[en] DELIRIUM AND THE UPSIDE DOWN OF THE INTERNATIONAL: A DELEUZIAN ONTOLOGY UPON WORLD POLITICS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: VINICIUS ARMELE DOS SANTOS LEAL
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67287@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=67287@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.67287
Resumo: [pt] Diante das incertezas decorrentes do declínio da ordem liberal pós-Guerra Fria, a disciplina de Relações Internacionais busca rearticular as subjetividades em meio a uma ordem global em transformação. A interconexão entre a vida subjetiva pessoal e a vida subjetiva social torna-se evidente ao considerarmos como os afetos influenciam as decisões políticas, moldam a percepção da verdade e contribuem para a construção da realidade. Ao explorarmos as relações internacionais à luz da interseção da evolução da psiquiatria, podemos observar como o evento da loucura não se reduz a um acontecimento isolado em um indivíduo. Gilles Deleuze e Félix Guattari, na obra O Anti-Édipo, propõem que, sob cada sociedade, existe um vasto fluxo de natureza libidinal-inconsciente que constitui o delírio da sociedade como um todo. Eles concebem o delírio como a matriz geral de todo investimento social inconsciente, sugerindo uma relação intrínseca entre loucura e pensamento. Influenciado por esse sistema de pensamento, propomos, nesta tese, uma alternativa à concepção ortodoxa da identidade reduzida a um Eu no campo das relações internacionais. Aquilo que denominamos como uma ontologia essencialista (essence), substituindo-a por uma ontologia imanente deleuziana, entendida como uma ontologia do sentido (sens). A loucura é aqui concebida não como uma condição individual, mas como uma metodologia, uma teorização pós-humana que enfatiza os processos de devir e diferenciação, considerando todos os corpos, humanos e não humanos, em um jogo constante, fluido e relacional. Dessa forma, tomando o delírio como método, procuramos questionar a natureza das relações internacionais, oferecendo uma crítica aos pressupostos ontológicos do conceito de internacional que estabelece uma ontologia estatista vinculada ao axioma de Westfália. Propomos a necessidade de confrontar estruturas baseadas em identidades, revelando como o pensamento ocidental moderno moldou modos de pensamento e categorias nas RI. Sugerimos uma reestruturação da identidade e da diferença por meio de uma ontologia do desejo e das linhas imanentes, fundamentais para uma teoria generalizada dos fluxos nas RI, inspirada na filosofia da diferença de Deleuze e Guattari. Por fim, a importância de tal movimento seria dada pela exploração da chamada virada afetiva nas humanidades e ciências sociais, introduzindo a cartografia esquizoanalítica como método de pesquisa. Esta abordagem oferece uma crítica especulativa à ontologia ortodoxa das Relações Internacionais e propõe uma reestruturação ontológica baseada em Deleuze e Guattari, buscando, assim, uma compreensão relacional dos agenciamentos internacionais.
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Gilles Deleuze e Félix Guattari, na obra O Anti-Édipo, propõem que, sob cada sociedade, existe um vasto fluxo de natureza libidinal-inconsciente que constitui o delírio da sociedade como um todo. Eles concebem o delírio como a matriz geral de todo investimento social inconsciente, sugerindo uma relação intrínseca entre loucura e pensamento. Influenciado por esse sistema de pensamento, propomos, nesta tese, uma alternativa à concepção ortodoxa da identidade reduzida a um Eu no campo das relações internacionais. Aquilo que denominamos como uma ontologia essencialista (essence), substituindo-a por uma ontologia imanente deleuziana, entendida como uma ontologia do sentido (sens). A loucura é aqui concebida não como uma condição individual, mas como uma metodologia, uma teorização pós-humana que enfatiza os processos de devir e diferenciação, considerando todos os corpos, humanos e não humanos, em um jogo constante, fluido e relacional. Dessa forma, tomando o delírio como método, procuramos questionar a natureza das relações internacionais, oferecendo uma crítica aos pressupostos ontológicos do conceito de internacional que estabelece uma ontologia estatista vinculada ao axioma de Westfália. Propomos a necessidade de confrontar estruturas baseadas em identidades, revelando como o pensamento ocidental moderno moldou modos de pensamento e categorias nas RI. Sugerimos uma reestruturação da identidade e da diferença por meio de uma ontologia do desejo e das linhas imanentes, fundamentais para uma teoria generalizada dos fluxos nas RI, inspirada na filosofia da diferença de Deleuze e Guattari. Por fim, a importância de tal movimento seria dada pela exploração da chamada virada afetiva nas humanidades e ciências sociais, introduzindo a cartografia esquizoanalítica como método de pesquisa. Esta abordagem oferece uma crítica especulativa à ontologia ortodoxa das Relações Internacionais e propõe uma reestruturação ontológica baseada em Deleuze e Guattari, buscando, assim, uma compreensão relacional dos agenciamentos internacionais.[en] Given the uncertainties arising from the decline of the post-Cold War liberal order, the discipline of International Relations seeks to rearticulate subjectivities amid a changing global order. The interconnection between personal subjective life and social subjective life becomes evident when we consider how affects influence political decisions, shape the perception of truth, and contribute to the construction of reality. By exploring international relations through the intersection of the evolution of psychiatry, we can see how the event of madness is not reduced to an isolated event in a single individual. Gilles Deleuze and Félix Guattari, in The Anti-Oedipus, propose that underneath every society there is a vast flow of libidinal-unconscious matter that constitutes the delirium of society. They understand delirium as the general matrix of all unconscious social investment, suggesting an intrinsic relationship between madness and thought. Influenced by this system of thought, we propose in this thesis an alternative to the orthodox conception of identity reduced to an I in the field of international relations. What we call an essentialist ontology (essence), replacing it with a Deleuzian immanent ontology, understood as an ontology of meaning (sens). Madness is conceived here not as an individual condition, but as a methodology, a post-human theorization that emphasizes the processes of becoming and differentiation, considering all bodies, human and non-human, in a constant, fluid, and relational process. In this way, taking delirium as a method, we seek to question the nature of international relations, offering a critique of the ontological presuppositions of the concept of international, which establishes a statist ontology linked to the axiom of Westphalia. We propose the need to confront identity-based structures, revealing how modern Western thought has shaped modes of thought and categories in IR. We suggest a restructuring of identity and difference through an ontology of desire and immanent lines, fundamental to a generalized theory of flows in IR, inspired by Deleuze and Guattari s philosophy of difference. Finally, the importance of this movement would be given by the exploration of the so-called affective turn in the humanities and social sciences, introducing schizoanalytic cartography as a research method. This approach offers a speculative critique of the orthodox ontology of International Relations and proposes an ontological restructuring based on Deleuze and Guattari, seeking a more relational understanding of international assemblages. 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