REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Junqueira, Marciclene de Freitas Ribeiro
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1935
Resumo: Partindo de entrevistas semi-estruturadas, o presente trabalho pretende dar a conhecer o conteúdo das representações sociais da violência doméstica praticada por familiares em seus adolescentes, além de apontar a influência dessa violência no contexto social como decorrência inevitável da banalização do uso da droga. Dois grupos são considerados neste estudo: o Grupo 1, constituído por 21 familiares (responsáveis e irmãos) de adolescentes matriculados em uma escola pública de Goiânia, e o Grupo 2, composto por 17 familiares cujos adolescentes recebem acompanhamento do Conselho Tutelar da região Norte de Goiânia. Os resultados indicam que membros do Grupo 1 - avós e irmãos vêem a violência como algo inerente ao cotidiano da sociedade atual, ligada aos problemas da convivência familiar, enquanto os pais pertencentes a esse Grupo vêem a violência como um fenômeno da adolescência. As más condições de trabalho são invocadas para justificar a carência de acompanhamento familiar que se evidencia no processo educativo além do que, percebem a escola como elemento positivo capaz de auxiliar na prevenção à violência doméstica. Alunos de freqüência esporádica são considerados como descompromissados com a educação, sujeitos de atos de violência contra outros alunos, contra professores e contra funcionários da escola. Já no grupo 2 é reforçada a idéia do tráfico de drogas, depredações, culminando com ameaças de morte e, às vezes, com morte. A escola, para esse grupo, é vista como invasiva. No Grupo 2, familiares do Conselho Tutelar associam a violência ao próprio fenômeno da adolescência e à falta de religião que pauta a vida dos adolescentes. Nota-se que os sujeitos masculinos deste Grupo consideram a violência como inerente ao processo educativo do adolescente, enquanto os sujeitos femininos associam a dificuldade de educar os filhos à delinqüência. Tanto o grupo 1, quanto o grupo 2, consideram os adolescentes a população mais passível de violência na sociedade, com reais probabilidades de assassinato, em razão de freqüentarem locais perigosos e estarem expostos à situações que podem culminar em brigas entre grupos, assaltos, tiroteios, prisões e morte, além de habitarem locais que naturalmente, já são considerados áreas de risco. Em ambos os grupos há aversão à violência apenas quando termina em morte, especialmente se a ação é cometida pelo adolescente contra o responsável, ou responsáveis, ou se o sujeito da ação é o responsável contra o adolescente. Os dois grupos consideram grave o abuso sexual praticado por adultos inclusive pais e padrastos de adolescentes - contra adolescentes, ou destes contra crianças. Finalmente, ambos os grupos acordam que a população mais sujeita à violência doméstica são as mulheres e as crianças, seguidas pelos adolescentes e que os maiores responsáveis pelos atos de violência são o sujeitos do sexo masculino. Concordam, como conseqüência, que a banalização da violência passa pelo uso de drogas, em suas diversas manifestações.
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Os resultados indicam que membros do Grupo 1 - avós e irmãos vêem a violência como algo inerente ao cotidiano da sociedade atual, ligada aos problemas da convivência familiar, enquanto os pais pertencentes a esse Grupo vêem a violência como um fenômeno da adolescência. As más condições de trabalho são invocadas para justificar a carência de acompanhamento familiar que se evidencia no processo educativo além do que, percebem a escola como elemento positivo capaz de auxiliar na prevenção à violência doméstica. Alunos de freqüência esporádica são considerados como descompromissados com a educação, sujeitos de atos de violência contra outros alunos, contra professores e contra funcionários da escola. Já no grupo 2 é reforçada a idéia do tráfico de drogas, depredações, culminando com ameaças de morte e, às vezes, com morte. A escola, para esse grupo, é vista como invasiva. No Grupo 2, familiares do Conselho Tutelar associam a violência ao próprio fenômeno da adolescência e à falta de religião que pauta a vida dos adolescentes. Nota-se que os sujeitos masculinos deste Grupo consideram a violência como inerente ao processo educativo do adolescente, enquanto os sujeitos femininos associam a dificuldade de educar os filhos à delinqüência. Tanto o grupo 1, quanto o grupo 2, consideram os adolescentes a população mais passível de violência na sociedade, com reais probabilidades de assassinato, em razão de freqüentarem locais perigosos e estarem expostos à situações que podem culminar em brigas entre grupos, assaltos, tiroteios, prisões e morte, além de habitarem locais que naturalmente, já são considerados áreas de risco. Em ambos os grupos há aversão à violência apenas quando termina em morte, especialmente se a ação é cometida pelo adolescente contra o responsável, ou responsáveis, ou se o sujeito da ação é o responsável contra o adolescente. Os dois grupos consideram grave o abuso sexual praticado por adultos inclusive pais e padrastos de adolescentes - contra adolescentes, ou destes contra crianças. Finalmente, ambos os grupos acordam que a população mais sujeita à violência doméstica são as mulheres e as crianças, seguidas pelos adolescentes e que os maiores responsáveis pelos atos de violência são o sujeitos do sexo masculino. Concordam, como conseqüência, que a banalização da violência passa pelo uso de drogas, em suas diversas manifestações.From semi-structured interviews, this work intends to inform about the content of social representation of housing violence practiced by the family against their teenagers. Besides showing the influence of this violence at the social context, as an inevitable reason to tritely refer to the drugs consuming. Two groups were taken in account in this research: Group 1 is constituted by 21 teenager folks (guardian or brothers), enrolled at a public school in Goiânia. Group 2, is formed by 17 teenager folks, whose teenagers are attended by a Tutorial Counseling from the north side of the town. The results indicated that members from Group 1 grandparents and brothers see the violence as a daily consequence of the topical society, linked up to the family problems. While the parents, who belong to this Group, see the violence as an adolescence phenomenon. The bad conditions of working are invoked to justify the missing of familiar attending that shows up in the educational process, beyond their ability to notice the school as a positive element, capable to help on prevention of housing violence. The student who doesn t attend classes very often is considered as relapse with education, responsible for violent behavior with other students, teachers and employees. On group 2, is reinforced the idea of the drugs traffic, vandalize, along with death menace and, sometimes, with the own death. The school, for this group is taken as invasive. Folks from the Tutorial Counseling associate the violence to the adolescence and the religion abstention, because normally it helps teenagers figure out their bounds .We can notice that the male part of this group consider the violence as a characteristic from teenager s educational process, while the female part associate some difficulties to educate their kids to delinquency. Both groups, agree that teens are the biggest part of population vulnerable to violence, with concrete possibilities of being murdered due attending dangerous places, being exposed to all kinds of risky situations, just like murdering, shootings, death beyond their own neighborhood, already judged as a suspect area. They either agree to dislike violence only when it comes along with death, especially if the action is made by a teen against his guardians or vice-versa. The other point they still have the same opinion about, is the aversion to sexual abuse against children and teens made by folks.Pontifícia Universidade Católica de GoiásCiências HumanasBRPUC GoiásPsicologiaCampos, Pedro Humberto FariaMacêdo, Kátia Barbosahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781842A0Souza, Dalva Maria Borges de Lima Dias dehttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4700437T8Junqueira, Marciclene de Freitas Ribeiro2016-07-27T14:21:10Z2006-11-292003-02-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfJUNQUEIRA, Marciclene de Freitas Ribeiro. REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES. 2003. 125 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2003.http://localhost:8080/tede/handle/tede/1935porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2024-03-07T18:37:01Zoai:ambar:tede/1935Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932024-03-07T18:37:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false
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