O adoecimento oriundo do ofício, com foco no suicídio do trabalhador
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional PUC-Campinas |
Texto Completo: | http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16967 |
Resumo: | O trabalho, como parte integrante da vida, deveria ser fonte de realização profissional e pessoal, bem como de sustento, porém, por vezes, este não é o cenário constatado, podendo ser a atividade laboral o berço de diversas mazelas. A associação de patologias com o trabalho é objeto de interesse desde a revolução industrial, considerando que, com a prevalência do capitalismo predatório globalizado, e das consequências inevitáveis da opressão social a qual os operários estavam expostos, assim como das doenças emergentes possivelmente decorrentes dos processos e dos locais de trabalho, emergiram os primeiros levantes pela garantia de direitos mínimos aos trabalhadores. Porém, em função das buscas incessantes por resultados, as práticas cada vez mais difundida de assédio moral e as novas organizações de trabalho, o sofrimento perpetuado pelo local de trabalho, ao que tudo indica, vem gerando patologias sociais. Dados do Smartlab do Ministério Público do Trabalho mostram que o número de notificações relacionadas ao trabalho em função de transtornos mentais pulou de 1082 entre 2007 e 2010, para 6746 entre 2016 e 2019, bem como que, mesmo quando o Brasil enfrentava uma pandemia, só no ano de 2021 foram concedidos 9.703 benefícios previdenciários relacionados à problemas mentais e comportamentais (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2022). Nesta esteira, considerando que fatores estressores externos de um determinado ambiente podem ser gatilhos para o empobrecimento da saúde mental, sendo o ambiente de trabalho um fator influente, uma vez que deveria ser ferramenta para desenvolvimento individual, mas sujeitam o indivíduo a práticas que geram sentimento de impotência e ansiedade, imprescindível estudar a relação entre o ofício e o adoecimento mental, inclusive aquele que leva o indivíduo a atentar contra sua vida. O suicídio, por vezes em função do tabu social que cerca o ato, foi considerado por muito tempo apartado das relações de trabalho, porém com um aumento de 43% (quarenta e três por cento) entre 2010 e 2019 do número anual de mortes por suicídio, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021), há que se ponderar a influência de adversidades relacionadas ao trabalho na decisão de alguém de cometer suicídio. Assim, pretende-se, por meio de pesquisa quantitativa e qualitativa, examinar, no decorrer do Mestrado, sob a hipótese de que a produção acadêmica e os debates sobre a saúde do trabalhador e seu adoecimento em função do trabalho ainda são esparsos e rasos, em especial nas áreas correlatas às ciências sociais aplicadas, uma vez que a temática é tratada com frequência nas ciências da saúde, mapear os estudos existentes sobre a saúde do trabalhador, com foco no suicídio relacionado ao adoecimento oriundo da atividade laboral, realizando revisão e classificação que permitirá reflexões posteriores, com a melhor compreensão do movimento intelectual na área das ciências humanas aplicadas, o levantamento de lacunas, as necessidades de melhorias, temáticas recorrentes e as tendências de investigação. |
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