OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: ANA CAROLINA AREIAS F DA SILVA
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@2
Resumo: Esta dissertação analisa a participação brasileira no G-20, uma coalizão de países em desenvolvimento (PEDs) criada pelo Brasil e a Índia durante a reunião Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Cancún, no México, em 2003. A coalizão tinha o objetivo de avançar a agenda de liberalização agrícola na Rodada Doha. Na época, analistas de política comercial se mostraram céticos sobre as chances de sobrevivência da coalizão, devido ao fato de que esta reunia países com interesses comerciais divergentes em agricultura. A despeito disto, o G-20 se estabeleceu como membro sine qua non das negociações e modificou o processo decisório da OMC, com a inclusão do Brasil e da Índia ao núcleo duro das negociações ao lado dos Estados Unidos e da União Européia. Porém, semelhante aumento de influência não se traduziu em uma conclusão da Rodada Doha, o que seria de sumo interesse para o Brasil. Argumento que esta dificuldade está relacionada ao fato de o G-20 ser uma coalizão com baixa coerência interna, cujas características estruturais constrangem as possíveis estratégias negociadoras ao alcance da coalizão, dificultando assim a adoção de uma estratégia distributiva que aumente as chances de que a negociação seja concluída com sucesso. O Brasil desempenhou um papel importante nessa coalizão pagando os custos da ação coletiva para garantir a coesão desta, mesmo quando isto significou abrir mão dos seus interesses comerciais. Contudo, a análise mostra que esta atitude teve limites, como ficou aparente durante a reunião da OMC realizada em Genebra em julho de 2008, quando o Brasil decidiu defender os seus próprios interesses em detrimento da cooperação com os membros do G-20.
id PUC_RIO-1_55af47c52fbe07fd2487be5ce711144e
oai_identifier_str oai:MAXWELL.puc-rio.br:17449
network_acronym_str PUC_RIO-1
network_name_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository_id_str 534
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisOS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIOTHE LIMITS OF COOPERATION: BRAZIL AND THE G-20 IN THE WORLD TRADE ORGANIZATION AGRICULTURAL NEGOTIATIONS2010-11-17LETICIA DE ABREU PINHEIRO54597595791lattes.cnpq.br/4376327572484778LETICIA DE ABREU PINHEIRO54597595791lattes.cnpq.br/4376327572484778MARCELO DE PAIVA ABREU01092332715lattes.cnpq.br/9502772132500692LUIS MANUEL REBELO FERNANDESMARCELO DE PAIVA ABREULETICIA DE ABREU PINHEIROLETICIA DE ABREU PINHEIROJANINA ONUKIANA CAROLINA AREIAS F DA SILVAPONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIROPPG EM RELAÇÕES INTERNACIONAISPUC-RioBREsta dissertação analisa a participação brasileira no G-20, uma coalizão de países em desenvolvimento (PEDs) criada pelo Brasil e a Índia durante a reunião Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Cancún, no México, em 2003. A coalizão tinha o objetivo de avançar a agenda de liberalização agrícola na Rodada Doha. Na época, analistas de política comercial se mostraram céticos sobre as chances de sobrevivência da coalizão, devido ao fato de que esta reunia países com interesses comerciais divergentes em agricultura. A despeito disto, o G-20 se estabeleceu como membro sine qua non das negociações e modificou o processo decisório da OMC, com a inclusão do Brasil e da Índia ao núcleo duro das negociações ao lado dos Estados Unidos e da União Européia. Porém, semelhante aumento de influência não se traduziu em uma conclusão da Rodada Doha, o que seria de sumo interesse para o Brasil. Argumento que esta dificuldade está relacionada ao fato de o G-20 ser uma coalizão com baixa coerência interna, cujas características estruturais constrangem as possíveis estratégias negociadoras ao alcance da coalizão, dificultando assim a adoção de uma estratégia distributiva que aumente as chances de que a negociação seja concluída com sucesso. O Brasil desempenhou um papel importante nessa coalizão pagando os custos da ação coletiva para garantir a coesão desta, mesmo quando isto significou abrir mão dos seus interesses comerciais. Contudo, a análise mostra que esta atitude teve limites, como ficou aparente durante a reunião da OMC realizada em Genebra em julho de 2008, quando o Brasil decidiu defender os seus próprios interesses em detrimento da cooperação com os membros do G-20.This dissertation analyzes the Brazilian participation in the G-20, a coalition of developing countries created by Brazil and India during the World Trade Organization (WTO) Ministerial Conference held in Cancún, Mexico, in 2003. The goal of the coalition was advancing an agenda of agricultural liberalization in the Doha Round. At the time, trade policy experts were skeptical as to the chances of survival of the coalition, due to the fact that it brought together countries with divergent commercial interests in agriculture. In spite of this, the G-20 established itself as a sine qua non member of the negotiations and changed the decisionmaking process of the WTO, with the inclusion of Brazil and India in the core of the negotiations together with the United States and the European Union. However, this increase in influence has not translated into a conclusion of the Doha Round, of extreme interest for Brazil. We argue that this difficulty is related to the fact that the G-20 is a coalition with low internal coherence and that its structural characteristics constrain its negotiating strategies, making it difficult for the coalition to adopt a distributive strategy that increases the probability that the negotiation is concluded successfully. Brazil played an important role paying the collective action costs in order to maintain the cohesion of the coalition, even when this meant going against its own commercial interests. However, this attitude had its limits, as was made apparent during the WTO meeting in Geneva, in July 2008, when Brazil decided to defend its own interests in detriment of cooperating with the members of the G-20.CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICOhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@2porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2022-11-01T13:12:39Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:17449Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342017-09-14T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
dc.title.pt.fl_str_mv OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
dc.title.alternative.en.fl_str_mv THE LIMITS OF COOPERATION: BRAZIL AND THE G-20 IN THE WORLD TRADE ORGANIZATION AGRICULTURAL NEGOTIATIONS
title OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
spellingShingle OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
ANA CAROLINA AREIAS F DA SILVA
title_short OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
title_full OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
title_fullStr OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
title_full_unstemmed OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
title_sort OS LIMITES DA COOPERAÇÃO: O BRASIL E O G-20 NAS NEGOCIAÇÕES AGRÍCOLAS DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE COMÉRCIO
dc.creator.ID.none.fl_str_mv
dc.creator.Lattes.none.fl_str_mv
author ANA CAROLINA AREIAS F DA SILVA
author_facet ANA CAROLINA AREIAS F DA SILVA
author_role author
dc.contributor.advisor2ID.none.fl_str_mv 54597595791
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv LETICIA DE ABREU PINHEIRO
dc.contributor.advisor1ID.fl_str_mv 54597595791
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv lattes.cnpq.br/4376327572484778
dc.contributor.advisor2.fl_str_mv LETICIA DE ABREU PINHEIRO
dc.contributor.advisor2Lattes.fl_str_mv lattes.cnpq.br/4376327572484778
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv MARCELO DE PAIVA ABREU
dc.contributor.advisor-co1ID.fl_str_mv 01092332715
dc.contributor.advisor-co1Lattes.fl_str_mv lattes.cnpq.br/9502772132500692
dc.contributor.referee1.fl_str_mv LUIS MANUEL REBELO FERNANDES
dc.contributor.referee2.fl_str_mv MARCELO DE PAIVA ABREU
dc.contributor.referee3.fl_str_mv LETICIA DE ABREU PINHEIRO
dc.contributor.referee4.fl_str_mv LETICIA DE ABREU PINHEIRO
dc.contributor.referee5.fl_str_mv JANINA ONUKI
dc.contributor.author.fl_str_mv ANA CAROLINA AREIAS F DA SILVA
contributor_str_mv LETICIA DE ABREU PINHEIRO
LETICIA DE ABREU PINHEIRO
MARCELO DE PAIVA ABREU
LUIS MANUEL REBELO FERNANDES
MARCELO DE PAIVA ABREU
LETICIA DE ABREU PINHEIRO
LETICIA DE ABREU PINHEIRO
JANINA ONUKI
description Esta dissertação analisa a participação brasileira no G-20, uma coalizão de países em desenvolvimento (PEDs) criada pelo Brasil e a Índia durante a reunião Ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), em Cancún, no México, em 2003. A coalizão tinha o objetivo de avançar a agenda de liberalização agrícola na Rodada Doha. Na época, analistas de política comercial se mostraram céticos sobre as chances de sobrevivência da coalizão, devido ao fato de que esta reunia países com interesses comerciais divergentes em agricultura. A despeito disto, o G-20 se estabeleceu como membro sine qua non das negociações e modificou o processo decisório da OMC, com a inclusão do Brasil e da Índia ao núcleo duro das negociações ao lado dos Estados Unidos e da União Européia. Porém, semelhante aumento de influência não se traduziu em uma conclusão da Rodada Doha, o que seria de sumo interesse para o Brasil. Argumento que esta dificuldade está relacionada ao fato de o G-20 ser uma coalizão com baixa coerência interna, cujas características estruturais constrangem as possíveis estratégias negociadoras ao alcance da coalizão, dificultando assim a adoção de uma estratégia distributiva que aumente as chances de que a negociação seja concluída com sucesso. O Brasil desempenhou um papel importante nessa coalizão pagando os custos da ação coletiva para garantir a coesão desta, mesmo quando isto significou abrir mão dos seus interesses comerciais. Contudo, a análise mostra que esta atitude teve limites, como ficou aparente durante a reunião da OMC realizada em Genebra em julho de 2008, quando o Brasil decidiu defender os seus próprios interesses em detrimento da cooperação com os membros do G-20.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010-11-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@2
url https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=17449@2
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
dc.publisher.program.fl_str_mv PPG EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS
dc.publisher.initials.fl_str_mv PUC-Rio
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron:PUC_RIO
instname_str Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
collection Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1748324908682706944