Morfoanatomia de desmoncus polyacanthos c. martius de terra firme

• Autor(a) principal: Santos, Ana Carla Feio dos
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: Potiguara, Raimunda Conceição de Vilhena, Santos, Seidel Ferreira dos
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional do MPEG
• Texto Completo: https://repositorio.museu-goeldi.br/handle/mgoeldi/2480
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA::MORFOLOGIA VEGETAL; Desmoncus; Jacitara; Anatomia; Terra firme

O. polyacanthos C. Martius (Arecaceae) é conhecida popularmente como "jacitara". Apresenta várias indicações etnobotânicas com o uso de suas fibras em cestarias e cordoalhas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a anatomia dos órgãos vegetativos da espécie em ambiente de terra firme. Coletado no Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, o material foi submetido às técnicas usuais em anatomia e histoquímica vegetal e fotomicrografados. Para a análise em MEV, as imagens foram obtidas no Laboratório Institucional de Microscopia Eletrônica de Varredura do MPEG, através de um microscópio eletrônico LEO modelo 1450 VP. Quanto à morfologia, observa-se que existe uma variedade na distribuição e forma dos espinhos. Os espinhos podem apresentar formas alongadas e curtas, retos e recurvados que ocorrem no mesmo indivíduo e em regiões diferentes. Quanto aos aspectos anatômicos, percebe-se que em O. polyacanthos as pinas apresentam células epidérmicas da superfície abaxial semelhantes à adaxial; os apêndices epidérmicos encontram-se mais adensados na abaxial. Possuem complexo estomático do tipo tetracítico e as folhas são anfihipoestomáticas e os tricomas são pluricelulares bífidos. Esta epiderme é revestida por uma cutícula levemente espessada, logo abaixo se segue uma hipoderme de paredes delgadas e irregulares. O mesofilo é constituído por clorênquima pouco diferenciado com células irregulares e justapostas, sendo interrompidas por feixes fibrosos enfileirados em direção a margem. Os feixes vasculares, em todas as regiões, são colaterais, alguns com floema bipartido, envolvidos parcial ou totalmente por agrupamentos fibrosos e uma bainha parenquimática. No caule há extensa bainha fibrosa envolvendo os feixes vasculares. Na raiz há parênquima amilífero, aerênquima de origem lisígena e raízes laterais oriundas do periciclo. Percebe-se que espécie possui características específicas e grande presença de fibras no caule, justificando assim sua utilização para os diversos tipos de artesanatos.