A Religião e a Religiosidade em relatos de viajantes estrangeiros (1808-1866): o Brasil oitocentista
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional PUC-Campinas |
Texto Completo: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/14848 |
Resumo: | Com a abertura dos portos, em 1808, o Brasil se tornou palco de diversos viajantes estrangeiros, sejam estes encarregados de negócios particulares ou sob o financiamento de Estados. No decorrer do século XIX, essa prática desenvolveu-se de maneira permanente, a ponto dos viajantes promoverem diferentes narrativas representativas sobre uma sociedade brasileira ainda em formação. Esta pesquisa tem como objetivo propor um estudo acerca da emergência da religião e da religiosidade brasileira nos relatos de três viajantes oitocentistas, que visitaram o país no período entre 1808 e 1866. Pretende-se identificar, sistematizar e interpretar os relatos do mineralogista inglês John Mawe, que esteve no Brasil entre 1809 e 1810; do naturalista e explorador francês Alcide D’Orbigny, que desembarcou no ano de 1831; e do naturalista suíço Louis Agassiz, que esteve por aqui entre 1865 e 1866. Nosso objeto de pesquisa adquire singularidade fundamental, uma vez que não se trata de abordar a religião e a religiosidade em âmbito geral, mas, objetivamente, no interior das narrativas de viagem. Com isso, nossa hipótese é de que, tanto os viajantes estrangeiros, quanto a dimensão religiosa constituída no Brasil do século XIX, marcada por um catolicismo intransigente, impulsionam um discurso controverso sobre as manifestações religiosas do povo, dando à elas significados ocultos e problemáticos. O desenvolvimento da pesquisa passa por sua introdução no campo da História das Religiões, especialmente em sua vertente italiana, e pelo diálogo com a Antropologia, buscando estabelecer a religião enquanto produto histórico, culturalmente condicionado pelo contexto e, ao mesmo tempo, capaz de condicioná-lo. No que diz respeito à metodologia, este trabalho ressalta: em primeiro lugar, uma investigação de cunho histórico, tencionando o embate entre sujeito e objeto, e considerando o documento histórico como o resultado de um conjunto de relações que podem e devem ser elucidadas, tendo em vista seus significados, singularidades e finalidades. Em segundo lugar, o tratamento das fontes destaca um viés experimental para a interpretação das fontes, isto é, dos relatos de viagem. Refere-se à ‘teoria fundamentada’ enquanto possível caminho para o aprofundamento das fontes e seus conteúdos, os fenômenos religiosos. No que diz respeito aos resultados, pode-se dizer que a literatura de viagem oferece um amplo campo de aproximações para com os fenômenos religiosos, uma vez que estabelece narrativas particulares sobre o outro, o diferente, o exótico. Neste sentido, os relatos aqui selecionados representam a religião e a religiosidade brasileira oitocentista a partir da inversão e da tradução, fazendo “ver” e “crer” mundos alterados. |
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