[pt] IRONIA E VERDADE: A RELEVÂNCIA DA EIRONEÍA NA FILOSOFIA SOCRÁTICO-PLATÔNICA
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Outros |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031@2 http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63031 |
Resumo: | [pt] A presente dissertação trata do conceito de ironia socrático-platônica, com ênfase em excertos nos quais encontram-se registros textuais de eíron e derivados, que possam ser compreendidos como ocorrências irônicas do Sócrates de Platão. O problema é que a palavra (eironeía), no dialeto ático, geralmente, tinha a semântica negativa da dissimulação. Contudo, a origem ambígua do termo também abrangia a ideia de questionamento. Dentre os mais proeminentes autores da antiguidade grega, Platão foi o que mais fez uso de eironeía e congêneres, na maioria das vezes, em contextos nos quais aparece Sócrates, agindo com seu hábito tão peculiar de questionar seus interlocutores. No decurso do tempo, essa correlação entre o termo antigo e o paradoxo filosófico da negação de conhecimento intitulou-se de ironia socrática. As correntes interpretativas dividiram-se, basicamente, entre uma proposta de leitura negativa e a outra positiva para esse evento. Portanto, nesta dissertação, o primeiro e principal objetivo é escrutinar a relevância da eironeía/ironia socrática, a partir da verificação do corpus platonicum. Então, encontram-se os oitos diálogos que contêm instâncias do termo, subdividindo-os entre aqueles em que (1) a eironeía não está diretamente relacionada a Sócrates, a saber, Eutidemo, Crátilo, Sofista e Leis, e os outros nos quais (2) a eironeía está diretamente relacionada ao protagonista platônico, i.e., Apologia, Górgias, Banquete e República. Para tal, organizam-se alguns critérios básicos que auxiliam na delimitação e identificação dos eventos irônicos, a fim de extrair conclusões mais coerentes quanto à natureza e os propósitos da eironeía/ironia socrática. Além disso, esta dissertação tem como segundo objetivo a interpretação da mais pregnante estratégia literária de Platão, a saber, o famoso anonimato, ou ocultação da voz autoral, como uma espécie de dissimulação inerente à eironeía. Então, almeja-se analisar o potencial retórico e epistemológico desse recurso, em seus dois aspectos: o método socrático e a estratégia literária platônica. Contudo, apesar dos desafios hermenêuticos e a polêmica que divide a vasta fortuna crítica a respeito do assunto, o terceiro objetivo desta dissertação é a aproximação de interpretações positivas do termo ou, ao menos, interpretações que o vejam como relevante à prática filosófica. Assim, revisitam-se os clássicos para se pensar a atualidade. Afinal, acredita-se que, quando Platão emprega a eironeía/ironia socrática, o efeito disso é o estímulo à reflexão sobre as virtudes e a verdade dos variados temas encontrados nos diálogos. |
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[pt] IRONIA E VERDADE: A RELEVÂNCIA DA EIRONEÍA NA FILOSOFIA SOCRÁTICO-PLATÔNICA[en] IRONY AND TRUTH: THE RELEVANCE OF EIRONEIA IN SOCRATIC-PLATONIC PHILOSOPHY[pt] PLATAO[pt] FIGURAS DE LINGUAGEM[pt] IRONIA SOCRATICA[pt] EIRONEIA[pt] SOCRATES[en] PLATO[en] FIGURES OF SPEECH[en] SOCRATIC IRONY[en] EIRONEIA[en] SOCRATES[pt] A presente dissertação trata do conceito de ironia socrático-platônica, com ênfase em excertos nos quais encontram-se registros textuais de eíron e derivados, que possam ser compreendidos como ocorrências irônicas do Sócrates de Platão. O problema é que a palavra (eironeía), no dialeto ático, geralmente, tinha a semântica negativa da dissimulação. Contudo, a origem ambígua do termo também abrangia a ideia de questionamento. Dentre os mais proeminentes autores da antiguidade grega, Platão foi o que mais fez uso de eironeía e congêneres, na maioria das vezes, em contextos nos quais aparece Sócrates, agindo com seu hábito tão peculiar de questionar seus interlocutores. No decurso do tempo, essa correlação entre o termo antigo e o paradoxo filosófico da negação de conhecimento intitulou-se de ironia socrática. As correntes interpretativas dividiram-se, basicamente, entre uma proposta de leitura negativa e a outra positiva para esse evento. Portanto, nesta dissertação, o primeiro e principal objetivo é escrutinar a relevância da eironeía/ironia socrática, a partir da verificação do corpus platonicum. Então, encontram-se os oitos diálogos que contêm instâncias do termo, subdividindo-os entre aqueles em que (1) a eironeía não está diretamente relacionada a Sócrates, a saber, Eutidemo, Crátilo, Sofista e Leis, e os outros nos quais (2) a eironeía está diretamente relacionada ao protagonista platônico, i.e., Apologia, Górgias, Banquete e República. Para tal, organizam-se alguns critérios básicos que auxiliam na delimitação e identificação dos eventos irônicos, a fim de extrair conclusões mais coerentes quanto à natureza e os propósitos da eironeía/ironia socrática. Além disso, esta dissertação tem como segundo objetivo a interpretação da mais pregnante estratégia literária de Platão, a saber, o famoso anonimato, ou ocultação da voz autoral, como uma espécie de dissimulação inerente à eironeía. Então, almeja-se analisar o potencial retórico e epistemológico desse recurso, em seus dois aspectos: o método socrático e a estratégia literária platônica. Contudo, apesar dos desafios hermenêuticos e a polêmica que divide a vasta fortuna crítica a respeito do assunto, o terceiro objetivo desta dissertação é a aproximação de interpretações positivas do termo ou, ao menos, interpretações que o vejam como relevante à prática filosófica. Assim, revisitam-se os clássicos para se pensar a atualidade. Afinal, acredita-se que, quando Platão emprega a eironeía/ironia socrática, o efeito disso é o estímulo à reflexão sobre as virtudes e a verdade dos variados temas encontrados nos diálogos.[en] This thesis deals with the concept of Socratic-Platonic irony, with emphasis on excerpts in which textual scripts of (eiron) and derivatives are found, which can be understood as ironic occurrences of Plato s Socrates. The problem is that the word (eironeia), in the Attic dialect, generally had the negative semantics of dissembling. However, the ambiguous origin of the term also embraced the idea of questioning. Among the most prominent authors of Greek antiquity, Plato made the most use of eironeia and cognates, most of the time, in contexts where Socrates appears, acting with his very peculiar habit of questioning his interlocutors. Throughout the time, this correlation between the ancient term and the philosophical paradox of the disavowal of knowledge was called Socratic irony. The interpretative currents were divided, basically, between a negative and a positive reading proposal for this event. Therefore, in this thesis, the first and main goal is to scrutinize the relevance of Socratic eironeia/irony, by the verification of the corpus platonicum. Then, we find the eight dialogues that contain instances of the term, subdividing them into those in which (1) the eironeia is not directly related to Socrates, namely, Euthydemus, Cratylus, Sophist and Laws, and others in which (2) the eironeia is directly related to the Platonic protagonist, i.e., Apology, Gorgias, Symposium and Republic. To this end, some basic criteria are organized to help in the delimitation and identification of ironic events, in order to draw more coherent conclusions, regarding the nature and purposes of Socratic eironeia/irony. Furthermore, this thesis has as its second goal the interpretation of Plato s most pregnant literary strategy, namely, the famous anonymity, or concealment of the authorial voice, as a kind of dissimulation, inherent to eironeia. So, we aim to analyze the rhetorical and epistemological potential of this resource, in its two aspects: the Socratic method and the Platonic literary strategy. However, despite the hermeneutical challenges and the controversy that divides the vast critical fortune on the subject, the third goal of this thesis is the approach of positive interpretations or, at least, those which see it as relevant to philosophical practice. Thus, the classics are revisited to think about the present. After all, it is believed that, when Plato employs the Socratic eironeia/irony, the effect of this is the stimulus to reflection on the virtues and on the truth of the various themes found in the dialogues.MAXWELLLUISA SEVERO BUARQUE DE HOLANDADIEGO BARBOSA DANTAS2023-06-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=63031@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.63031porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-06-27T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:63031Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342023-06-27T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false |
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