O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Renaud, Vinícius Loureiro
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297
Resumo: Propõe-se aqui a apresentar o modo como Sartre tematiza o conceito de “liberdade” na quarta parte de seu livro O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Ainda que a liberdade seja o tema da filosofia sartriana como um todo, e esteja presente em toda a sua obra (filosófica ou ficcional), no trecho do ensaio supracitado, o autor aborda especificamente a questão de um modo bastante objetivo e esclarecer, iluminando e correlacionando a temática da liberdade com os principais conceitos de O ser e o nada (e sobretudo seus escritos das décadas de 1940 e 1950). A quarta parte de O ser e o nada, intitulada “Ter, fazer e ser”, expõe a liberdade concreta, em situação, em oposição a uma liberdade abstrata. Ter, fazer e ser são categorias cardeais da realidade humana, que permitem clarificar a conduta do para-si buscando, incessantemente, ser um em-si-para-si. Sartre diz que com isso se pode entender o para-si a partir da ação, em que esta é pura expressão da liberdade. A liberdade, nesse sentido, é compreendida como nadificação, não tem essência, daí a crítica de Sartre a toda forma de determinismo. Em Sartre, a liberdade não é uma qualidade ou característica a mais no homem, como se, além de ser homem, se fosse livre. O homem é livre, liberdade e homem são a mesma coisa na filosofia sartriana, em que se fazer, agir, ou seja, escolher, é tentar ser definitivamente – o que resulta em ser condenado à liberdade e fracassar. A partir do modo como Sartre tematiza a liberdade, é possível entender que um motivo ou móbil só pode fazer sentido e ter importância para uma ação-escolha segundo um determinado projeto original do para-si (de tentar ser um em-si), o que acaba por expor os conceitos de “angústia” e “responsabilidade” correlacionados à liberdade.
id PUC_MG-2_623b51ada4062fb1e8c1c9045ea10016
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6297
network_acronym_str PUC_MG-2
network_name_str Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
repository_id_str
spelling O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.SartreLiberdadeExistencialismoPropõe-se aqui a apresentar o modo como Sartre tematiza o conceito de “liberdade” na quarta parte de seu livro O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Ainda que a liberdade seja o tema da filosofia sartriana como um todo, e esteja presente em toda a sua obra (filosófica ou ficcional), no trecho do ensaio supracitado, o autor aborda especificamente a questão de um modo bastante objetivo e esclarecer, iluminando e correlacionando a temática da liberdade com os principais conceitos de O ser e o nada (e sobretudo seus escritos das décadas de 1940 e 1950). A quarta parte de O ser e o nada, intitulada “Ter, fazer e ser”, expõe a liberdade concreta, em situação, em oposição a uma liberdade abstrata. Ter, fazer e ser são categorias cardeais da realidade humana, que permitem clarificar a conduta do para-si buscando, incessantemente, ser um em-si-para-si. Sartre diz que com isso se pode entender o para-si a partir da ação, em que esta é pura expressão da liberdade. A liberdade, nesse sentido, é compreendida como nadificação, não tem essência, daí a crítica de Sartre a toda forma de determinismo. Em Sartre, a liberdade não é uma qualidade ou característica a mais no homem, como se, além de ser homem, se fosse livre. O homem é livre, liberdade e homem são a mesma coisa na filosofia sartriana, em que se fazer, agir, ou seja, escolher, é tentar ser definitivamente – o que resulta em ser condenado à liberdade e fracassar. A partir do modo como Sartre tematiza a liberdade, é possível entender que um motivo ou móbil só pode fazer sentido e ter importância para uma ação-escolha segundo um determinado projeto original do para-si (de tentar ser um em-si), o que acaba por expor os conceitos de “angústia” e “responsabilidade” correlacionados à liberdade.Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte2013-12-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297Sapere Aude; v. 4 n. 8 (2013): DOSSIÊ 100 ANOS DE PAUL RICOEUR; 294-300Sapere Aude - Journal of Philosophy; Vol 4 No 8 (2013): DOSSIÊ 100 ANOS DE PAUL RICOEUR; 294-3002177-63422176-2708reponame:Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)instacron:PUC_MGporhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297/6026Renaud, Vinícius Loureiroinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-07-14T02:56:58Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6297Revistahttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAudePRIhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/oairevisapereaude@gmail.com || sergio10@pucminas.br2177-63422176-2708opendoar:2023-07-14T02:56:58Sapere Aude (Belo Horizonte. Online) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)false
dc.title.none.fl_str_mv O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
title O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
spellingShingle O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
Renaud, Vinícius Loureiro
Sartre
Liberdade
Existencialismo
title_short O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
title_full O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
title_fullStr O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
title_full_unstemmed O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
title_sort O conceito de "liberdade" em O ser e o nada de Sartre: um recorte a partir do fazer, do ter e do ser.
author Renaud, Vinícius Loureiro
author_facet Renaud, Vinícius Loureiro
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Renaud, Vinícius Loureiro
dc.subject.por.fl_str_mv Sartre
Liberdade
Existencialismo
topic Sartre
Liberdade
Existencialismo
description Propõe-se aqui a apresentar o modo como Sartre tematiza o conceito de “liberdade” na quarta parte de seu livro O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Ainda que a liberdade seja o tema da filosofia sartriana como um todo, e esteja presente em toda a sua obra (filosófica ou ficcional), no trecho do ensaio supracitado, o autor aborda especificamente a questão de um modo bastante objetivo e esclarecer, iluminando e correlacionando a temática da liberdade com os principais conceitos de O ser e o nada (e sobretudo seus escritos das décadas de 1940 e 1950). A quarta parte de O ser e o nada, intitulada “Ter, fazer e ser”, expõe a liberdade concreta, em situação, em oposição a uma liberdade abstrata. Ter, fazer e ser são categorias cardeais da realidade humana, que permitem clarificar a conduta do para-si buscando, incessantemente, ser um em-si-para-si. Sartre diz que com isso se pode entender o para-si a partir da ação, em que esta é pura expressão da liberdade. A liberdade, nesse sentido, é compreendida como nadificação, não tem essência, daí a crítica de Sartre a toda forma de determinismo. Em Sartre, a liberdade não é uma qualidade ou característica a mais no homem, como se, além de ser homem, se fosse livre. O homem é livre, liberdade e homem são a mesma coisa na filosofia sartriana, em que se fazer, agir, ou seja, escolher, é tentar ser definitivamente – o que resulta em ser condenado à liberdade e fracassar. A partir do modo como Sartre tematiza a liberdade, é possível entender que um motivo ou móbil só pode fazer sentido e ter importância para uma ação-escolha segundo um determinado projeto original do para-si (de tentar ser um em-si), o que acaba por expor os conceitos de “angústia” e “responsabilidade” correlacionados à liberdade.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-12-23
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297
url http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://periodicos.pucminas.br/index.php/SapereAude/article/view/6297/6026
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte
publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Belo Horizonte
dc.source.none.fl_str_mv Sapere Aude; v. 4 n. 8 (2013): DOSSIÊ 100 ANOS DE PAUL RICOEUR; 294-300
Sapere Aude - Journal of Philosophy; Vol 4 No 8 (2013): DOSSIÊ 100 ANOS DE PAUL RICOEUR; 294-300
2177-6342
2176-2708
reponame:Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
instacron:PUC_MG
instname_str Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
instacron_str PUC_MG
institution PUC_MG
reponame_str Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
collection Sapere Aude (Belo Horizonte. Online)
repository.name.fl_str_mv Sapere Aude (Belo Horizonte. Online) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
repository.mail.fl_str_mv revisapereaude@gmail.com || sergio10@pucminas.br
_version_ 1798042343307214848