Rodrigo Corrêa Diniz
author_facet Peixoto, Rodrigo Corrêa Diniz
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Peixoto, Rodrigo Corrêa Diniz
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Guerrilha do Araguaia
Pará
Maranhão
Tocantins
Memória social
Repressão política
Social Memory
Political repression
dc.subject.por.fl_str_mv Guerrilha do Araguaia
Pará
Maranhão
Tocantins
Memória social
Repressão política
Social Memory
Political repression
description A Guerrilha do Araguaia teve lugar nas regiões sudeste do Pará e norte do então estado de Goiás (atual Tocantins), também abrangendo terras do Maranhão, na área conhecida como ‘Bico do Papagaio’. Ocorreu entre meados dos anos 1960, quando os primeiros militantes do Partido Comunista do Brasil chegaram à região, e 1974, quando os últimos guerrilheiros foram caçados e abatidos por militares, treinados para combater a guerrilha e determinados a não fazer prisioneiros. Execuções, eliminação de vestígios e tortura estão nos relatos colhidos, assim como na literatura existente sobre a guerrilha. As prováveis operações de ‘limpeza’ teriam sido realizadas de diversas maneiras, a confiar nos relatos colhidos pela ouvidoria do Grupo de Trabalho Tocantins, criado pelo Ministério da Defesa para cumprir sentença da Justiça Federal. Além de reaver a memória sobre a guerrilha, a partir de narrativas de quem viveu a experiência, é importante jogar luz sobre o que popularmente se conhece como a ‘segunda guerra’. Na região, os governos da Ditadura Militar (1964-1985) montaram um intenso sistema de repressão e controle político, e um modelo de ocupação pela pecuária que devastou as florestas, de forma que, quando falamos da guerrilha, precisamos também falar da guerra que veio depois.
publishDate 2011
dc.date.issued.fl_str_mv 2011-09
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-07-06T13:29:45Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-07
2020-07-06T13:29:45Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz. Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum., Belém , v. 6, n. 3, p. 479-499, dez. 2011
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1418
identifier_str_mv PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz. Memória social da Guerrilha do Araguaia e da guerra que veio depois. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum., Belém , v. 6, n. 3, p. 479-499, dez. 2011
url https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1418
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciênc. hum.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Museu Paraense Emílio Goeldi
dc.publisher.initials.fl_str_mv MPEG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
publisher.none.fl_str_mv Museu Paraense Emílio Goeldi
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional do MPEG
instname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
instacron:MPEG
instname_str Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
instacron_str MPEG
institution MPEG
reponame_str Repositório Institucional do MPEG
collection Repositório Institucional do MPEG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/3/02.pdf.txt
https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/4/02.pdf.jpg
https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/1/02.pdf
https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1418/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv cd7da9a9eb8cc3d8f2756ba162c68996
8447590af87359e65d5fa3a42666f50e
ed498271e1d391cc500ea6a933993b05
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional do MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1802131784736964608