Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Scripta |
Texto Completo: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p70 |
Resumo: | Este artigo examina a variação dos róticos, ou sons de r, em um corpus de português brasileiro coletado em Lavras —MG. Uma análise acústica revelou 21 variantes que envolvem vibrantes, tepes, fricativas, aproximantes e aproximantes aspiradas, podendo ser alveolares, palatais, retroflexas/arqueadas, uvulares e glotais. A gradiência fonética observada em todos os contextos fonológicos tem como motivação a lenição (redução), que pode diminuir a magnitude do gesto articulatório ou realinhar os gestos temporalmente. De acordo com a Fonologia de Exemplares, a lenição ocorre pela automatização de padrões neuromotores. Utilizamos a gradiência observada nos dados, completada com informações sobre mudanças históricas, para argumentar que a classe dos róticos se justifica não como classe natural, mas como uma rede de relações de parentesco específicas de uma língua. As ligações entre variantes róticas, nem sempre presentes na fala de indivíduos, podem ser resgatadas e estabelecidas neste tipo de modelo, já que a variação sincrônica impossibilita a definição de traços comuns a todos os róticos. A rede de róticos é específica de cada língua porque é formada em interação com outros elementos do sistema fonológico. A sobreposição de variantes anteriores e posteriores em coda silábica indica que o contraste entre R-forte e r-fraco pode ser caracterizado como um "quase-contraste". |
id |
PUC_MINS-6_75320f7b50eea2de6d12a728a47903ce |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/11761 |
network_acronym_str |
PUC_MINS-6 |
network_name_str |
Revista Scripta |
repository_id_str |
|
spelling |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplaresRóticosFonologia de ExemplaresLeniçãoClasse fonológicaPortuguês brasileiroEste artigo examina a variação dos róticos, ou sons de r, em um corpus de português brasileiro coletado em Lavras —MG. Uma análise acústica revelou 21 variantes que envolvem vibrantes, tepes, fricativas, aproximantes e aproximantes aspiradas, podendo ser alveolares, palatais, retroflexas/arqueadas, uvulares e glotais. A gradiência fonética observada em todos os contextos fonológicos tem como motivação a lenição (redução), que pode diminuir a magnitude do gesto articulatório ou realinhar os gestos temporalmente. De acordo com a Fonologia de Exemplares, a lenição ocorre pela automatização de padrões neuromotores. Utilizamos a gradiência observada nos dados, completada com informações sobre mudanças históricas, para argumentar que a classe dos róticos se justifica não como classe natural, mas como uma rede de relações de parentesco específicas de uma língua. As ligações entre variantes róticas, nem sempre presentes na fala de indivíduos, podem ser resgatadas e estabelecidas neste tipo de modelo, já que a variação sincrônica impossibilita a definição de traços comuns a todos os róticos. A rede de róticos é específica de cada língua porque é formada em interação com outros elementos do sistema fonológico. A sobreposição de variantes anteriores e posteriores em coda silábica indica que o contraste entre R-forte e r-fraco pode ser caracterizado como um "quase-contraste".PUC Minas2016-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionFonologiaapplication/pdfhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p7010.5752/P.2358-3428.2016v20n38p70Scripta; Vol 20 No 38 (2016): Scripta 38; 70-97Scripta; v. 20 n. 38 (2016): Gramática à luz de diferentes construtos teóricos; 70-972358-34281516-4039reponame:Revista Scriptainstname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)instacron:PUC_MINSporhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p70/10095Copyright (c) 2016 Scriptainfo:eu-repo/semantics/openAccessRennicke, Iiris2020-10-27T15:46:33Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/11761Revistahttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/userhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/oai||cespuc@pucminas.br2358-34281516-4039opendoar:2020-10-27T15:46:33Revista Scripta - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
title |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
spellingShingle |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares Rennicke, Iiris Róticos Fonologia de Exemplares Lenição Classe fonológica Português brasileiro |
title_short |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
title_full |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
title_fullStr |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
title_full_unstemmed |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
title_sort |
Representação fonológica dos róticos do Português Brasileiro: uma abordagem à base de exemplares |
author |
Rennicke, Iiris |
author_facet |
Rennicke, Iiris |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rennicke, Iiris |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Róticos Fonologia de Exemplares Lenição Classe fonológica Português brasileiro |
topic |
Róticos Fonologia de Exemplares Lenição Classe fonológica Português brasileiro |
description |
Este artigo examina a variação dos róticos, ou sons de r, em um corpus de português brasileiro coletado em Lavras —MG. Uma análise acústica revelou 21 variantes que envolvem vibrantes, tepes, fricativas, aproximantes e aproximantes aspiradas, podendo ser alveolares, palatais, retroflexas/arqueadas, uvulares e glotais. A gradiência fonética observada em todos os contextos fonológicos tem como motivação a lenição (redução), que pode diminuir a magnitude do gesto articulatório ou realinhar os gestos temporalmente. De acordo com a Fonologia de Exemplares, a lenição ocorre pela automatização de padrões neuromotores. Utilizamos a gradiência observada nos dados, completada com informações sobre mudanças históricas, para argumentar que a classe dos róticos se justifica não como classe natural, mas como uma rede de relações de parentesco específicas de uma língua. As ligações entre variantes róticas, nem sempre presentes na fala de indivíduos, podem ser resgatadas e estabelecidas neste tipo de modelo, já que a variação sincrônica impossibilita a definição de traços comuns a todos os róticos. A rede de róticos é específica de cada língua porque é formada em interação com outros elementos do sistema fonológico. A sobreposição de variantes anteriores e posteriores em coda silábica indica que o contraste entre R-forte e r-fraco pode ser caracterizado como um "quase-contraste". |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-08-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Fonologia |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p70 10.5752/P.2358-3428.2016v20n38p70 |
url |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p70 |
identifier_str_mv |
10.5752/P.2358-3428.2016v20n38p70 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/P.2358-3428.2016v20n38p70/10095 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 Scripta info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 Scripta |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
PUC Minas |
publisher.none.fl_str_mv |
PUC Minas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Scripta; Vol 20 No 38 (2016): Scripta 38; 70-97 Scripta; v. 20 n. 38 (2016): Gramática à luz de diferentes construtos teóricos; 70-97 2358-3428 1516-4039 reponame:Revista Scripta instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) instacron:PUC_MINS |
instname_str |
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) |
instacron_str |
PUC_MINS |
institution |
PUC_MINS |
reponame_str |
Revista Scripta |
collection |
Revista Scripta |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Scripta - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) |
repository.mail.fl_str_mv |
||cespuc@pucminas.br |
_version_ |
1798329529249300480 |