Valorização do conhecimento popular na identificação de espécies não madeiráveis promissoras para o manejo de florestas secundárias por agricultores familiares na microrregião Guajarina

• Autor(a) principal: MeIo, Francisco Pinto de M.
• Data de Publicação: 2002
• Outros Autores: Silva, Manoela Ferreira F. da
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2054
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA; Conhecimento popular; Florestas secundárias; Não madeiráveis

O município de Capitão Poço, no nordeste paraense, iniciou sua colonização em meados dos anos 50; hoje, boa parte de sua vegetação primária já foi transformada em áreas de uma vegetação de sucessão secundária (capoeira), plantios e pastos. Estudos mostram que se manejadas de forma correta estas capoeiras podem ser extremamente produtivas, pois nelas podemos encontrar uma série de produtos de valor econômico. Com o intuito de dar subsídios para o manejo de áreas de capoeira, o presente estudo propôs, através de uma pesquisa participativa, contribuir com a identificação das espécies vegetais não madeiráveis com potencialidade de usos nas áreas de capoeira, do nordeste paraense (PA-Brasil), tentando viabilizar alternativas de melhoria das condições ambientais e da qualidade de vida da população local. Foram feitas entrevistas estruturadas com agricultores familiares da comunidade de Carrapatinho, localizada no município de Capitão Poço-PA, onde se coletou informações sobre uso das espécies vegetais não madeiráveis mais importantes para a comunidade, bem como amostra botânica das mesmas. O material botânico coletado foi identificado, e as informações sobre cada espécie foram computadas em uma ficha modelo de identificação. Foram encontradas 49 espécies, distribuídas em 28 famílias e 45 gêneros. As famílias com maior número de espécies foram LEGUMINOSAE (10) e APOCYNACEAE (4). Os hábitos predominantes são: arbóreo, com 77,55% e trepadeira, com 10,20%. Os usos mais encontrados foram o artesanal, com 28,78% e medicinal, com 25,75%. Os órgãos vegetais mais utilizados foram fruto com 37,14% e casca com 12,85% do total. Os resultados apresentados mostram que as espécies de vegetação secundária, se enquadradas por tipologia de manejo conforme seu uso, indicado pela população local, podem ser bem mais aproveitadas, podendo assim, aumentar a renda do agricultor familiar e a conservação do meio ambiente.