Sem-terra com terra: contradições e potencialidades na organização social e produtiva de assentamentos rurais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Caroline Cristiane de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15595
Resumo: As contradições e as potencialidades inerentes à organização social e produtiva dos assentamentos rurais de reforma agrária são temáticas recorrentes em pesquisas de diversas áreas do conhecimento. A discussão sobre a centralidade dos movimentos sociais do campo, a organização do trabalho neste contexto e a possibilidade de permanência das famílias na terra, entre outros temas, tem contribuído com a concretização de experiências contra hegemônicas no contexto rural. Desta forma, com o objetivo de compreender a relação entre os processos de articulação coletiva e a organização produtiva no contexto de um assentamento rural de reforma agrária, este trabalho pretende contribuir com o debate sobre as contradições e as potencialidades das lutas sociais pelo direito à terra, ao trabalho e à moradia. Para tanto, realizamos uma análise sobre a centralidade dos processos de organização social local e suas implicações para a organização produtiva no contexto de um assentamento rural. Em consonância com os objetivos da pesquisa, utilizamos o método etnográfico para o desenvolvimento deste estudo. A utilização do método etnográfico nos permitiu não apenas compreender os aspectos relativos às potencialidades e contradições do processo de articulação coletiva neste contexto, mas também refletir sobre o modo como cada trabalhador/a rural assentado/a é afetado/a por esse fenômeno. A pesquisa de campo foi realizada em um assentamento de reforma agrária localizado na cidade de Araras – SP. Este assentamento é formado por quatro áreas, compondo um conjunto permeado por diferentes características. Foram participantes da pesquisa os atores/atrizes de alguma forma envolvidos/as com o assentamento, ou seja, os/as assentados/as e apoiadores/as que eventualmente participaram dos encontros realizados durante o trabalho de campo. Além dos registros em diário de campo gerados pelas observações participantes, também foram realizadas três entrevistas com assentados de uma mesma área do assentamento. As contradições e potencialidades identificadas no contexto pesquisado são discutidas com base nos pressupostos teóricos da Psicologia Comunitária. Com sua práxis voltada para a mudança social e partindo do princípio de não destacar deficiências, mas sim as potencialidades dos indivíduos e da comunidade, a Psicologia Comunitária tem uma relação com a perspectiva de resistência cotidiana, com o rompimento dos mecanismos de opressão, bem como o compromisso de dar visibilidade aos enfrentamentos e microrresistências de pequenos grupos. Os resultados da pesquisa indicam que os processos de articulação coletiva são centrais para a organização produtiva enquanto principal elemento que sustenta a permanência dos/as assentados/as na terra. Portanto, o fortalecimento destas duas esferas, quais sejam, a organização produtiva e também a organização social, é determinante para a prosperidade do assentamento e para a permanência desse coletivo de assentados/as em seus lotes de terra.
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Desta forma, com o objetivo de compreender a relação entre os processos de articulação coletiva e a organização produtiva no contexto de um assentamento rural de reforma agrária, este trabalho pretende contribuir com o debate sobre as contradições e as potencialidades das lutas sociais pelo direito à terra, ao trabalho e à moradia. Para tanto, realizamos uma análise sobre a centralidade dos processos de organização social local e suas implicações para a organização produtiva no contexto de um assentamento rural. Em consonância com os objetivos da pesquisa, utilizamos o método etnográfico para o desenvolvimento deste estudo. A utilização do método etnográfico nos permitiu não apenas compreender os aspectos relativos às potencialidades e contradições do processo de articulação coletiva neste contexto, mas também refletir sobre o modo como cada trabalhador/a rural assentado/a é afetado/a por esse fenômeno. A pesquisa de campo foi realizada em um assentamento de reforma agrária localizado na cidade de Araras – SP. Este assentamento é formado por quatro áreas, compondo um conjunto permeado por diferentes características. Foram participantes da pesquisa os atores/atrizes de alguma forma envolvidos/as com o assentamento, ou seja, os/as assentados/as e apoiadores/as que eventualmente participaram dos encontros realizados durante o trabalho de campo. Além dos registros em diário de campo gerados pelas observações participantes, também foram realizadas três entrevistas com assentados de uma mesma área do assentamento. As contradições e potencialidades identificadas no contexto pesquisado são discutidas com base nos pressupostos teóricos da Psicologia Comunitária. Com sua práxis voltada para a mudança social e partindo do princípio de não destacar deficiências, mas sim as potencialidades dos indivíduos e da comunidade, a Psicologia Comunitária tem uma relação com a perspectiva de resistência cotidiana, com o rompimento dos mecanismos de opressão, bem como o compromisso de dar visibilidade aos enfrentamentos e microrresistências de pequenos grupos. Os resultados da pesquisa indicam que os processos de articulação coletiva são centrais para a organização produtiva enquanto principal elemento que sustenta a permanência dos/as assentados/as na terra. Portanto, o fortalecimento destas duas esferas, quais sejam, a organização produtiva e também a organização social, é determinante para a prosperidade do assentamento e para a permanência desse coletivo de assentados/as em seus lotes de terra.The contradictions and potentialities concerning the social and productive organization of land reform rural settlements are recurrent themes in studies of several areas of knowledge. The discussions about the centrality of the rural social movements, about the work organization in this context and the possibility of the families remaining in the land, among other themes, have contributed to concretize the counter-hegemonic experiences in the rural setting. Thus, aiming at understanding the relation between the collective articulation processes and the productive organization in a land reform rural settlement, this paper wishes to contribute with the debate on the contradictions and potentialities of the social struggles for land, work and housing rights. For this purpose we carried out an analysis about the centrality of the local social organization processes and its implications for the productive organization in the context of a rural settlement. According to the research aims, this study was conducted by the ethnographic method. This methodology allows us not only to understand the aspects related to the potentialities and contradictions of the collective articulation process in this context, but also to reflect on the way each settled rural worker is affected by this phenomenon. The field research was carried out in a land reform settlement located in the city called Araras, in the state of São Paulo. This settlement is made of four areas, composing an assembly permeated by different characteristics. The research participants were the actors/actresses in some way involved with the settlement, such as the settlers and the supporters who eventually took part in meetings held during the fieldwork. Besides the entries in the field diary brought forth by participant observations, we conducted three interviews with the settlers from a same settlement area. The discussion on the contradictions and potentialities identified in the research context are grounded on the Community Psychology theoretical assumptions. With its praxis directed to social change and by adhering to its principle of not enhancing deficiencies, but individuals and community potentialities, Community Psychology is concerned with the perspective of daily resistance, with the breaking down of oppression mechanisms, as well as with its commitment of lending visibility to small groups‟ confrontations and micro resistances. The research results indicate that collective articulation processes are central for the productive organization as it is the main element to keep the settlers in the land. Therefore, the strengthening of these two spheres, productive organization and social organization, is determinant for the settlement prosperity and for maintaining this collective of settlers in their plots of land.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESPUC-CampinasBernardo, Márcia HespanholPontifícia Universidade Católica de CampinasSousa, Caroline Cristiane de2022-02-16T18:39:05Z2022-02-16T18:39:05Z2016-02-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/155953875723035581128porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2022-09-02T14:37:01Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/15595Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2022-09-02T14:37:01Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
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