A plenitude da vida através da morte: a escatologia de Hans Urs von Balthasar em diálogo com a medicina paliativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Gustavo Ferreira dos
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional PUC-Campinas
Texto Completo: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16653
Resumo: Diante da emblemática, desafiadora e sempre presente questão da morte, a teologia cristã tem buscado no mistério pascal de Cristo as respostas e seguranças para enfrentar esta paradigmática questão. Em dois milênios de existência e expansão pelo mundo, o cristianismo funda-se na certeza fundamental da ressurreição como o ato decisivo da história da salvação e, portanto, da história pessoal de cada homem e mulher de todos os tempos. É nesse contexto que o teólogo suíço Hans Urs von Balthasar desponta como um dos nomes mais notáveis da teologia do século passado, considerando a envergadura de sua reflexão escatológica no corpo de sua robusta produção teológica. Os escritos de Balthasar acerca do mistério pascal foram abordados nesse trabalho como forma de apresentar os elementos basilares da fé cristã na inegociável certeza da vida eterna, maneira pela qual a morte não significa fim da existência humana, mas abertura para uma realidade maior, transcendente e plena de sentido. Contudo, a obra balthasariana está indicada como pressuposto teológico para um diálogo com outra área do saber: a medicina paliativa. Através da metodologia da analogia estrutural, os textos de Balthasar foram lidos ao lado de uma obra de uma renomada médica especializada em cuidados paliativos, Ana Cláudia Quintana Arantes. A publicação de suas experiências ao longo de uma década trabalhando com pessoas na eminência de sua morte colaborou para que teologia e medicina se encontrassem num mesmo horizonte de sentido e de atuação: diante do sofrimento, da morte e da finitude, o homem ressignifica sua existência, revisita e compreende o sentido de sua vida justamente através de sua morte. Quando se acrescenta o dado da fé a este processo, as afinidades entre os escritos de Balthasar e Arantes ficam ainda mais estreitas. É, portanto, no diálogo metodologicamente ordenado que teologia e medicina se iluminam mutuamente e ambas se encontram no mesmo ponto: o homem, consciente de sua finitude, caminha pelo temporal, pelo efêmero, com desejo de eternidade, de plenitude. É a plenitude da vida através da morte, proclamada pela teologia de Balthasar e constatada pela medicina paliativa de Arantes.
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