Um grupo terapêutico vivendo o luto na terceira idade: um estudo qualitativo

• Autor(a) principal: Freire, Anna Laura Leal
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
• Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4918
• topic: Idosos; Luto; Grupos terapêuticos; Terapias comportamentais contextuais; Therapeutic groups; Contextual behavioral therapies; Elderly; Mourning; Ciências Humanas; Psicologia

A terceira idade é uma etapa do desenvolvimento humano marcada por recorrentes perdas: físicas, sociais, psicológicas. No entanto, nenhuma perda tende a ser maior do que aquela relacionada ao falecimento de alguém querido. O processo de luto está atrelado à maneira como a pessoa consegue elaborar essa ausência. A intensidade da dor costuma acompanhar a importância do laço afetivo. Porém, a duração do sofrimento e o nível do dano psicológico dependem dos recursos psicossociais, das habilidades e do contexto da pessoa, elementos que podem ser prejudicados na terceira idade. Este estudo apresenta um grupo semiestruturado e objetivou averiguar se e por via de quais mudanças e processos clínicos o grupo proposto favorece uma melhor elaboração do luto. Nove idosos enlutados participaram em 8 encontros (sendo 1 encontro por semana), com duração de 2 horas e meia cada. Foi implementado um trabalho vivencial e interpessoal, integrando os princípios das terapias comportamentais contextuais e dos grupos comunitários, norteado pelos modelos contemporâneos do luto. Seguindo os preceitos da Grounded Theory Analysis, o áudio das sessões foi transcrito e analisado em etapas: codificação analítica (ou aberta); codificação focada; construção de categorias emergentes das codificações. Memos foram elaborados baseados nos diários de campo da pesquisadora e sua equipe. O modelo teórico que emergiu desse material descreve o processo pelo qual o grupo passou. Nele, o ponto de partida é caracterizado por vivências dolorosas e por respostas tanto problemáticas quanto proativas. No decorrer do grupo foram identificados comportamentos contraprodutivos e processos curativos. Se destacam: socialização, abertura para o outro, reagir contra os comportamentos contraprodutivos, aceitação das emoções vindo à tona, envolvimento ativo e a integração dos contatos com a perda e restauração. A ressignificação do luto passou principalmente pelo resgate do que é importante. O êxito foi caracterizado, sobretudo, por ampliação de horizonte e disponibilidade afetiva para o outro. Os resultados permitem afirmar a viabilidade de uma terapia contextual para grupos de idosos enlutados