O Papa precisa do marxismo? Bento XVI e a incompatibilidade entre a fé cristã e a fé marxista (Does Pope need of Marxism? Benedict XVI and the incompatibility between the Christian faith and the Marxist faith)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Assunção, Rudy Albino
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/3249
Resumo: O marxismo aparece insistentemente na teologia e no magistério de Joseph Ratzinger-Bento XVI como um inimigo permanente ao qual o cristianismo deve se contrapor, sem possibilidades de conciliação entre ambos. Mas qual concepção subjaz essa rejeição tão peremptória, tão decidida? Para alcançarmos a resposta a tal questão, aprofundamos a visão de Joseph Ratzinger a partir de alguns de seus escritos teológicos (anteriores ao pontificado) e, em seguida, nas suas três encíclicas, o ponto alto de seu magistério papal (Deus caritas est, Spe salvi e Caritas in veritate). Defendemos que a crítica de Bento XVI, antes de ser exclusivamente teológica (ou doutrinária), é filosófica, baseada na racionalidade e não na fé professada pela Igreja, que lhe permite tratar o marxismo não simplesmente como um programa político que vai contra alguns valores cristãos, mas como uma escatologia judaico-cristã secularizada, um messianismo político, portanto, como uma religião, como uma fé, que nega e esvazia o núcleo essencial da fé cristã. E aqui está a raiz da sua oposição.Palavras-chave: Marxismo. Bento XVI. Messianismo. Escatologia política. Abstract: Marxism appears repeatedly in Pope Benedict’s theology and teaching as a permanent enemy that Christianity must oppose without any possibilities of conciliation between them. However, what underlies this decisive rejection? To answer this question we look further into Joseph Ratzinger’s perspective starting with some of his theological writings (before the pontificate) followed by three of his encyclicals, the high point of his papal teaching (Deus caritas est, Spe salvi e Caritas in veritate). We argue that Benedict XVI's criticism, prior to being purely theological (or doctrinal), is philosophical, based on rationality and not in the faith professed by the Church, allowing him to treat marxism not simply as a political program that goes against some Christian values, but as a secularized Judeo-Christian eschatology, as a political messianism, therefore, as a religion, as a faith, that denies and empties the  essential core of the Christian faith. And here is the root of his opposition.Keywords: Marxism. Benedict XVI. Messianism. Political eschatology.
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