Gestão de desastres no Brasil: uma perspectiva de gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Julia Lopes da
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16540
Resumo: Ao longo das últimas décadas, inúmeros desastres foram registrados no Brasil e no mundo, os quais acarretaram severos danos socioeconômicos e ambientais. Ressalta-se a maior vulnerabilidade feminina frente estes eventos, o que se dá em função de fatores culturais, sociais e econômicos. Apesar disso, mulheres também possuem grande potencial para promoção de ações de mitigação e gestão de desastres. Todavia, no Brasil, as políticas e os planos institucionais que lidam com prevenção e gestão do risco, de caráter essencialmente tecnicista, não possuem uma abordagem de gênero ou uma preocupação em envolver as comunidades afetadas, mantendo-se em desacordo com o que prega o consenso científico sobre o tema. Partimos da hipótese de que as políticas nacionais de adaptação aos riscos de desastres se potencializariam, sendo mais efetivas, se a participação da mulher fosse garantida desde sua formulação. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é propor, no contexto brasileiro, caminhos em que a participação feminina seja garantida na gestão de desastres, a fim de tornar mais resilientes as comunidades vulneráveis a riscos urbano-ambientais. Para tanto, adotamos uma perspectiva de gênero para lidar com o tema, à medida que fazemos deste aspecto um ponto de partida para pensar a redução dos riscos de desastres no país. Isso esclarecido, destaca-se que em 2020 um desastre de escala global se impôs: a pandemia do novo coronavírus. Os estudos de caso desta pesquisa abordam experiências insurgentes, protagonizadas por mulheres que habitam áreas de risco, no enfrentamento da pandemia e dos seus efeitos. Para tanto, foram analisados dois estudos de caso, ambos localizados no município de Campinas/SP: a Vila Moscou e o complexo do Parque Oziel. Tais localidades, além de vivenciarem a sobreposição de riscos urbano ambientais, sentiram forte impacto da pandemia e, portanto, se mostram como exemplos de práticas populares que muito têm a contribuir para o entendimento de crises advindas de desastres, uma vez que ressaltam a importância e o valor do envolvimento popular para a superação das consequências de eventos extremos. Como resultado, apresentamos uma contribuição para a construção de um novo paradigma - menos tecnocrático, mais emancipatório e igualitário – para pensar a questão do risco no país, o qual necessariamente passa pelo engajamento popular e pelo protagonismo feminino como elementos centrais da construção de cidades resilientes.
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Partimos da hipótese de que as políticas nacionais de adaptação aos riscos de desastres se potencializariam, sendo mais efetivas, se a participação da mulher fosse garantida desde sua formulação. Nesse sentido, o objetivo dessa pesquisa é propor, no contexto brasileiro, caminhos em que a participação feminina seja garantida na gestão de desastres, a fim de tornar mais resilientes as comunidades vulneráveis a riscos urbano-ambientais. Para tanto, adotamos uma perspectiva de gênero para lidar com o tema, à medida que fazemos deste aspecto um ponto de partida para pensar a redução dos riscos de desastres no país. Isso esclarecido, destaca-se que em 2020 um desastre de escala global se impôs: a pandemia do novo coronavírus. Os estudos de caso desta pesquisa abordam experiências insurgentes, protagonizadas por mulheres que habitam áreas de risco, no enfrentamento da pandemia e dos seus efeitos. Para tanto, foram analisados dois estudos de caso, ambos localizados no município de Campinas/SP: a Vila Moscou e o complexo do Parque Oziel. Tais localidades, além de vivenciarem a sobreposição de riscos urbano ambientais, sentiram forte impacto da pandemia e, portanto, se mostram como exemplos de práticas populares que muito têm a contribuir para o entendimento de crises advindas de desastres, uma vez que ressaltam a importância e o valor do envolvimento popular para a superação das consequências de eventos extremos. Como resultado, apresentamos uma contribuição para a construção de um novo paradigma - menos tecnocrático, mais emancipatório e igualitário – para pensar a questão do risco no país, o qual necessariamente passa pelo engajamento popular e pelo protagonismo feminino como elementos centrais da construção de cidades resilientes.Over the past decades, numerous disasters have been recorded in Brazil and worldwide, which have caused severe socioeconomic and environmental damage. In such events, the vulnerabilty of women is greater due to cultural, social and economic factors. Despite this, women also have great potential to promote disaster mitigation and management actions. However, in Brazil, the policies and institutional plans that deal with prevention and risk management, of an essentially technical nature, do not have a gender approach or a concern to involve the affected communities, remaining at odds with the scientific consensus on the subject. We hypothesized that national policies on disaster risk management would be more effective if women's participation was guaranteed since its formulation. In this sense, the objective of this research is to propose, in the Brazilian context, ways in which women participation in disaster management is guaranteed, in order to make vulnerable communities more resilient to urbanenvironmental risks. To this end, we adopted a gender perspective as a starting point for thinking about disaster risk reduction in the country. With this clarified, it should be highlighted that in 2020 a global-scale disaster was imposed: the pandemic of the new coronavirus. The case studies of this research address insurgent experiences, led by women who live at risk areas, in coping with the pandemic and its effects. For this, two case studies were analyzed, both located in the municipality of Campinas/SP: Vila Moscou and the Oziel Park complex. These localities, in addition to experiencing the overlap of urban environmental risks, felt a strong impact of the pandemic and, therefore, are examples of popular practices that have much to contribute to the understanding of crises resulting from disasters, since they highlight the importance and value of popular involvement to overcome the consequences of extreme events. As a result, we present a contribution to the construction of a new paradigm - less technocratic, more emancipatory and egalitarian - to think about the issue of risk in the country, which necessarily involves popular engagement and women’s protagonism as central elements of the construction of resilient cities.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Samora, Patricia RodriguesPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Silva, Julia Lopes da2022-04-07T15:02:40Z2022-04-07T15:02:40Z2022-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/165405631776938805732porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2023-05-04T19:33:02Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/16540Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2023-05-04T19:33:02Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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