[pt] A QUESTÃO VAI ALÉM DO QUE ESTÁ NO PASSAPORTE DA PESSOA: DESCONSTRUINDO A POLARIZAÇÃO ENTRE OS CHAMADOS PROFESSOR FALANTE NATIVO E PROFESSOR FALANTE NÃO NATIVO
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Outros |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=24827@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=24827@2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.24827 |
Resumo: | [pt] O presente estudo tem como objetivo entender as crenças manifestadas por dois professores, dois coordenadores e dois alunos no que tange aos mitos do professor falante nativo (doravante PFN) no contexto do ensino de língua inglesa, bem como a forma que tais crenças dialogam com as demais vozes no nível macro (Bakhtin, [1979] 1997), e o discurso hegemônico que privilegia o PFN (Pennycook, 1998; Phillipson, 1992). A arquitetura teórica da pesquisa fundamenta-se na visão socioconstrucionista da linguagem (Bucholtz & Hall, 2005; Moita Lopes, 2001, 2003), entendendo a prática discursiva como um lócus para a revalidação ou o questionamento dos mitos do PFN (Langellier 2001; Moita Lopes, 2001; Threadgold, 2005). A análise micro baseia-se na identificação de marcas avaliativas, enfocadas sob duas perspectivas teóricas: a avaliação expressa por meio da prática narrativa (Bauman, 1986; Bruner, [1990]1997; Labov, 1972, Linde, 1993, 1997) e os recursos semânticos do Sistema de Avaliatividade (Martin & White, 2005; Vian Jr., 2009). A pesquisa insere-se no paradigma qualitativo interpretativo e a escolha dos participantes visou abranger perfis diferentes com eventuais perspectivas divergentes. As entrevistas semi estruturadas foram norteadas pela ótica de Mishler (1986), sendo que sua análise tanto assume como leva em consideração a inevitável influência das identidades da pesquisadora participante. A análise dos dados identifica que, durante a interação, julgamentos positivos de capacidade e normalidade recorrentemente permeiam supervalorizações do PFN, cujas identidades emergem a partir de uma construção binária entre o PFN e o professor falante não nativo (doravante PFNN), retratando o PFN como o padrão prestigiado, e o PFNN, como um desvio do modelo nativo dominante (Duszak, 2002; Nayar, 2002). Essas perspectivas se distanciam das críticas advindas da linguística aplicada no decorrer dos últimos anos, as quais problematizam o patamar ocupado pelo PFN (Canagarajah, 2007; Kumaravadivelu, 2006; Pennycook, 1998; Phillipson, 1992; Rajagopalan, 2003, 2009). Embora esta pesquisa tenha sido realizada com um grupo pequeno de participantes, a análise da entrevista sugere que os participantes se alinham com a manutenção do status quo convencional e indicam a importância de não apenas abrirmos espaço para discussão do tema, mas a necessidade de uma participação mais ativa por parte dos pesquisadores, a fim de a entrevista poder tornar-se um lócus para reflexões aprofundadas e possíveis transformações. |
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[pt] A QUESTÃO VAI ALÉM DO QUE ESTÁ NO PASSAPORTE DA PESSOA: DESCONSTRUINDO A POLARIZAÇÃO ENTRE OS CHAMADOS PROFESSOR FALANTE NATIVO E PROFESSOR FALANTE NÃO NATIVO[en] THE ISSUE GOES BEYOND WHAT S ON THE PERSON S PASSPORT: DECONSTRUCTING THE POLARIZATION BETWEEN THE SO CALLED NATIVE SPEAKER TEACHER AND NON NATIVE SPEAKER TEACHER[pt] AVALIACAO[pt] PROFESSOR FALANTE NATIVO[pt] IDENTIDADE[pt] LINGUISTICA APLICADA[pt] CRENCA[pt] NARRATIVA[en] EVALUATION[en] IDENTITY[en] APPLIED LINGUISTICS[en] BELIEFS[en] NARRATIVE[pt] O presente estudo tem como objetivo entender as crenças manifestadas por dois professores, dois coordenadores e dois alunos no que tange aos mitos do professor falante nativo (doravante PFN) no contexto do ensino de língua inglesa, bem como a forma que tais crenças dialogam com as demais vozes no nível macro (Bakhtin, [1979] 1997), e o discurso hegemônico que privilegia o PFN (Pennycook, 1998; Phillipson, 1992). A arquitetura teórica da pesquisa fundamenta-se na visão socioconstrucionista da linguagem (Bucholtz & Hall, 2005; Moita Lopes, 2001, 2003), entendendo a prática discursiva como um lócus para a revalidação ou o questionamento dos mitos do PFN (Langellier 2001; Moita Lopes, 2001; Threadgold, 2005). A análise micro baseia-se na identificação de marcas avaliativas, enfocadas sob duas perspectivas teóricas: a avaliação expressa por meio da prática narrativa (Bauman, 1986; Bruner, [1990]1997; Labov, 1972, Linde, 1993, 1997) e os recursos semânticos do Sistema de Avaliatividade (Martin & White, 2005; Vian Jr., 2009). A pesquisa insere-se no paradigma qualitativo interpretativo e a escolha dos participantes visou abranger perfis diferentes com eventuais perspectivas divergentes. As entrevistas semi estruturadas foram norteadas pela ótica de Mishler (1986), sendo que sua análise tanto assume como leva em consideração a inevitável influência das identidades da pesquisadora participante. A análise dos dados identifica que, durante a interação, julgamentos positivos de capacidade e normalidade recorrentemente permeiam supervalorizações do PFN, cujas identidades emergem a partir de uma construção binária entre o PFN e o professor falante não nativo (doravante PFNN), retratando o PFN como o padrão prestigiado, e o PFNN, como um desvio do modelo nativo dominante (Duszak, 2002; Nayar, 2002). Essas perspectivas se distanciam das críticas advindas da linguística aplicada no decorrer dos últimos anos, as quais problematizam o patamar ocupado pelo PFN (Canagarajah, 2007; Kumaravadivelu, 2006; Pennycook, 1998; Phillipson, 1992; Rajagopalan, 2003, 2009). Embora esta pesquisa tenha sido realizada com um grupo pequeno de participantes, a análise da entrevista sugere que os participantes se alinham com a manutenção do status quo convencional e indicam a importância de não apenas abrirmos espaço para discussão do tema, mas a necessidade de uma participação mais ativa por parte dos pesquisadores, a fim de a entrevista poder tornar-se um lócus para reflexões aprofundadas e possíveis transformações.[en] The objective of the present study is to understand the beliefs conveyed by two teachers, two co-ordinators and two students in relation to the myths of the native speaker teacher (henceforth NST) in the English language teaching context, as well as the way such beliefs engage with further voices on a macro level (Bakhtin, [1979]1997), and the hegemonic discourse which privileges the NST (Pennycook, 1998; Phillipson, 1992). The investigation s theoretical framework is based on a social construcionist view of language (Bucholtz & Hall, 2005; Moita Lopes, 2001, 2003), which understands discursive practice as a locus for either the revalidation or questioning of the myths of the NST (Langellier 2001; Moita Lopes, 2001; Threadgold, 2005). The micro analysis is based on the identification of evaluative resources, examined under two theoretical perspectives: evaluation expressed via narrative practice (Bauman, 1986; Bruner, [1990] 1997; Labov, 1972, Linde, 1993, 1997) and the semantic resources of the Appraisal System (Martin & White, 2005; Vian Jr., 2011). This research was conceptualised within the qualitative and interpretive paradigm, and the choice of participants aimed to encompass different profiles with possibly distinct perspectives. The semi-structured interviews were guided by the approach proposed by Mishler (1986), hence the analysis both recognises, as much as it takes into consideration, the unavoidable influence of the participant researcher s identities. The data anaylsis identifies that, during the interaction, positive judgements of capacity and normality permeate recurring supervaluations of the NST, whose identities emerge from a binary construction between the latter and the non native speaker teacher (henceforth NNST), painting the NST as the privileged standard and the NNST as a deviation from the dominant native model (Duszak, 2002; Nayar, 2002). Such perspectives find themselves at odds with critical approaches gaining force in the fieldof applied linguistics, which have problematized the pedestal occupied by the NST (Canagarajah, 2007; Kumaravadivelu, 2006; Pennycook, 1998; Phillipson, 1992; Rajagopalan, 2003, 2009). Although this research was carried out with a small group of participants, the interview analysis suggests that the participants align themselves with the maintenance of the conventional status quo, indicating the importance of not only opening up space for discussion of the theme, but the necessity for researchers to take up a more active role, in order for the interview to become a fruitful site for more considered reflections and possible reconstructions.MAXWELLADRIANA NOGUEIRA ACCIOLY NOBREGANAOMI ORTON2015-06-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=24827@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=24827@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.24827porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-07-12T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:24827Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-07-12T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false |
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[pt] O presente estudo tem como objetivo entender as crenças manifestadas por dois professores, dois coordenadores e dois alunos no que tange aos mitos do professor falante nativo (doravante PFN) no contexto do ensino de língua inglesa, bem como a forma que tais crenças dialogam com as demais vozes no nível macro (Bakhtin, [1979] 1997), e o discurso hegemônico que privilegia o PFN (Pennycook, 1998; Phillipson, 1992). A arquitetura teórica da pesquisa fundamenta-se na visão socioconstrucionista da linguagem (Bucholtz & Hall, 2005; Moita Lopes, 2001, 2003), entendendo a prática discursiva como um lócus para a revalidação ou o questionamento dos mitos do PFN (Langellier 2001; Moita Lopes, 2001; Threadgold, 2005). A análise micro baseia-se na identificação de marcas avaliativas, enfocadas sob duas perspectivas teóricas: a avaliação expressa por meio da prática narrativa (Bauman, 1986; Bruner, [1990]1997; Labov, 1972, Linde, 1993, 1997) e os recursos semânticos do Sistema de Avaliatividade (Martin & White, 2005; Vian Jr., 2009). A pesquisa insere-se no paradigma qualitativo interpretativo e a escolha dos participantes visou abranger perfis diferentes com eventuais perspectivas divergentes. As entrevistas semi estruturadas foram norteadas pela ótica de Mishler (1986), sendo que sua análise tanto assume como leva em consideração a inevitável influência das identidades da pesquisadora participante. A análise dos dados identifica que, durante a interação, julgamentos positivos de capacidade e normalidade recorrentemente permeiam supervalorizações do PFN, cujas identidades emergem a partir de uma construção binária entre o PFN e o professor falante não nativo (doravante PFNN), retratando o PFN como o padrão prestigiado, e o PFNN, como um desvio do modelo nativo dominante (Duszak, 2002; Nayar, 2002). Essas perspectivas se distanciam das críticas advindas da linguística aplicada no decorrer dos últimos anos, as quais problematizam o patamar ocupado pelo PFN (Canagarajah, 2007; Kumaravadivelu, 2006; Pennycook, 1998; Phillipson, 1992; Rajagopalan, 2003, 2009). Embora esta pesquisa tenha sido realizada com um grupo pequeno de participantes, a análise da entrevista sugere que os participantes se alinham com a manutenção do status quo convencional e indicam a importância de não apenas abrirmos espaço para discussão do tema, mas a necessidade de uma participação mais ativa por parte dos pesquisadores, a fim de a entrevista poder tornar-se um lócus para reflexões aprofundadas e possíveis transformações. |
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