EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE UMA LEITURA DE FOUCAULT

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barreto, Marcos Rogério Pires
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)
Texto Completo: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1227
Resumo: Esta dissertação trata da relação entre subjetividade e educação a partir da percepção que Foucault tem do sujeito moderno. É uma pesquisa bibliográfica, cujo principal referencial teórico é a História da Sexualidade. Inicialmente, a vida e a obra de Foucault são contextualizadas, seus deslocamentos teóricos que permitiram estudar sua Arqueologia, sua Genealogia e a formação de subjetividades. A busca do filósofo francês, em sua última fase, é saber como pôde ser produzido acerca da sexualidade um saber e por que ela é objeto de grande problematização. Percebe-se que a hipótese repressiva não é forma de manifestação do poder na sexualidade, mas certa exigência em se confessar os desejos e os prazeres, toda essa ciência em volta do sexo. O sujeito moderno é assujeitado pelo poder disciplinar isoladamente e em conjunto pelo biopoder. Para compreender como o homem se constitui enquanto sujeito moral, Foucault retorna aos gregos que cultivaram uma moral que não se baseava na rigidez fria das regras, mas onde o sujeito se formava de forma autônoma e livre. Apesar da maior liberdade sexual existia na antiguidade uma intensa problematização dos prazeres, que levaram o homem adulto e livre a submeter-se às técnicas de si e assim dar um estilo à própria vida com o intuito de garantir o seu papel de cidadão. Assim desenvolveram uma dietética, uma econômica e uma erótica. Se a pederastia era aceita e até valorizada na Grécia Antiga, sobre ela é que se desenvolveram as maiores problematizações morais. É em relação à erótica corrente que Platão encontra uma solução diferente, ao substituir a questão da honra do rapaz pela verdade e com isso o político cede lugar ao racional. Platão inaugura uma tradição que resiste até hoje, em que o que está em jogo é a verdade e não as relações políticas, a ars erótica cede lugar a uma scientia sexualis . A centralidade da verdade vai constituir tanto o sujeito como o pensamento moderno e a educação é um instrumento dessa formação de subjetividade.
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O sujeito moderno é assujeitado pelo poder disciplinar isoladamente e em conjunto pelo biopoder. Para compreender como o homem se constitui enquanto sujeito moral, Foucault retorna aos gregos que cultivaram uma moral que não se baseava na rigidez fria das regras, mas onde o sujeito se formava de forma autônoma e livre. Apesar da maior liberdade sexual existia na antiguidade uma intensa problematização dos prazeres, que levaram o homem adulto e livre a submeter-se às técnicas de si e assim dar um estilo à própria vida com o intuito de garantir o seu papel de cidadão. Assim desenvolveram uma dietética, uma econômica e uma erótica. Se a pederastia era aceita e até valorizada na Grécia Antiga, sobre ela é que se desenvolveram as maiores problematizações morais. É em relação à erótica corrente que Platão encontra uma solução diferente, ao substituir a questão da honra do rapaz pela verdade e com isso o político cede lugar ao racional. Platão inaugura uma tradição que resiste até hoje, em que o que está em jogo é a verdade e não as relações políticas, a ars erótica cede lugar a uma scientia sexualis . A centralidade da verdade vai constituir tanto o sujeito como o pensamento moderno e a educação é um instrumento dessa formação de subjetividade.This is a study of the relation between subjectivity and education according to Foucault s perception of the modern subject. It is a bibliographical research, whose principal theoretical reference is the History of Sexuality. Firstly, the life and work of Foucault are contextualized and his shifting theory is analyzed to make a study of his Archeology, Genealogy and the formation of subjectivities possible. In his final phase, the French philosopher tries to find out how knowledge about sexuality can be produced and why it is the object of such great questioning. It can be seen that the repressive hypothesis is not a form of the manifestation of power in sexuality, but a certain need to confess desires and pleasures, all this science around sex. The modern subject is subjected by disciplinary power, and as a whole by the bio-power. In order to understand how a person becomes a moral subject, Foucault goes back to the Greeks who cultivated a morality not based on the cold rigidity of rules but where the subject is formed in an autonomous and free manner. Despite the greater sexual freedom in antiquity there was an intense questioning of pleasures which led the free adult to submit themselves to their techniques and thus give style to their own lives with the aim of guaranteeing their role of citizen. They thus developed dietetics, economics and erotics. If pederasty was accepted and even appreciated in Ancient Greece, it was in this field that the greatest moral questioning arose. In relation to the erotics then current, Plato found a different solution by substituting the question of the youth s honor with truth and with this the political gives way to the rational. Plato inaugurated a tradition which still exists, in which what is at stake is the truth and not political relations, the ars erotica gives way to a scientia sexualis . Both the centrality of truth and modern thought will constitute the subject and education is a tool of this formation of subjectivity.Pontifícia Universidade Católica de GoiásCiências HumanasBRPUC GoiásEducaçãoTernes, Joséhttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796259Y9Mesquita, Deise Nanci de Castrohttp://lattes.cnpq.br/4043217912376564Brito, Maria Helena de Oliveirahttp://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787344H1Barreto, Marcos Rogério Pires2016-07-27T13:54:21Z2009-07-302008-09-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBARRETO, Marcos Rogério Pires. EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE UMA LEITURA DE FOUCAULT. 2008. 76 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, GOIÂNIA, 2008.http://localhost:8080/tede/handle/tede/1227porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás)instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)instacron:PUC_GO2024-05-07T22:27:57Zoai:ambar:tede/1227Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://tede2.pucgoias.edu.br:8080/http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/oai/requesttede@pucgoias.edu.br||tede@pucgoias.edu.bropendoar:65932024-05-07T22:27:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS (TEDE-PUC Goiás) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)false
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