Adília Lopes – ironista
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Scripta |
Texto Completo: | http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572 |
Resumo: | O nome Adília Lopes tanto designa uma leitora profundamente interessada pela tradição poética erudita como uma assumida “poetisa pop”. E enquanto a primeira gosta de recordar referências fundamentais da Modernidade, de Rimbaud a Apollinaire, de Cesário a Pessoa, derivando para Sophia, Herberto Helder ou Sylvia Plath, ou facilmente recua no tempo literário ocidental até Diderot, S. João da Cruz e Virgílio, a segunda parece valorizar mais todo um outro universo de escrita, no qual avultam os contos infantis, as leituras da adolescência, o folhetinesco e o fait-divers das revistas femininas. Sem nunca pôr de parte as referências literárias de Adília-leitoraerudita, é sobretudo este o mundo que a “poetisa pop” gosta de reescrever, mostrando até que ponto ele é atravessado por uma insidiosa crueldade e tornando indistintas as fronteiras que o separavam (separam?) da Literatura. Entre cultura erudita e cultura de massas, entre referências eruditas e uma linguagem muito próxima dos registros orais pouco vigiados, usando um verso que, por vezes, parece premeditadamente distraído num ritmo muito fácil, Adília Lopes faz apelo à memória de um mundo adolescente onde o bem e o mal, o alto e o baixo, o bom e o mau gosto pareciam irredutivelmente distintos, para tudo indiferenciar, agora, com dessacralizadora ironia. |
id |
PUC_MINS-6_b36ff4f3bb25f57c9051f93ed7df9af1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/12572 |
network_acronym_str |
PUC_MINS-6 |
network_name_str |
Revista Scripta |
repository_id_str |
|
spelling |
Adília Lopes – ironistaPoesia e ironiaA figura da ironista (Rorty)Poesia e redescriçãoRedescrição vs. senso comumCrueldade e humilhação.O nome Adília Lopes tanto designa uma leitora profundamente interessada pela tradição poética erudita como uma assumida “poetisa pop”. E enquanto a primeira gosta de recordar referências fundamentais da Modernidade, de Rimbaud a Apollinaire, de Cesário a Pessoa, derivando para Sophia, Herberto Helder ou Sylvia Plath, ou facilmente recua no tempo literário ocidental até Diderot, S. João da Cruz e Virgílio, a segunda parece valorizar mais todo um outro universo de escrita, no qual avultam os contos infantis, as leituras da adolescência, o folhetinesco e o fait-divers das revistas femininas. Sem nunca pôr de parte as referências literárias de Adília-leitoraerudita, é sobretudo este o mundo que a “poetisa pop” gosta de reescrever, mostrando até que ponto ele é atravessado por uma insidiosa crueldade e tornando indistintas as fronteiras que o separavam (separam?) da Literatura. Entre cultura erudita e cultura de massas, entre referências eruditas e uma linguagem muito próxima dos registros orais pouco vigiados, usando um verso que, por vezes, parece premeditadamente distraído num ritmo muito fácil, Adília Lopes faz apelo à memória de um mundo adolescente onde o bem e o mal, o alto e o baixo, o bom e o mau gosto pareciam irredutivelmente distintos, para tudo indiferenciar, agora, com dessacralizadora ironia. PUC Minas2004-10-21info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572Scripta; Vol 8 No 15 (2004): Scripta 15; 106-116Scripta; v. 8 n. 15 (2004): Figurações da morte nas literaturas contemporâneas de língua portuguesa; 106-1162358-34281516-4039reponame:Revista Scriptainstname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)instacron:PUC_MINSporhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572/9874Copyright (c) 2016 Scriptainfo:eu-repo/semantics/openAccessMartelo, Rosa Maria2019-11-28T19:03:42Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/12572Revistahttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/userhttp://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/oai||cespuc@pucminas.br2358-34281516-4039opendoar:2019-11-28T19:03:42Revista Scripta - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Adília Lopes – ironista |
title |
Adília Lopes – ironista |
spellingShingle |
Adília Lopes – ironista Martelo, Rosa Maria Poesia e ironia A figura da ironista (Rorty) Poesia e redescrição Redescrição vs. senso comum Crueldade e humilhação. |
title_short |
Adília Lopes – ironista |
title_full |
Adília Lopes – ironista |
title_fullStr |
Adília Lopes – ironista |
title_full_unstemmed |
Adília Lopes – ironista |
title_sort |
Adília Lopes – ironista |
author |
Martelo, Rosa Maria |
author_facet |
Martelo, Rosa Maria |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Martelo, Rosa Maria |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Poesia e ironia A figura da ironista (Rorty) Poesia e redescrição Redescrição vs. senso comum Crueldade e humilhação. |
topic |
Poesia e ironia A figura da ironista (Rorty) Poesia e redescrição Redescrição vs. senso comum Crueldade e humilhação. |
description |
O nome Adília Lopes tanto designa uma leitora profundamente interessada pela tradição poética erudita como uma assumida “poetisa pop”. E enquanto a primeira gosta de recordar referências fundamentais da Modernidade, de Rimbaud a Apollinaire, de Cesário a Pessoa, derivando para Sophia, Herberto Helder ou Sylvia Plath, ou facilmente recua no tempo literário ocidental até Diderot, S. João da Cruz e Virgílio, a segunda parece valorizar mais todo um outro universo de escrita, no qual avultam os contos infantis, as leituras da adolescência, o folhetinesco e o fait-divers das revistas femininas. Sem nunca pôr de parte as referências literárias de Adília-leitoraerudita, é sobretudo este o mundo que a “poetisa pop” gosta de reescrever, mostrando até que ponto ele é atravessado por uma insidiosa crueldade e tornando indistintas as fronteiras que o separavam (separam?) da Literatura. Entre cultura erudita e cultura de massas, entre referências eruditas e uma linguagem muito próxima dos registros orais pouco vigiados, usando um verso que, por vezes, parece premeditadamente distraído num ritmo muito fácil, Adília Lopes faz apelo à memória de um mundo adolescente onde o bem e o mal, o alto e o baixo, o bom e o mau gosto pareciam irredutivelmente distintos, para tudo indiferenciar, agora, com dessacralizadora ironia. |
publishDate |
2004 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2004-10-21 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572 |
url |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/12572/9874 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2016 Scripta info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2016 Scripta |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
PUC Minas |
publisher.none.fl_str_mv |
PUC Minas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Scripta; Vol 8 No 15 (2004): Scripta 15; 106-116 Scripta; v. 8 n. 15 (2004): Figurações da morte nas literaturas contemporâneas de língua portuguesa; 106-116 2358-3428 1516-4039 reponame:Revista Scripta instname:Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) instacron:PUC_MINS |
instname_str |
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) |
instacron_str |
PUC_MINS |
institution |
PUC_MINS |
reponame_str |
Revista Scripta |
collection |
Revista Scripta |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Scripta - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) |
repository.mail.fl_str_mv |
||cespuc@pucminas.br |
_version_ |
1798329529820774400 |