Espacialização do esforço de pesca nas localidades de Marapanim e Marudá – Pa

• Autor(a) principal: Lopes, Lucileide Galvão
• Data de Publicação: 2003
• Outros Autores: Prost, Maria Thereza Ribeiro da Costa
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2126
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA::ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS; Pescadores; Recursos Naturais

As localidades de Marapanim e Marudá, situadas na micro-região do Salgado - nordeste paraense - apresentam como importante atividade econômica a pesca artesanal. A pesquisa visa produzir um diagnóstico preciso do esforço de pesca através da análise da interação entre fatores bióticos e abióticos e antrópicos, haja vista o relato da imprensa sobre a discussão entre redeiros e curralistas. Dizia que as croas seriam produzidas pela implantação dos currais. O subprojeto contribuirá a dar maior precisão ao mapa de uso social dos recursos naturais já realizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi. Em visitas sazonais a campo, foram feitas entrevistas de lideranças e aplicações de questionários cujos dados estão sendo tabelados num banco de dados. A localização dos currais foi feita com ajuda de GPS. Registrou-se a presença de diversos atores que praticam a pesca, entre eles redeiros, curralistas, caranguejeiros e outros. Para os primeiros, a captura é mais intensa durante a safra da dourada. Com o lucro obtido nesse período, eles podem investir em outras atividades econômicas, como a lavoura, ou sustentar um esforço de pesca menos importante. Os demais tendem a praticar suas artes de pesca o ano todo, pois não dispõem de renda financeira suficiente para deixar de pescar ou não podem exercer alternativas de emprego. Observou-se uma evolução negativa das reservas ictiológicas nas últimas décadas devido a dois fatores: a) o aumento do esforço de pesca, b) a pesca predatória. A falta de fiscalização de órgãos ambientais contribui para essa prática. A deficiência da organização social se manifesta pela não orientação dos pescadores sobre manejo dos recursos naturais por parte da colônia. Além disso, a colônia não supre de maneira satisfatória os direitos dos pescadores, dificultando assim suas condições de trabalho, e até de vida. Entre os próprios pescadores, muitos têm uma parte de responsabilidade por não estarem em dia com a colônia ou por não participarem muito das associações existentes.