Segurança do paciente nos procedimentos de reuso de capilares e linhas em hemodiálise

• Autor(a) principal: Moreira, Flávia Alves
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
• Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4613
• topic: Diálise renal; Renal dialysis; Patient safety; Hemodialysis unit; Hospital; Ciências da Saúde

A insuficiência renal crônica (IRC) representa um problema de saúde pública no Brasil. Apresenta elevada morbidade e mortalidade e leva a dependência do tratamento terapêutico de substituição renal e, consecutivamente, do uso do sistema de hemodiálise, com finalidade de depuração de substâncias indesejáveis. Para que o cuidado do tratamento de hemodiálise seja seguro é necessário construir uma cultura de segurança do paciente, em que profissionais e serviços compartilhem práticas, valores, atitudes e comportamentos de redução do dano e promoção do cuidado seguro ao paciente. Estudo descritivo, desenvolvido com o objetivo de caracterizar os procedimentos que comprometem a segurança do paciente submetido ao tratamento de hemodiálise durante o reuso do sistema. Participaram do estudo 110 pacientes que realizavam o tratamento de substituição renal, na modalidade de hemodiálise, em uma cidade da região Sudoeste da Bahia onde atende à demanda de 24 municípios da microrregião. Para coleta de dados realizou-se observações diretas que foram registradas em um checklist e entrevistas semiestruturadas com os pacientes. A observação do ciclo da hemodiálise e dos procedimentos relacionados teve início a partir da entrada do paciente até o término da terapia e início do processamento do sistema para o reuso. Foram avaliados os 110 pacientes participantes do processo e os sistemas de hemodiálise, considerando o número máximo de reuso, conforme preconizado pela ANVISA. A partir da análise constatou-se que o sistema de hemodiálise tem sido trocado num período menor do que o permitido, devido a falhas mecânicas. Falhas essas que consistiram na demora da administração da heparina no sistema de diálise com posterior coagulação do sistema, bem como o não cumprimento das normas e regras em relação à correta identificação do sistema e do paciente. Tais erros, e possibilidades de erros, comprometem a segurança do paciente, uma vez que as falhas e atitudes errôneas somadas a não aderência do profissional à higiene das mãos, durante a assistência ao paciente, interferem na qualidade dos cuidados e na segurança do mesmo, que fica exposto ao risco de infecção e de morte. Os serviços de hemodiálise devem rever os processos assistenciais e adotar condutas e práticas baseadas em evidências que culminem na redução de eventos adversos e na máxima segurança do paciente. Conclui-se que a hemodiálise, com o reuso de capilares e linhas, compromete a segurança do paciente e que os dados registrados na pesquisa sinalizam uma relação custo-benefício do reuso pouco efetiva indicando, a necessidade de avaliar a normalização de uso do sistema para a saúde, como de uso único, em detrimento do comprometimento da segurança do paciente