Gênese da religião segundo Freud

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Menezes, Maria Célia de
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/921
Resumo: O trabalho pretende abordar a gênese da religião segundo Freud. A despeito de ser ele ateu, não discute a existência ou não de Deus. Prefere entender, segundo o aparato psíquico por ele criado, não as raízes profundas dos sentimentos religiosos, mas aquilo que o homem entende por religião,como ele mesmo disse em Futuro de uma Ilusão. Para isso criou um mito que explicaria o início da religião. Houve um ato inaugural, a morte do pai primitivo pelos filhos, que deflagra a religião e ao mesmo tempo a primeira lei social, a exogamia. Este momento inaugural inicia uma cadeia de novos atos que trarão conseqüências no social. A elaboração se faz em cima de reflexões freudianas sobre o assassinato do pai e a rivalidade dos irmãos, como um elemento constitutivo da cultura. É o Édipo coletivo, que proíbe o que é mais ardentemente desejado: a morte do pai e o incesto, que dá sustentação ao Édipo individual como realidade histórica. A lei do pai primevero só se torna lei edípica quando da sua morte. Daí o pai ser mítico, representado, desde então, pelo totem. Por ser mítico, provoca referência e temor, instalando a função paterna que castra e impõe lei, possibilitando o nascimento da cultura. A passagem da força bruta à civilização instala a neurose, graças ao Édipo que se sobrepõe. A religião, como pertencente à cultura, só é possível graças a esta passagem. Assim, religião e civilização nascem de um mesmo momento inaugural: morte do pai, a repressão deste desejo, do desejo insatisfeito e da vontade de transgressão das normas. Sentimentos ambivalentes sustentam a culpa e a vontade de redimir. São eles, juntamente com a nostalgia do pai, os determinantes psíquicos da religião.
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