[en] PUNISHMENT AND DESRESPONSIBILITY IN PREVENTING POSSIBLE DANGEROUS FUTURES: MULTITUDE OF DATA, ALGORITHMS AND THE CONSTRUCTION OF ANTICIPATED PROFILES OF TERRORISTS IN FRANCE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: THALLITA GABRIELE LOPES LIMA
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48711@1
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http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48711
Resumo: [pt] Desde 2015, a França tem empreendido um processo de normalização de práticas anunciadas quando do estado de emergência, por meio da promulgação do Pacote de Lei sobre a Vigilância e a Lei Antiterrorista de 2017. Tais instrumentos propunham o fortalecimento da segurança interna e o combate ao terrorismo sob uma lógica de antecipação do risco, com técnicas de vigilância e controle informadas por dados e metadados. Este trabalho investiga os efeitos do crescente uso de tecnologias computacionais em práticas voltadas à prevenção de possíveis futuros perigosos, buscando explorar, mais precisamente, como afetam processos de responsabilização. O artigo se divide em três movimentos analíticos principais. Primeiro, analisarei a consubstanciação de uma arquitetura institucional e normativa que consolida o monopólio da supervisão em benefício dos serviços de inteligência; e como a prática de construção de perfis suspeitos através dos algoritmos veio a ser afirmada como uma necessidade para lidar com as contingências e incertezas na França face à ameaça do terrorismo e da radicalização. Em seguida, discutirei as condições de possibilidade do uso de algoritmos na produção de conhecimento de inteligência, em particular na produção de evidências que informam as medidas individuais de controle e vigilância. A proposta é analisar as conexões entre, de um lado, práticas de mensuração do perigo em um discurso técnico ancorado no imperativo da eficiência das práticas de vigilância; de outro, os efeitos de controle sobre os indivíduos com a flexibilização de salvaguardas processuais e garantias de direitos. O terceiro movimento terá seu ponto de gravidade nas camadas de práticas humanas e não humanas presentes nas medidas de controle e vigilância para entender seus efeitos sobre processos de responsabilização. Para tal, analisarei a relação entre a produção de conhecimento e a promulgação do não-conhecimento, através do sigilo e incerteza, nos processos de contestação das medidas individuais de controle e vigilância na França. O objetivo geral aqui é analisar como dispositivos de controle administrativo, como a aplicação das medidas administrativas de controle e vigilância (MICA semelhante a prisão domiciliar), no contexto do combate ao terrorismo na França, exemplifica um sistema de validação de autoridade e dispersão dos processos de responsabilização. O trabalho argumenta que tais processos implicam uma ativa desresponsabilização dos profissionais de segurança através da dispersão de responsabilidade entre humanos e não humanos e também favorecem a promulgação do não-conhecimento, em especial através do sigilo.
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Este trabalho investiga os efeitos do crescente uso de tecnologias computacionais em práticas voltadas à prevenção de possíveis futuros perigosos, buscando explorar, mais precisamente, como afetam processos de responsabilização. O artigo se divide em três movimentos analíticos principais. Primeiro, analisarei a consubstanciação de uma arquitetura institucional e normativa que consolida o monopólio da supervisão em benefício dos serviços de inteligência; e como a prática de construção de perfis suspeitos através dos algoritmos veio a ser afirmada como uma necessidade para lidar com as contingências e incertezas na França face à ameaça do terrorismo e da radicalização. Em seguida, discutirei as condições de possibilidade do uso de algoritmos na produção de conhecimento de inteligência, em particular na produção de evidências que informam as medidas individuais de controle e vigilância. A proposta é analisar as conexões entre, de um lado, práticas de mensuração do perigo em um discurso técnico ancorado no imperativo da eficiência das práticas de vigilância; de outro, os efeitos de controle sobre os indivíduos com a flexibilização de salvaguardas processuais e garantias de direitos. O terceiro movimento terá seu ponto de gravidade nas camadas de práticas humanas e não humanas presentes nas medidas de controle e vigilância para entender seus efeitos sobre processos de responsabilização. Para tal, analisarei a relação entre a produção de conhecimento e a promulgação do não-conhecimento, através do sigilo e incerteza, nos processos de contestação das medidas individuais de controle e vigilância na França. O objetivo geral aqui é analisar como dispositivos de controle administrativo, como a aplicação das medidas administrativas de controle e vigilância (MICA semelhante a prisão domiciliar), no contexto do combate ao terrorismo na França, exemplifica um sistema de validação de autoridade e dispersão dos processos de responsabilização. O trabalho argumenta que tais processos implicam uma ativa desresponsabilização dos profissionais de segurança através da dispersão de responsabilidade entre humanos e não humanos e também favorecem a promulgação do não-conhecimento, em especial através do sigilo.[en] Since 2015, France has undertaken a process of normalizing practices announced during the state of emergency, through the promulgation of the Surveillance and Anti-Terrorism Law Package of 2017. Such instruments proposed the strengthening of internal security and the fight against terrorism under a logic of risk anticipation, with surveillance and control techniques informed by data and metadata. This work investigates the effects of the increasing use of computer technologies in practices aimed at preventing possible dangerous futures, seeking to explore, more precisely, how they affect responsabilization processes. The article is divided into three main analytical movements. First, I will analyze the consolidation of an institutional and normative architecture that consolidates the monopoly of supervision for the benefit of intelligence services. In addition, how the practice of building suspicious profiles through the algorithms came to be affirmed as a necessity to deal with the contingencies and uncertainties in France in the face of the threat of terrorism and radicalization. Then, I will discuss the conditions for the possibility of using algorithms in the production of intelligence knowledge, in particular, in the production of evidence that inform individual control and surveillance measures. The proposal is to analyze the connections between, on the one hand, hazard measurement practices in a technical discourse anchored on the imperative of efficiency in surveillance practices; on the other hand, the effects of control over individuals with the easing of procedural safeguards and guarantees of rights. The third movement will have its point of gravity in the layers of human and non-human practices present in control and surveillance measures to understand its effects on accountability processes. To this end, I will analyze the relationship between the production of knowledge and the enactment of non-knowledge, through secrecy and uncertainty, in the processes of contesting individual control and surveillance measures in France. The general objective here is to analyze how administrative control devices, such as the application of administrative control and surveillance measures (MICA similar to house arrest), in the context of combating terrorism in France, exemplify a system of validation of authority and dispersion responsabilization processes. The paper argues that such processes imply an active desresponsabilization of security professionals through the dispersion of responsibility between humans and nonhumans and favor the promulgation of non-knowledge, especially through secrecy.MAXWELLISABEL ROCHA DE SIQUEIRAISABEL ROCHA DE SIQUEIRATHALLITA GABRIELE LOPES LIMA2020-06-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48711@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=48711@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.48711porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-07-27T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:48711Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342022-07-27T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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