Índios e portugueses na capitania do Rio Negro: uma história de contato (1720-1760)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ilka Joseane Pinheiro
Data de Publicação: 1998
Outros Autores: Meira, Márcio Augusto de Freitas
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1809
Resumo: A capitania do Rio Negro, situada no noroeste amazônico, foi marcada por inúmeras "entradas" realizadas por missionários e colonos em todo o período colonial e, durante o século XVIII, foi palco de uma intensa preocupação quanto às fronteiras territoriais existentes na região. Por outro lado, muitos índios habitavam essa região e eram alvos de importantes objetivos traçados pela administração colonial da Amazônia, como por exemplo, a arregimentação de escravos entre as populações indígenas. Nesse sentido, este trabalho procurou ressaltar o cotidiano das relações de contato existentes entre índios e portugueses neste período, assim como relacionar as populações indígenas como agentes históricos das mudanças que ocorreram nos aspectos políticos e culturais da colônia. A metodologia utilizada seguiu a leitura e fichamento dos manuscritos (correspondências) contendo informações acerca das populações indígenas - existentes no Arquivo Público do Pará - que foram escritos durante as décadas de 50 e 60, de padres, militares e diretores das vilas da Capitania do Rio Negro, para o Governador da Capitania do Grão-Pará. Também foi realizada uma pesquisa bibliográfica com discussões historiográficas acerca do período colonial amazônico. Como parte dos resultados, constatou-se a existência de relações de contato diferenciadas que variou de acordo com uma política colonial específica na qual foi implementada em nossa região. O contato interétnico cotidiano revelou uma complexidade cultural e política que foi capaz de realizar a coexistência de conflitos e colaborações, por parte das populações indígenas, no processo de demarcação das fronteiras coloniais na região. Assim, as sociedades indígenas podem ser pensadas como sujeitos históricos do processo de colonização no Brasil, através de suas constantes interferências frente as decisões tomadas a seu respeito.
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spelling 2023-01-16T14:25:09Z2023-01-162023-01-16T14:25:09Z1998-06-24OLIVEIRA, Ilka Joseane Pinheiro; MEIRA, Márcio Augusto de Freitas. Índios e portugueses na capitania do rio negro: uma história de contato (1720-1760). In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO MUSEU GOELDI, 6., 1998, Belém. Livro de resumos. Belém: MPEG, 1998.https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/1809A capitania do Rio Negro, situada no noroeste amazônico, foi marcada por inúmeras "entradas" realizadas por missionários e colonos em todo o período colonial e, durante o século XVIII, foi palco de uma intensa preocupação quanto às fronteiras territoriais existentes na região. Por outro lado, muitos índios habitavam essa região e eram alvos de importantes objetivos traçados pela administração colonial da Amazônia, como por exemplo, a arregimentação de escravos entre as populações indígenas. Nesse sentido, este trabalho procurou ressaltar o cotidiano das relações de contato existentes entre índios e portugueses neste período, assim como relacionar as populações indígenas como agentes históricos das mudanças que ocorreram nos aspectos políticos e culturais da colônia. A metodologia utilizada seguiu a leitura e fichamento dos manuscritos (correspondências) contendo informações acerca das populações indígenas - existentes no Arquivo Público do Pará - que foram escritos durante as décadas de 50 e 60, de padres, militares e diretores das vilas da Capitania do Rio Negro, para o Governador da Capitania do Grão-Pará. Também foi realizada uma pesquisa bibliográfica com discussões historiográficas acerca do período colonial amazônico. Como parte dos resultados, constatou-se a existência de relações de contato diferenciadas que variou de acordo com uma política colonial específica na qual foi implementada em nossa região. O contato interétnico cotidiano revelou uma complexidade cultural e política que foi capaz de realizar a coexistência de conflitos e colaborações, por parte das populações indígenas, no processo de demarcação das fronteiras coloniais na região. Assim, as sociedades indígenas podem ser pensadas como sujeitos históricos do processo de colonização no Brasil, através de suas constantes interferências frente as decisões tomadas a seu respeito.The captaincy of Rio Negro, located in the northwestern Amazon, was marked by numerous "entries" made by missionaries and settlers throughout the colonial period and, during the eighteenth century, was the scene of intense concern about the territorial boundaries in the region. On the other hand, many Indians inhabited this region and were targets of important objectives set by the colonial administration in the Amazon, such as, for example, the recruitment of slaves among the indigenous populations. In this sense, this work sought to highlight the daily contact relations between Indians and Portuguese in this period, as well as to relate the indigenous populations as historical agents of the changes that occurred in the political and cultural aspects of the colony. The methodology used followed the reading and classification of manuscripts (correspondence) containing information about the indigenous populations - existing in the Public Archive of Pará - that were written during the 50s and 60s, from priests, military personnel and directors of the villages of the Rio Negro Capitania, to the Governor of the Grão-Pará Capitania. A bibliographical research was also carried out with historiographical discussions about the Amazonian colonial period. As part of the results, we found the existence of differentiated contact relations that varied according to a specific colonial policy that was implemented in our region. The daily interethnic contact revealed a cultural and political complexity that was able to realize the coexistence of conflicts and collaboration on the part of the indigenous populations in the process of demarcating the colonial frontiers in the region. Thus, indigenous societies can be thought of as historical subjects of the colonization process in Brazil, through their constant interference in the decisions made about them.porMuseu Paraense Emílio GoeldiMPEGBrasilÍndios e portugueses na capitania do rio negro: uma história de contato (1720-1760)CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::HISTORIA::HISTORIA DO BRASIL::HISTORIA DO BRASIL COLONIAIndígenaPortuguesesRio NegroColonizaçãoÍndios e portugueses na capitania do Rio Negro: uma história de contato (1720-1760)Indians and Portuguese in the captaincy of Rio Negro: a history of contact (1720-1760)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectOliveira, Ilka Joseane PinheiroMeira, Márcio Augusto de Freitasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do MPEGinstname:Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)instacron:MPEGORIGINAL28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdf28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdfapplication/pdf485210https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1809/1/28.%c3%8dNDIOS%20E%20PORTUGUESES.pdf44555aad192d3ddb923774fac81c9aecMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain1748https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1809/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52TEXT28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdf.txt28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdf.txtExtracted texttext/plain2207https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1809/3/28.%c3%8dNDIOS%20E%20PORTUGUESES.pdf.txt1c40643f50b44881c4c72912097942fcMD53THUMBNAIL28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdf.jpg28.ÍNDIOS E PORTUGUESES.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1649https://repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/1809/4/28.%c3%8dNDIOS%20E%20PORTUGUESES.pdf.jpgafa933f5f0d2a9865ddbdc8a61f696e5MD54mgoeldi/18092023-01-17 03:01:01.881oai:repositorio.museu-goeldi.br:mgoeldi/1809Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório ComumONGhttp://repositorio.museu-goeldi.br/oai/requestopendoar:2023-01-17T06:01:01Repositório Institucional do MPEG - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)false
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