Para uma leitura do poema “Fúrias”, de Sophia de Mello Breyner Andresen

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rocha, Clara
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Scripta
Texto Completo: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12568
Resumo: O título do poema “Fúrias”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, remete no plano pré-textual para as quotidianas cóleras ou irritações que o determinaram (tal como o título “Contrariedades”, de Cesário Verde), e no plano propriamente textual para a metalinguagem do mito. As deusas da mitologia clássica são convocadas e reconfiguradas neste texto de Sophia, no regime da paródia: dessacralizadas, trivializadas, as Fúrias são aqui a imagem da desordem do mundo atual, que nega ou destrói a ordem essencial da natureza. As representações descritivas das Fúrias ao longo do poema convertem um sentido em forma, ao mesmo tempo que operam a passagem do mito à eventualidade histórica, falando-nos dum tempo “a contratempo” que quebrou a ordem natural do mundo. 
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