[pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: APAOAN RAMOS MACHADO
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.49506
Resumo: [pt] O objetivo desse trabalho é a apresentação de alguns elementos da metodologia e prática matemática elaborada por Descartes. Primeiramente, apresenta-se a questão da certeza das matemáticas , um dos debates metodológicos de maior relevância no século XVII. Os iniciadores da discussão apontavam que a matemática não se adequava à ciência demonstrativa aristotélica. Porém, tal tese foi rebatida por outros matemáticos. E coube a estes a tarefa de reconstruir, conforme os moldes da silogística, as demonstrações da matemática clássica, a fim de restaurar o status científico da matemática. Descartes não participou ativamente desse debate, distanciando-se não só da colocação do problema inicial como também das propostas de redução silogística. Pode-se ademais afirmar que o modelo metodológico de Descartes para as matemáticas é uma antítese de ambos os projetos. Pretende-se, portanto, apresentar a visão metodológica cartesiana, manifestada, sobretudo, no texto das Regras em sua crítica ao formalismo, no papel que atribui aos princípios e na função metodológica da intuição. Por fim, é apresentada a reconstrução histórica do problema das duas médias proporcionais (duplicação do cubo), que vai da década de 1620 até início de 1630. O resultado dessa prova, que será mais tarde publicada no livro III d A Geometria, é na verdade fruto das trocas do círculo matemático que envolvia Descartes, Hardy, Mydorge, Beeckman, Mersenne e Roberval. A prova de Descartes (elaborada provavelmente em conjunto com Mydorge) e aquela de Roberval do mesmo problema guardam, contudo, uma diferença. Roberval buscava, diferentemente de Descartes, conciliar o projeto metodológico aristotélico e a prática matemática euclidiana. Assim, a comparação das provas permite ao mesmo tempo uma ilustração dos elementos da metodologia e da prática matemática cartesiana.
id PUC_RIO-1_33ae4ad584d584df7066acea8b31aa78
oai_identifier_str oai:MAXWELL.puc-rio.br:49506
network_acronym_str PUC_RIO-1
network_name_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository_id_str 534
spelling [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA [fr] LA MÉTHODOLOGIE ET LA PRATIQUE MATHÉMATIQUE CARTÉSIENNE [pt] INTUICAO[pt] MEDIAS PROPORCIONAIS[pt] DESCARTES[pt] FORMALISMO[fr] INTUITION[fr] MOYENNES PROPORTIONNELLES[fr] DESCARTES[fr] FORMALISME[pt] O objetivo desse trabalho é a apresentação de alguns elementos da metodologia e prática matemática elaborada por Descartes. Primeiramente, apresenta-se a questão da certeza das matemáticas , um dos debates metodológicos de maior relevância no século XVII. Os iniciadores da discussão apontavam que a matemática não se adequava à ciência demonstrativa aristotélica. Porém, tal tese foi rebatida por outros matemáticos. E coube a estes a tarefa de reconstruir, conforme os moldes da silogística, as demonstrações da matemática clássica, a fim de restaurar o status científico da matemática. Descartes não participou ativamente desse debate, distanciando-se não só da colocação do problema inicial como também das propostas de redução silogística. Pode-se ademais afirmar que o modelo metodológico de Descartes para as matemáticas é uma antítese de ambos os projetos. Pretende-se, portanto, apresentar a visão metodológica cartesiana, manifestada, sobretudo, no texto das Regras em sua crítica ao formalismo, no papel que atribui aos princípios e na função metodológica da intuição. Por fim, é apresentada a reconstrução histórica do problema das duas médias proporcionais (duplicação do cubo), que vai da década de 1620 até início de 1630. O resultado dessa prova, que será mais tarde publicada no livro III d A Geometria, é na verdade fruto das trocas do círculo matemático que envolvia Descartes, Hardy, Mydorge, Beeckman, Mersenne e Roberval. A prova de Descartes (elaborada provavelmente em conjunto com Mydorge) e aquela de Roberval do mesmo problema guardam, contudo, uma diferença. Roberval buscava, diferentemente de Descartes, conciliar o projeto metodológico aristotélico e a prática matemática euclidiana. Assim, a comparação das provas permite ao mesmo tempo uma ilustração dos elementos da metodologia e da prática matemática cartesiana.[fr] Le but de cette mémoire est la présentation de quelques éléments de la méthodologie et la pratique mathématique développées par Descartes. En premier lieu, on analyse la question de la certitude dans les mathématiques , l un des plus importants débats autour de la méthodologie mathématique durant le XVIIe siècle. Les précurseurs de cette discussion ont souligné que la mathématique ne pourrait pas être formalisée selon le modèle de la science démonstrative aristotélicienne. Cependant, cette thèse-ci était objectée par un autre groupe de mathématiciens, qui ont essayé reconstruire les démonstrations de la mathématique classique, selon le modèle syllogistique, afin de rétablir le statut scientifique des mathématiques. En effet, Descartes n a pas participé activement de ce débat, sans jamais essayer une réduction syllogistique. On peut affirmer encore que la perspective méthodologique cartésienne en ce qui concerne les mathématiques n est qu une antithèse des deux projets, c est-à-dire de ceux qui ont défendu la réduction syllogistique et de ceux qui s y sont opposé. On analyse ainsi la perspective méthodologique cartésienne, mise en évidence surtout dans les Règles dans sa critique au formalisme, incarnée dans le rôle des principes et la fonction méthodologique de l intuition. Finalement, on fournit la reconstruction historique du problème de deux moyennes proportionnelles (ou duplication du cube) pendant les années 1620 et début des années 1630. Le résultat de cette preuve, qui sera publiée plus tard dans le livre III de La Géométrie, est en fait le fruit des échanges du cercle mathématique qui a impliqué Descartes, Hardy, Mydorge, Beeckman, Mersenne e Roberval. La démonstration de Descartes (conçue probablement avec Mydorge) et celle de Roberval du même problème ont une différence. Roberval cherchait, contrairement à Descartes, concilier le projet méthodologique aristotélicien avec la pratique mathématique euclidienne. Ainsi, la comparaison entre ces deux preuves permet à la fois une illustration des éléments de la méthodologie et de la pratique effective de la mathématique cartésienne.MAXWELLMAXIME RICHARD ROVEREAPAOAN RAMOS MACHADO2020-09-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@3http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.49506porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-08-03T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:49506Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-08-03T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
dc.title.none.fl_str_mv [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
[fr] LA MÉTHODOLOGIE ET LA PRATIQUE MATHÉMATIQUE CARTÉSIENNE
title [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
spellingShingle [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
APAOAN RAMOS MACHADO
[pt] INTUICAO
[pt] MEDIAS PROPORCIONAIS
[pt] DESCARTES
[pt] FORMALISMO
[fr] INTUITION
[fr] MOYENNES PROPORTIONNELLES
[fr] DESCARTES
[fr] FORMALISME
title_short [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
title_full [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
title_fullStr [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
title_full_unstemmed [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
title_sort [pt] A METODOLOGIA E A PRÁTICA MATEMÁTICA CARTESIANA
author APAOAN RAMOS MACHADO
author_facet APAOAN RAMOS MACHADO
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv MAXIME RICHARD ROVERE
dc.contributor.author.fl_str_mv APAOAN RAMOS MACHADO
dc.subject.por.fl_str_mv [pt] INTUICAO
[pt] MEDIAS PROPORCIONAIS
[pt] DESCARTES
[pt] FORMALISMO
[fr] INTUITION
[fr] MOYENNES PROPORTIONNELLES
[fr] DESCARTES
[fr] FORMALISME
topic [pt] INTUICAO
[pt] MEDIAS PROPORCIONAIS
[pt] DESCARTES
[pt] FORMALISMO
[fr] INTUITION
[fr] MOYENNES PROPORTIONNELLES
[fr] DESCARTES
[fr] FORMALISME
description [pt] O objetivo desse trabalho é a apresentação de alguns elementos da metodologia e prática matemática elaborada por Descartes. Primeiramente, apresenta-se a questão da certeza das matemáticas , um dos debates metodológicos de maior relevância no século XVII. Os iniciadores da discussão apontavam que a matemática não se adequava à ciência demonstrativa aristotélica. Porém, tal tese foi rebatida por outros matemáticos. E coube a estes a tarefa de reconstruir, conforme os moldes da silogística, as demonstrações da matemática clássica, a fim de restaurar o status científico da matemática. Descartes não participou ativamente desse debate, distanciando-se não só da colocação do problema inicial como também das propostas de redução silogística. Pode-se ademais afirmar que o modelo metodológico de Descartes para as matemáticas é uma antítese de ambos os projetos. Pretende-se, portanto, apresentar a visão metodológica cartesiana, manifestada, sobretudo, no texto das Regras em sua crítica ao formalismo, no papel que atribui aos princípios e na função metodológica da intuição. Por fim, é apresentada a reconstrução histórica do problema das duas médias proporcionais (duplicação do cubo), que vai da década de 1620 até início de 1630. O resultado dessa prova, que será mais tarde publicada no livro III d A Geometria, é na verdade fruto das trocas do círculo matemático que envolvia Descartes, Hardy, Mydorge, Beeckman, Mersenne e Roberval. A prova de Descartes (elaborada provavelmente em conjunto com Mydorge) e aquela de Roberval do mesmo problema guardam, contudo, uma diferença. Roberval buscava, diferentemente de Descartes, conciliar o projeto metodológico aristotélico e a prática matemática euclidiana. Assim, a comparação das provas permite ao mesmo tempo uma ilustração dos elementos da metodologia e da prática matemática cartesiana.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-09-21
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/other
format other
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.49506
url https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=49506@3
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.49506
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron:PUC_RIO
instname_str Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
collection Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1814822623273549824