A TRANSFERÊNCIA DA ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES DA CIDADE DE GOIÁS PARA A NOVA CAPITAL: CONTRIBUIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO IFG.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sá, Helvécio Goulart Malta de
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1123
Resumo: Nesta dissertação de mestrado, apresenta-se uma pesquisa que teve como objetivo geral analisar a estruturação da Escola Técnica de Goiânia (ETG), no contexto da Reforma Capanema e das políticas educacionais empreendidas no Período Vargas. A instituição surgiu, em 1909, na cidade de Goiás, como Escola de Aprendizes Artífices, e passou por várias transformações, ao longo de sua história, até se tornar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), em 2008. Devido à mudança da capital do Estado de Goiás, em 1942, a Escola foi transferida para Goiânia. Estudar este momento da história do IFG é fundamental para compreender os rumos que a instituição tomou ao longo de sua trajetória. A efervescência deste momento político nos instiga a indagar: quais as principais mudanças e permanências na organização e na estrutura da instituição ocorridas durante o processo de transferência da Escola de Aprendizes Artífices da cidade de Goiás para Goiânia? A abordagem epistemológica é o materialismo dialético, que se baseia na análise das estruturas econômicas presentes e da dinâmica das sociedades humanas com o objetivo de orientar a práxis social. Os procedimentos de coleta de informações são: análise de documentos primários e secundários, além de entrevistas com alunos que vivenciaram os primeiros momentos da instituição, em Goiânia, e construíram coletivamente sua história. Foram levantados documentos referentes à fase inicial da ETG nos arquivos da Fundação Cultural Frei Simão Dorvi e do Museu das Bandeiras, na cidade de Goiás. Na secretaria do IFG, consultaram-se registros escolares para selecionar os sujeitos da entrevista e apreender o currículo e a organização do ensino da época. Foram realizadas entrevistas com quatro egressos que pertenceram às três primeiras turmas da ETG. Os documentos encontrados e as entrevistas realizadas demonstram a relevância da instituição no momento de mudança da capital do estado. A transferência da Escola realizou-se em um momento histórico de expectativas de progresso econômico, social e cultural do país e do estado. Diante disso, a instituição assumiu a missão de contribuir para esse processo, formando trabalhadores que ajudariam a edificar um futuro glorioso para Goiás e para o país. Com este espírito, sua organização e sua estrutura não poderiam se manter idênticas àquelas assumidas pela Escola de Aprendizes Artífices, na antiga capital. Foram muitas as mudanças apreendidas nesta investigação, que não se restringem à localização e à modernidade de suas instalações físicas, maquinários e equipamentos. A clientela alterou-se. Não bastava mais ser pobre e ter a idade requerida, era preciso ter concluído o ensino primário e ser selecionado por meio de um exame de admissão, o que demonstra o caráter mais seletivo da ETG. Por funcionar em tempo integral, ela não possibilitava a permanência de estudantes que precisassem trabalhar para se manter. Outra novidade foi a presença de mulheres, a partir da turma de 1944. O nível de ensino deixou de ser o primário e passou a ser o ensino médio. Por isso, além do caráter de terminalidade, por qualificar para uma determinada profissão, a conclusão dos estudos na Escola permitia, também, o acesso ao nível superior. Foram criados novos cursos, voltados para a área industrial, apesar de ter sido mantida, no ensino básico, a formação para ofícios mais artesanais. Foi aberta a possibilidade do internato, para os alunos provenientes de outras cidades. Isso demonstra que a nova escola passou a atrair pessoas de outras regiões. A gestão era autoritária, centralizada e rigidamente hierarquizada. A rotina e a disciplina eram organizadas de forma a modelar o caráter do trabalhador dedicado e competente, para inserir o Brasil no caminho do progresso.
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Na secretaria do IFG, consultaram-se registros escolares para selecionar os sujeitos da entrevista e apreender o currículo e a organização do ensino da época. Foram realizadas entrevistas com quatro egressos que pertenceram às três primeiras turmas da ETG. Os documentos encontrados e as entrevistas realizadas demonstram a relevância da instituição no momento de mudança da capital do estado. A transferência da Escola realizou-se em um momento histórico de expectativas de progresso econômico, social e cultural do país e do estado. Diante disso, a instituição assumiu a missão de contribuir para esse processo, formando trabalhadores que ajudariam a edificar um futuro glorioso para Goiás e para o país. Com este espírito, sua organização e sua estrutura não poderiam se manter idênticas àquelas assumidas pela Escola de Aprendizes Artífices, na antiga capital. Foram muitas as mudanças apreendidas nesta investigação, que não se restringem à localização e à modernidade de suas instalações físicas, maquinários e equipamentos. A clientela alterou-se. Não bastava mais ser pobre e ter a idade requerida, era preciso ter concluído o ensino primário e ser selecionado por meio de um exame de admissão, o que demonstra o caráter mais seletivo da ETG. Por funcionar em tempo integral, ela não possibilitava a permanência de estudantes que precisassem trabalhar para se manter. Outra novidade foi a presença de mulheres, a partir da turma de 1944. O nível de ensino deixou de ser o primário e passou a ser o ensino médio. Por isso, além do caráter de terminalidade, por qualificar para uma determinada profissão, a conclusão dos estudos na Escola permitia, também, o acesso ao nível superior. Foram criados novos cursos, voltados para a área industrial, apesar de ter sido mantida, no ensino básico, a formação para ofícios mais artesanais. 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