O “jogo de espelhos”: religião, poder e sacralidade no romance “Memorial do Convento” (The "game of mirrors": religion, power and sacredness in novel "Memorial do Convento")
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião |
Texto Completo: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/2268 |
Resumo: | Quando olha atentamente para os detalhes de uma obra literária, o leitor mais perspicaz toma consciência de mecanismos que regem e organizam o texto com objetivos específicos para a economia da narrativa. No romance Memorial do Convento, de José Saramago (1994), a relação entre Literatura e Religião é um desses mecanismos, algo que se torna visível no confronto entre sagrado e profano, na inversão de seus valores e na afinidade entre “poder espiritual” e “poder temporal”, o que se assemelha àquilo que Giacomo Marramao definiu como “jogo de espelhos”, ou seja, a “estatização” da Igreja e a “eclesiastização” do Estado. Investigar o estatuto do sagrado e da relação entre a Igreja e a corte portuguesa do século XVIII, analisando suas implicações na narrativa literária, constitui-se como objetivo primordial deste texto. Dessa forma, o artigo se insere no movimento atual que Umberto Eco chamou de “a volta ao pensamento religioso”, um retorno frenético a tudo o que diz respeito ao sagrado e que se situa na contracorrente do cientificismo iluminista, trazendo explicitamente de volta à literatura a “questão de Deus”. Palavras-chave: José Saramago. Literatura portuguesa. Religião. Sagrado. Profano. AbstractWhen the more insightful reader takes a careful look at the details of a literary work, he realizes mechanisms that govern and organize the text with specifics goals for the arrangement of the narrative. In the novel "Memorial do Convento", by José Saramago, the relationship between literature and religion is one of such mechanisms, which becomes visible in the confrontation between sacred and profane, as well as in the reversal of their values and in the affinity between "spiritual power" and "temporal power", resembling what Giacomo Marramao has defined as "game of mirrors", i.e. the "nationalization" of the Church and the "ecclesiastization" of the State. The present text aims to investigate the status of the sacred and the relationship between the Church and the Portuguese court in the 18th century, analyzing its implications in the literary narrative. This article is part of the current movement that Umberto Eco called “the come back to religious thought", one frenetic regress to everything that reports to the sacred, somewhat that is in the countercurrent of Enlightenment scientism, explicitly bringing back the "question of God" to literature.Keywords: José Saramago. Portuguese literature. Religion. Sacred. Profane. |
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