Memorial herbário de Lobo Antunes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: França, Flavio
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Valverde, Tércia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Scripta
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/27379
Resumo: Entre os símbolos que Lobo Antunes usa em suas obras estão as flores, numa profusão de nomes e de objetos com características vegetais. O trabalho aqui apresentado visa listar as espécies vegetais nos romances de António Lobo Antunes: Memória de Elefante  (2016 [1979]); Os Cus de Judas (2010[1979]) e  Conhecimento do Inferno (1999[1980]) e. Foram por nós contabilizados pelo menos 471 citações de espécies vegetais ou materiais fitomórficos. Em Memória de Elefante foram registradas 70 citações, em Conhecimento do Inferno 234 citações e, em Os Cus de Judas, 167 citações. Estas citações redundam em pelo menos 98 espécies vegetais diferentes (retirando os fitomórficos). As espécies mais citadas foram: plátano com 33 citações (c. 7%); eucalipto 24 (5%); tabaco 21 (c. 4,5%); pinheiro (caruma +Pinhal) 19 (c. 4%); capim 18 (c. 3,8%); tomate 16 (c. 3,4%); mangueira e palmeira 13 citações cada (c.2,8%); laranja (+ laranjeira) e maçã com 12 citações cada (c. 2,5%);  batata 11 (c. 2,3%); acácia, girassol e oliveira (+azeitona) com 10 citações cada (c. 2,1%);  algodão, vinha (+Uva) e couve (+repolho) todos com 9 citações cada (c. 2%). Estas espécies somam mais que 50% de todas as citações. As espécies vegetais citadas nos romances estudados ajudam a estabelecer o ambiente em que as ações se desenrolam, caracterizando lugares ou transmitindo emoções. A diferença entre as plantas utilizadas nos dois contextos demonstra um cuidado estético na ambientação das ações. Os fitomórficos são utilizados como componentes da estética dos romances, elevando o nível poético de algumas passagens.
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