INỸ - HISTÓRIA E IDENTIDADE CULTURAL ÍNDIOS KARAJÁ DE BURIDINA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Araujo Junior, Mozart Martins de
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3576
Resumo: Por que os Karajá sobreviveram diante do processo de ocupação da sociedade nacional em seu território tradicional? A resposta é simples, pois, existe algo no processo de resistência dos Karajá mantido na sua histórica memória revelada na unidade da identidade cultural tradicional: Os INY, que em português pode ser traduzido na palavra NÓS. Tradicionalmente, os Karajá se autodenominam INY, que no dialeto tradicional quer dizer a sociedade mantida na pluralidade do referido nome. Esta é a subjetividade, que na identidade cultural manteve a coesão, a unidade e a sobrevivência desta etnia centenária, habitantes das matas do Rio Araguaia. Assim, este trabalho tem o objetivo de retomar e discutir a memória e a identidade cultural da etnia Karajá de Aruanã Goiás, com a pretensão de abordar, historicamente, a trajetória desta nação, a partir do recuo no passado remoto até a atualidade, a rigor, para a realização da pesquisa, procurei, no universo das referências teóricas disponíveis, a literatura histórica e antropológica os autores que estudaram as etnias do tronco linguístico macro-jê, onde se encontram classificados os Karajá e seus subgrupos. Assim, no escopo de análise da dissertação, elegem-se historiadores que, de fato, estudaram os Karajá: Zoroastro (1941), Ataídes (1970), Melatti (1970), Socorro (2001), Amaral (1992), Barbosa (2002), Silva; Rocha (2006), Funare et. al. (2007), Silva (2009) et.al. Ressalta-se que, os Karajá de Buridina viram, aos poucos, seus territórios tradicionais serem minados, ao ponto de, até muito recentemente, terem sido confinados a um pequeno conjunto de casas à beira de um barranco que está sendo aos poucos erodido pela ação do tempo e do rio Araguaia. Os Karajá, ao longo dos dois últimos séculos, tentam preservar a sua cultura com base na luta de sobrevivência, na resistência cultural, face à violência das diversas e diferentes formas que se viram confrontados com a presença do colonizador na ocupação de seu território milenar e, que no decurso de sua história foram atropelados pelas ações do processo de povoamento do colonizador no Brasil e a inevitável ocupação de seus territórios tradicionais, reduzindo-os a três áreas fragmentadas e pressionadas pela pecuária, agricultura e, mais recentemente, pelo turismo. É em decorrência desse processo histórico, que os Karajá procuram se organizar a partir da estratégia na defesa de seu território milenar, que corre riscos inevitáveis de por conta da ocupação acelerada do bioma do cerrado. Neste desaparecer de cenário, os Karajá tentam preservar a fauna e a flora, que também são patrimônios naturais que podem desaparecer. É neste contexto de degradação do território indígena promovido pela presença do colonizador, que as comunidades indígenas procuram manter a sua integridade física e cultural, desvanecendo-se à sombra dos desmatamentos e de outras formas de degradação ambiental que assolam o município da cidade de Aruanã. Mergulhados, por um lado, na tradição que marca o Rio Araguaia como o eixo central de sua cosmologia e, por outro, no ethos urbano de um município que atende as demandas do capitalismo global, aos Karajá cabe o enfrentamento dos inúmeros desafios a sua sobrevivência física e cultural. O povoamento do Brasil e, consequentemente de Goiás, ao longo dos séculos associou a referida ocupação do território com o desenvolvimento de uma economia voltada exclusivamente para a metrópole, dando inicio a um processo expansionista que desencadeou a redução, fragmentação e perda dos territórios tradicionais, comprometendo, violentamente, a identidade INY mantida até o presente.
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Assim, este trabalho tem o objetivo de retomar e discutir a memória e a identidade cultural da etnia Karajá de Aruanã Goiás, com a pretensão de abordar, historicamente, a trajetória desta nação, a partir do recuo no passado remoto até a atualidade, a rigor, para a realização da pesquisa, procurei, no universo das referências teóricas disponíveis, a literatura histórica e antropológica os autores que estudaram as etnias do tronco linguístico macro-jê, onde se encontram classificados os Karajá e seus subgrupos. Assim, no escopo de análise da dissertação, elegem-se historiadores que, de fato, estudaram os Karajá: Zoroastro (1941), Ataídes (1970), Melatti (1970), Socorro (2001), Amaral (1992), Barbosa (2002), Silva; Rocha (2006), Funare et. al. (2007), Silva (2009) et.al. Ressalta-se que, os Karajá de Buridina viram, aos poucos, seus territórios tradicionais serem minados, ao ponto de, até muito recentemente, terem sido confinados a um pequeno conjunto de casas à beira de um barranco que está sendo aos poucos erodido pela ação do tempo e do rio Araguaia. Os Karajá, ao longo dos dois últimos séculos, tentam preservar a sua cultura com base na luta de sobrevivência, na resistência cultural, face à violência das diversas e diferentes formas que se viram confrontados com a presença do colonizador na ocupação de seu território milenar e, que no decurso de sua história foram atropelados pelas ações do processo de povoamento do colonizador no Brasil e a inevitável ocupação de seus territórios tradicionais, reduzindo-os a três áreas fragmentadas e pressionadas pela pecuária, agricultura e, mais recentemente, pelo turismo. É em decorrência desse processo histórico, que os Karajá procuram se organizar a partir da estratégia na defesa de seu território milenar, que corre riscos inevitáveis de por conta da ocupação acelerada do bioma do cerrado. Neste desaparecer de cenário, os Karajá tentam preservar a fauna e a flora, que também são patrimônios naturais que podem desaparecer. É neste contexto de degradação do território indígena promovido pela presença do colonizador, que as comunidades indígenas procuram manter a sua integridade física e cultural, desvanecendo-se à sombra dos desmatamentos e de outras formas de degradação ambiental que assolam o município da cidade de Aruanã. Mergulhados, por um lado, na tradição que marca o Rio Araguaia como o eixo central de sua cosmologia e, por outro, no ethos urbano de um município que atende as demandas do capitalismo global, aos Karajá cabe o enfrentamento dos inúmeros desafios a sua sobrevivência física e cultural. O povoamento do Brasil e, consequentemente de Goiás, ao longo dos séculos associou a referida ocupação do território com o desenvolvimento de uma economia voltada exclusivamente para a metrópole, dando inicio a um processo expansionista que desencadeou a redução, fragmentação e perda dos territórios tradicionais, comprometendo, violentamente, a identidade INY mantida até o presente.Why Karaja survived before the occupation process of the national society in its traditional territory? The answer is simple, because there is something in the process of resistance Karajá kept in its historical memory revealed in the unity of traditional cultural identity: The INY, which can be translated into Portuguese the word WE. Traditionally, Karajá call themselves INY, which means the traditional dialect society held in plurality of said name. This is the subjectivity that the cultural identity maintained cohesion, unity and survival of this ancient race, inhabitants of the forests of the Rio Araguaia. This study aims to revisit and discuss the memory and cultural identity of Indians in Karajá Aruanã Goiás, with the intention of addressing, historically, the trajectory of this indigenous nation, from the retreat in the remote past to the present. Strictly speaking, for the research, looked at the universe of theoretical references available, the historical and anthropological literature authors who studied the ethnic linguistic branch of macro-Ge, where they are ranked the Karajá and its subgroups. Thus, the scope of analysis of the dissertation, elect to historians who actually studied the Karajá: Zoroaster (1941), Ataídes (1970), Metatti (1970), Prous (1997), Davis (1997), Socorro (2001), Amaral (1992), Barbosa (2002), Silva; Rocha (2006), et Funare. al. (2007), Silva (2009) et.al. It is noteworthy that the Karajá Burdina seen gradually being undermined their traditional territories, to the point where, until recently, been confined to a small group of houses on the edge of a ravine that is slowly being eroded by the action time and Araguaia River. The Karajá over the last two centuries, trying to preserve their culture based on the struggle for the survival of their ethnic groups supported the cultural resistance against the violence and the various forms that were faced with the presence of the colonizer in the occupation of their ancient territory and, in the course of its history were submerged by the actions of the process of settlement of the colonizer in Brazil and the inevitable occupation of their traditional lands, reducing them to three fragmented areas and pressure from livestock, agriculture, and more recently by tourism. It is due to this historical process, the Karajá seek to organize from the strategy in defending its territory millennial who is at risk of unavoidable due to the rapid occupation of cerrado biome. In this scenario disappear, that Karajá millennially preserve the flora and fauna, which are also natural heritage that is at risk of disappearing. It is in this context of degradation of indigenous territory promoted by the presence of the colonizer, that indigenous communities seek to maintain their physical and cultural integrity, fading in the shadow of deforestation and other forms of environmental degradation plaguing the city municipality Arowana. Dipped one hand, the tradition that mark the Rio Araguaia as the linchpin of their cosmology and, secondly, the urban ethos of a municipality that meets the demands of global capitalism, it Karajá to face the numerous challenges to their survival physical and cultural. The population of Brazil, and consequently of Goiás, for centuries associated with that occupation of the territory with the development of an economy geared exclusively to the metropolis, giving birth to an expansion process that triggered the reduction, fragmentation and loss of traditional territories, committing violently identity INY maintained to the present.Pontifícia Universidade Católica de GoiásEscola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de HistóriaBrasilPUC GoiásPrograma de Pós-Graduação STRICTO SENSU em HistóriaJorge, Luiz Eduardohttp://lattes.cnpq.br/9261836167931343Tiballi, Elianda Figueiredo Aranteshttp://lattes.cnpq.br/1828025455687021Lima Filho, Manuel Ferreirahttp://lattes.cnpq.br/9114125597206149Araujo Junior, Mozart Martins de2017-01-09T12:55:25Z2012-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfAraujo Junior, Mozart Martins de. INỸ - HISTÓRIA E IDENTIDADE CULTURAL ÍNDIOS KARAJÁ DE BURIDINA. 2012. 92 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em História) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia - GO.http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3576porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2017-01-10T03:00:15Zoai:ambar:tede/3576Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932017-01-10T03:00:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false
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