[en] MARX IN THE ANTHROPOCENE: METABOLISM, MACHINERY AND ALIENATION

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: RAFAEL MOSCARDI PEDROSO
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53716&idi=1
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http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.53716
Resumo: [pt] O Antropoceno, enquanto o reconhecimento do impacto da atividade humana no planeta, tem sido um ponto crucial e transdisciplinar de debate. Esta dissertação intervém na teorização sobre o Antropoceno nas Relações Internacionais (RI), defendendo a importância de incluir uma crítica à produção nesses esforços. Entender a produção como uma determinação histórica central para compreender nossa situação atual e posicionar o trabalho e a tecnologia como tópicos cruciais é um movimento teórico e político importante porque constrói um terreno comum entre lutas ambientais e trabalhistas. Em primeiro lugar, esclarecemos a conexão entre o Antropoceno e a produção, argumentando como negligenciá-la prejudica o caráter crítico de certas abordagens em RI. Essa afirmação é feita por meio de um diálogo com o conceito de metabolismo desenvolvido na Ecologia Marxista, enfatizando o trabalho como atividade metabólica, ou seja, uma forma de relacionamento socialmente mediada com a natureza. Em segundo lugar, destacamos como essas interações com a natureza não são apenas sempre parciais, mas mediadas por ferramentas, máquinas e outros aparelhos. Opondo concepções de tecnologia como expressão de certas ideias de matéria, optando por ver a maquinaria como uma conurbação de fluxos que condensa divisões sociais mutantes do trabalho e cuja materialidade, desde a Revolução Industrial, se baseia sobretudo em como eles dividem e gerenciam energia e informação. Olhar para essa divisão permite uma narração sintética da trajetória tecnológica em que o Antropoceno emerge e o projeta como um regime de informação e energia. Por último, analisamos a hipótese do comunismo como gestão coletiva da alienação. A alienação aparece não como alienação de um potencial criativo que compartilhamos com a natureza, mas como a capacidade ambivalente do ser humano e da natureza de criarem coisas das quais perdemos o controle e que podem vir a nos determinar, mudando o significado tanto do humano quanto da natureza. Enquanto o capitalismo é um modo específico de alienação baseado na produção de valor que gera determinações específicas, o comunismo aparece como a reconstrução experimental coletiva de nossa organização social de produção, uma tarefa inacabável que implica uma mudança na forma como o humano e a natureza são determinados pela produção.
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Em primeiro lugar, esclarecemos a conexão entre o Antropoceno e a produção, argumentando como negligenciá-la prejudica o caráter crítico de certas abordagens em RI. Essa afirmação é feita por meio de um diálogo com o conceito de metabolismo desenvolvido na Ecologia Marxista, enfatizando o trabalho como atividade metabólica, ou seja, uma forma de relacionamento socialmente mediada com a natureza. Em segundo lugar, destacamos como essas interações com a natureza não são apenas sempre parciais, mas mediadas por ferramentas, máquinas e outros aparelhos. Opondo concepções de tecnologia como expressão de certas ideias de matéria, optando por ver a maquinaria como uma conurbação de fluxos que condensa divisões sociais mutantes do trabalho e cuja materialidade, desde a Revolução Industrial, se baseia sobretudo em como eles dividem e gerenciam energia e informação. Olhar para essa divisão permite uma narração sintética da trajetória tecnológica em que o Antropoceno emerge e o projeta como um regime de informação e energia. Por último, analisamos a hipótese do comunismo como gestão coletiva da alienação. A alienação aparece não como alienação de um potencial criativo que compartilhamos com a natureza, mas como a capacidade ambivalente do ser humano e da natureza de criarem coisas das quais perdemos o controle e que podem vir a nos determinar, mudando o significado tanto do humano quanto da natureza. Enquanto o capitalismo é um modo específico de alienação baseado na produção de valor que gera determinações específicas, o comunismo aparece como a reconstrução experimental coletiva de nossa organização social de produção, uma tarefa inacabável que implica uma mudança na forma como o humano e a natureza são determinados pela produção.[en] The Anthropocene, which entails the recognition of the impact of human activity on the planet, has been a crucial point of transdisciplinary debate. This thesis intervenes in the theorization about the Anthropocene in International Relations (IR) by arguing for the importance of including a criticism of production in those efforts. Casting production as a central historical determination for understanding our current predicament, and positioning labor and technology as crucial topics is an important theoretical e political move because it enables the establishment of a common ground between environmental and labor struggles. First, we clarify the connection between the Anthropocene and production, arguing how neglecting it blunts the critical edge of critical approaches within IR. This claim is made through a dialogue with the concept of metabolism as advanced in Marxist Ecology, emphasizing labor as metabolic activity, that is, a socially mediated form of relating to nature. Second, we foreground how those interactions with nature are not only always partial, but mediated by tools, machines and other apparatuses. We run against conceptions of technology that cast it as the expression of certain ideas of matter, opting to see machinery as a conurbation of flows that condenses mutating social divisions of labor and whose materiality, since the Industrial Revolution, is particularly based on how they split and manage energy and information. Looking at that split allows a synthetic narration of the technological trajectory in which the Anthropocene emerges and casts it as a regime of information and energy. Last, we end by entertaining the hypothesis of communism as the collective management of alienation. Alienation appears not as estrangement from a creative potential we share with nature, but as the ambivalent capacity of the human and of nature to create things from which we lose control and may come to determine us, changing what both human and nature mean. While capitalism is a specific mode of alienation based on value production that generates specific determinations, communism appears as the collective experimental remaking of our social organization of production, an unfinishable task that while performed changes how the human and nature are determined by production.MAXWELLPAULA ORRICO SANDRINPAULA ORRICO SANDRINRAFAEL MOSCARDI PEDROSO2021-07-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53716&idi=1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=53716&idi=2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.53716engreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-10-09T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:53716Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342024-10-09T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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