A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Misailidis, Bruna Helena Aro
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16899
Resumo: A legítima defesa da honra foi uma tese muito utilizada em sede de tribunal do júri, para buscar a impunidade pela prática de feminicídio. Por ter suas raízes nas Ordenações Filipinas, a sua construção refletiu muito da cultura e dos valores sociais que vigiam anos atrás. Contudo, também por ter sido uma tese utilizada até recentemente, demonstra nitidamente a persistência dessa cultura na sociedade brasileira, que reflete claramente o fenômeno da dominação masculina. Mas apenas há pouquíssimo tempo, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 779 de 2021, é que foi a legítima defesa da honra declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por violar princípios e direitos fundamentais previstos constitucionalmente, como o direito à vida e a dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi analisar os argumentos trazidos pelos ministros em seus votos, na ADPF 779 e, assim, compreender como se posicionaram frente a questões de desigualdade e violência de gênero. Para tanto, a metodologia adotada contempla a revisão bibliográfica e pesquisa documental, bem como o estudo sobre a APDF 779, mediante o método de análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin, por meio do qual foram criadas categorias para analisar a referida decisão. Foi possível, então, chegar ao resultado de que os ministros da Suprema Corte brasileira reconhecem, sim, a violência histórica e persistente contra a mulher e possuem, portanto, uma participação ativa na efetivação dos direitos das mulheres, enquanto representantes dos interesses sociais e guardiões da Carta Magna brasileira.
id PUC_CAMP-5_b435e4aa8c080e0d4f20d2b12acb6c0e
oai_identifier_str oai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/16899
network_acronym_str PUC_CAMP-5
network_name_str Repositório Institucional PUC-Campinas
repository_id_str
spelling A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799The unconstitutionality of the legitimate defense of honor thesis: a study of ADPF 799legítima defesa da honradominação masculinaADPF 779violência contra a mulherdireitos fundamentaislegitimate defense of honormale dominationviolence against womenfundamental rightsA legítima defesa da honra foi uma tese muito utilizada em sede de tribunal do júri, para buscar a impunidade pela prática de feminicídio. Por ter suas raízes nas Ordenações Filipinas, a sua construção refletiu muito da cultura e dos valores sociais que vigiam anos atrás. Contudo, também por ter sido uma tese utilizada até recentemente, demonstra nitidamente a persistência dessa cultura na sociedade brasileira, que reflete claramente o fenômeno da dominação masculina. Mas apenas há pouquíssimo tempo, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 779 de 2021, é que foi a legítima defesa da honra declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por violar princípios e direitos fundamentais previstos constitucionalmente, como o direito à vida e a dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi analisar os argumentos trazidos pelos ministros em seus votos, na ADPF 779 e, assim, compreender como se posicionaram frente a questões de desigualdade e violência de gênero. Para tanto, a metodologia adotada contempla a revisão bibliográfica e pesquisa documental, bem como o estudo sobre a APDF 779, mediante o método de análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin, por meio do qual foram criadas categorias para analisar a referida decisão. Foi possível, então, chegar ao resultado de que os ministros da Suprema Corte brasileira reconhecem, sim, a violência histórica e persistente contra a mulher e possuem, portanto, uma participação ativa na efetivação dos direitos das mulheres, enquanto representantes dos interesses sociais e guardiões da Carta Magna brasileira.The legitimate defense of honor was a defense thesis widely used in the court of the jury, to seek impunity for the practice of femicide. Having its roots in the Philippine Ordinances, its construction reflected much of the culture and social values that prevailed years ago. However, also because it was a thesis used until recently, it clearly demonstrates the persistence of this culture in Brazilian society, which clearly reflects the phenomenon of male domination. But only recently, through the Argument for Noncompliance with a Fundamental Precept - ADPF 779 of 2021, was the legitimate defense of honor declared unconstitutional by the Federal Supreme Court, for violating constitutionally provided principles and fundamental rights, such as the right to life and the dignity of the human person. In this way, the objective of the present research was to analyze the arguments brought by the ministers in their votes, in ADPF 779 and, thus, to understand how they positioned themselves in the face of issues of inequality and gender violence. To this end, the methodology adopted includes a bibliographic review and documental research, as well as the study of APDF 779, using the content analysis method proposed by Laurence Bardin, through which categories were created to analyze that decision. It was possible, then, to reach the result that the ministers of the Brazilian Supreme Court do recognize the historical and persistent violence against women and, therefore, have an active participation in the realization of women's rights, as representatives of social interests and guardians of the Brazilian Constitution.Não recebi financiamentoPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Ifanger, Fernanda Carolina de AraujoPontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)Misailidis, Bruna Helena Aro2023-05-05T12:03:08Z2023-05-05T12:03:08Z2022-12-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/168994643778192834716porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional PUC-Campinasinstname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)instacron:PUC_CAMP2023-05-05T12:03:09Zoai:repositorio.sis.puc-campinas.edu.br:123456789/16899Repositório InstitucionalPRIhttps://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/oai/requestsbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.bropendoar:2023-05-05T12:03:09Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)false
dc.title.none.fl_str_mv A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
The unconstitutionality of the legitimate defense of honor thesis: a study of ADPF 799
title A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
spellingShingle A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
Misailidis, Bruna Helena Aro
legítima defesa da honra
dominação masculina
ADPF 779
violência contra a mulher
direitos fundamentais
legitimate defense of honor
male domination
violence against women
fundamental rights
title_short A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
title_full A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
title_fullStr A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
title_full_unstemmed A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
title_sort A inconstitucionalidade da tese de legítima defesa da honra: um estudo da ADPF 799
author Misailidis, Bruna Helena Aro
author_facet Misailidis, Bruna Helena Aro
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ifanger, Fernanda Carolina de Araujo
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
dc.contributor.author.fl_str_mv Misailidis, Bruna Helena Aro
dc.subject.por.fl_str_mv legítima defesa da honra
dominação masculina
ADPF 779
violência contra a mulher
direitos fundamentais
legitimate defense of honor
male domination
violence against women
fundamental rights
topic legítima defesa da honra
dominação masculina
ADPF 779
violência contra a mulher
direitos fundamentais
legitimate defense of honor
male domination
violence against women
fundamental rights
description A legítima defesa da honra foi uma tese muito utilizada em sede de tribunal do júri, para buscar a impunidade pela prática de feminicídio. Por ter suas raízes nas Ordenações Filipinas, a sua construção refletiu muito da cultura e dos valores sociais que vigiam anos atrás. Contudo, também por ter sido uma tese utilizada até recentemente, demonstra nitidamente a persistência dessa cultura na sociedade brasileira, que reflete claramente o fenômeno da dominação masculina. Mas apenas há pouquíssimo tempo, por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 779 de 2021, é que foi a legítima defesa da honra declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por violar princípios e direitos fundamentais previstos constitucionalmente, como o direito à vida e a dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi analisar os argumentos trazidos pelos ministros em seus votos, na ADPF 779 e, assim, compreender como se posicionaram frente a questões de desigualdade e violência de gênero. Para tanto, a metodologia adotada contempla a revisão bibliográfica e pesquisa documental, bem como o estudo sobre a APDF 779, mediante o método de análise de conteúdo proposto por Laurence Bardin, por meio do qual foram criadas categorias para analisar a referida decisão. Foi possível, então, chegar ao resultado de que os ministros da Suprema Corte brasileira reconhecem, sim, a violência histórica e persistente contra a mulher e possuem, portanto, uma participação ativa na efetivação dos direitos das mulheres, enquanto representantes dos interesses sociais e guardiões da Carta Magna brasileira.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-12-15
2023-05-05T12:03:08Z
2023-05-05T12:03:08Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16899
4643778192834716
url http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16899
identifier_str_mv 4643778192834716
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional PUC-Campinas
instname:Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)
instacron:PUC_CAMP
instname_str Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)
instacron_str PUC_CAMP
institution PUC_CAMP
reponame_str Repositório Institucional PUC-Campinas
collection Repositório Institucional PUC-Campinas
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional PUC-Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS)
repository.mail.fl_str_mv sbi.bibliotecadigital@puc-campinas.edu.br
_version_ 1807210244301914112