Liberdade religiosa no Brasil do século XIX: uma análise a partir do jornal ultramontano o Apóstolo (1866-1891)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_CAMPINAS |
Texto Completo: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14835 |
Resumo: | O século XIX foi o período que consagrou a entrada do Brasil na chamada modernidade política, fenômeno representado pela configuração de um novo ordenamento político das sociedades ocidentais, composto pelo moderno Estado Nacional e pela democracia política, que reconfigurou as relações entre Igreja e Estado. O clero católico brasileiro envolveu-se profundamente nos debates referentes às transformações do período, articulando religião e política na modelagem dos novos projetos de tipo nacional, atuando pelas vias institucionais e não institucionais, como foi o caso da imprensa periódica, que teve destaque como campo de disputas discursivas e simbólicas, pois foi o principal veículo de formação de uma opinião pública no período. A presente pesquisa tem como objetivo analisar o discurso proferido pelo jornal ultramontano O Apóstolo acerca do tema da Liberdade Religiosa no Brasil, durante os anos de 1866 a 1891. Especificamente, visa compreender o modo como o jornal refletiu três conjunturas importantes desse período, no decorrer das quais as relações entre Igreja católica e Estado brasileiro foram profundamente afetadas. São elas: a conjuntura da repercussão, no Brasil, da publicação da Encíclica Quanta Cura e do anexo Syllabus pelo Papa Pio IX em 1864 - que elencava os chamados "erros modernos" -; a Questão Religiosa, deflagrada entre os anos de 1872 a 1875, que configurou um intenso conflito entre Igreja e Estado Imperial em relação ao problema representado pela maçonaria; e a conjuntura marcada pela Proclamação da República e as primeiras medidas oficiais que consagraram as condições normativas da liberdade religiosa no Brasil, representadas pelo Decreto de 1º de janeiro de 1890 e pela Constituição de 1891, que promulgou a liberdade de culto, o fim do padroado e a separação institucional entre Igreja e Estado. A análise incorpora as contribuições teóricas de Pierre Bourdieu, no que toca à ênfase nas disputas simbólicas que atravessam as práticas discursivas do Apóstolo. Por sua vez, levando em conta que no período analisado Igreja e Estado não configuravam individualidades institucionais – dada a longa vigência do padroado – rejeitaremos o conceito de “campo religioso”, preferindo o conceito de “controvérsias públicas”, utilizado por Paula Montero, com o intuito de compreender como a visibilidade social ultramontana é auferida a partir da prática discursiva do jornal. Portanto, a intenção é apurar o tratamento que o jornal deu a esse período de intenso conflito entre Igreja e Estado, buscando perceber em que medida esse tratamento aponta para a formulação de um projeto de modernidade e secularização, que teve no seu cerne o tema da Liberdade Religiosa. |
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Carvalho, Thais da RochaPontifícia Universidade Católica de CampinasSilva, Ana Rosa Cloclet da2022-02-16T13:42:46Z2022-02-16T13:42:46Z2018-12-18http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/148354729095884466581O século XIX foi o período que consagrou a entrada do Brasil na chamada modernidade política, fenômeno representado pela configuração de um novo ordenamento político das sociedades ocidentais, composto pelo moderno Estado Nacional e pela democracia política, que reconfigurou as relações entre Igreja e Estado. O clero católico brasileiro envolveu-se profundamente nos debates referentes às transformações do período, articulando religião e política na modelagem dos novos projetos de tipo nacional, atuando pelas vias institucionais e não institucionais, como foi o caso da imprensa periódica, que teve destaque como campo de disputas discursivas e simbólicas, pois foi o principal veículo de formação de uma opinião pública no período. A presente pesquisa tem como objetivo analisar o discurso proferido pelo jornal ultramontano O Apóstolo acerca do tema da Liberdade Religiosa no Brasil, durante os anos de 1866 a 1891. Especificamente, visa compreender o modo como o jornal refletiu três conjunturas importantes desse período, no decorrer das quais as relações entre Igreja católica e Estado brasileiro foram profundamente afetadas. São elas: a conjuntura da repercussão, no Brasil, da publicação da Encíclica Quanta Cura e do anexo Syllabus pelo Papa Pio IX em 1864 - que elencava os chamados "erros modernos" -; a Questão Religiosa, deflagrada entre os anos de 1872 a 1875, que configurou um intenso conflito entre Igreja e Estado Imperial em relação ao problema representado pela maçonaria; e a conjuntura marcada pela Proclamação da República e as primeiras medidas oficiais que consagraram as condições normativas da liberdade religiosa no Brasil, representadas pelo Decreto de 1º de janeiro de 1890 e pela Constituição de 1891, que promulgou a liberdade de culto, o fim do padroado e a separação institucional entre Igreja e Estado. A análise incorpora as contribuições teóricas de Pierre Bourdieu, no que toca à ênfase nas disputas simbólicas que atravessam as práticas discursivas do Apóstolo. Por sua vez, levando em conta que no período analisado Igreja e Estado não configuravam individualidades institucionais – dada a longa vigência do padroado – rejeitaremos o conceito de “campo religioso”, preferindo o conceito de “controvérsias públicas”, utilizado por Paula Montero, com o intuito de compreender como a visibilidade social ultramontana é auferida a partir da prática discursiva do jornal. Portanto, a intenção é apurar o tratamento que o jornal deu a esse período de intenso conflito entre Igreja e Estado, buscando perceber em que medida esse tratamento aponta para a formulação de um projeto de modernidade e secularização, que teve no seu cerne o tema da Liberdade Religiosa.Esta investigación aborda el fenómeno religioso de posesión-exorcismo en la Iglesia Católica. La posesión y el exorcismo son una realidad presente en las culturas antiguas, en los Evangelios y en el catolicismo. Incluso hoy, este fenómeno despierta cierto interés, aunque sea desde diferentes perspectivas; dado que este fenómeno está presente en diversos sectores de la sociedad contemporánea: literatura, cine, TV, religiones y otros. Nuestro objetivo es analizar la posición de la Iglesia Católica en relación al fenómeno de posesión-exorcismo, sus orientaciones prácticas y las transformaciones que se produjeron en los ritos católicos de exorcismos a través del desafío de la modernidad, que permitió a la Iglesia Católica dialogar con la sociedad contemporánea. En el primer capítulo, intentaremos presentar como este fenómeno está en la cultura, ejemplificado en el cine y desde la perspectiva de la Iglesia Católica. En el segundo capítulo, abordaremos específicamente los Rituales Católicos de exorcismos, con el objetivo de tomar conciencia de sus transformaciones teológicas y prácticas (pastorales) ocurridas a lo largo de la historia. En el tercer capítulo, nuestro objetivo es investigar la práctica de la Iglesia Católica a partir de documentos del Concilio Vaticano II (1962-1965), que se refieren a las orientaciones, instrucciones y / o normas relacionadas al fenómeno de posesión-exorcismo y entrevistas realizadas con los sacerdotes exorcistas, así como su prudencia para que su práctica no se interprete como un rito mágico o sea un espectáculo. Esperamos, por tanto, presentar, de forma interpretativa, la posición de la Iglesia Católica sobre el fenómeno en cuestión, colaborar con las reflexiones sobre el fenómeno posesión-exorcismo, prestar un servicio aquellos que sienten el deseo de descubrir algo más sobre la forma en que La Iglesia Católica se ocupa de este fenómeno.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESporPUC-CampinasLiberdade religiosaSecularizaçãoLaicidadeUltramontanismoO Apóstolo.Religious freedomSecularizationLaityUltramontanismO Apóstolo.Liberdade religiosa no Brasil do século XIX: uma análise a partir do jornal ultramontano o Apóstolo (1866-1891)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_CAMPINASinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP6648577383927409Caldeira, Rodrigo CoppeDávila, Brenda Maribel Carranza49949925799861527823709627972135CCHSA – Centro de Ciências Humanas e Sociais AplicadasPrograma de Pós-Graduação em Ciências da ReligiãoORIGINALcchsa_ppgcr_me_Thais_RC.pdfcchsa_ppgcr_me_Thais_RC.pdfapplication/pdf1357360http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/bitstream/123456789/14835/1/cchsa_ppgcr_me_Thais_RC.pdf19697c6602929182d7e2179b76cf1616MD51123456789/148352022-09-02 11:36:39.798oai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/14835Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.b||sbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:48862022-09-02T14:36:39Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_CAMPINAS - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false |
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O século XIX foi o período que consagrou a entrada do Brasil na chamada modernidade política, fenômeno representado pela configuração de um novo ordenamento político das sociedades ocidentais, composto pelo moderno Estado Nacional e pela democracia política, que reconfigurou as relações entre Igreja e Estado. O clero católico brasileiro envolveu-se profundamente nos debates referentes às transformações do período, articulando religião e política na modelagem dos novos projetos de tipo nacional, atuando pelas vias institucionais e não institucionais, como foi o caso da imprensa periódica, que teve destaque como campo de disputas discursivas e simbólicas, pois foi o principal veículo de formação de uma opinião pública no período. A presente pesquisa tem como objetivo analisar o discurso proferido pelo jornal ultramontano O Apóstolo acerca do tema da Liberdade Religiosa no Brasil, durante os anos de 1866 a 1891. Especificamente, visa compreender o modo como o jornal refletiu três conjunturas importantes desse período, no decorrer das quais as relações entre Igreja católica e Estado brasileiro foram profundamente afetadas. São elas: a conjuntura da repercussão, no Brasil, da publicação da Encíclica Quanta Cura e do anexo Syllabus pelo Papa Pio IX em 1864 - que elencava os chamados "erros modernos" -; a Questão Religiosa, deflagrada entre os anos de 1872 a 1875, que configurou um intenso conflito entre Igreja e Estado Imperial em relação ao problema representado pela maçonaria; e a conjuntura marcada pela Proclamação da República e as primeiras medidas oficiais que consagraram as condições normativas da liberdade religiosa no Brasil, representadas pelo Decreto de 1º de janeiro de 1890 e pela Constituição de 1891, que promulgou a liberdade de culto, o fim do padroado e a separação institucional entre Igreja e Estado. A análise incorpora as contribuições teóricas de Pierre Bourdieu, no que toca à ênfase nas disputas simbólicas que atravessam as práticas discursivas do Apóstolo. Por sua vez, levando em conta que no período analisado Igreja e Estado não configuravam individualidades institucionais – dada a longa vigência do padroado – rejeitaremos o conceito de “campo religioso”, preferindo o conceito de “controvérsias públicas”, utilizado por Paula Montero, com o intuito de compreender como a visibilidade social ultramontana é auferida a partir da prática discursiva do jornal. Portanto, a intenção é apurar o tratamento que o jornal deu a esse período de intenso conflito entre Igreja e Estado, buscando perceber em que medida esse tratamento aponta para a formulação de um projeto de modernidade e secularização, que teve no seu cerne o tema da Liberdade Religiosa. |
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