ENTENDENDO RECURSÃO E BUSCANDO POR AUTO-ENCAIXAMENTO EM PIRAHÃ: O CASO DAS CONSTRUÇÕES POSSESSIVAS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) |
Texto Completo: | https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=26480@1 https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=26480@2 |
Resumo: | Tem-se argumentado que a língua Pirahã, da família Mura, falada na Amazônia brasileira, é não-recursiva, não apresentando nenhum tipo de auto-encaixamento sintático (Everett, 2005). O objetivo dessa dissertação é investigar essa questão. Primeiramente, uma definição formal de recursão é necessária. Apresentamos, assim, uma análise histórica do termo, considerando sua origem no campo da matemática e da lógica e sua trajetória dentro da linguística formal Chomskyniana. A conclusão a que se chega é que dentro da Gramática Gerativa, recursão deve ser entendida como um conjunto finito de funções que chamam por si mesmas, podendo tomar seu outup prévio como input (i.e. operação Merge do Programa Minimalista (Chomsky, 2015)). Esse recurso cognitivo universal é responsável pela natureza combinatorial da Gramática (Língua Interna), conferindo a ela a propriedade de infinitude discreta. Assim, a ausência de auto-encaixamento em uma determinada língua não é evidência contra a universalidade da recursão. Representações com auto-encaixamento são apenas um dos possíveis resultados externos do sistema combinatorial recursivo da Gramática interna. O segundo objetivo dessa dissertação é apresentar novos dados de pesquisa de campo em estruturas nominais possessivas em Pirahã, demonstrando que auto-encaixamentos nesse domínio sintático são possíveis e produtivos na língua. A conclusão geral da nossa pesquisa é que a posição de Everett contra a universalidade da recursão está tanto teoricamente, quanto empiricamente incorreta. Duas são as principais contribuições dessa dissertação para a teoria linguística formal: oferecer um melhor entendimento de computabilidade interna à Gramática, e apresentar novos dados empíricos sobre a sintaxe de encaixamentos em Pirahã. |
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Tem-se argumentado que a língua Pirahã, da família Mura, falada na Amazônia brasileira, é não-recursiva, não apresentando nenhum tipo de auto-encaixamento sintático (Everett, 2005). O objetivo dessa dissertação é investigar essa questão. Primeiramente, uma definição formal de recursão é necessária. Apresentamos, assim, uma análise histórica do termo, considerando sua origem no campo da matemática e da lógica e sua trajetória dentro da linguística formal Chomskyniana. A conclusão a que se chega é que dentro da Gramática Gerativa, recursão deve ser entendida como um conjunto finito de funções que chamam por si mesmas, podendo tomar seu outup prévio como input (i.e. operação Merge do Programa Minimalista (Chomsky, 2015)). Esse recurso cognitivo universal é responsável pela natureza combinatorial da Gramática (Língua Interna), conferindo a ela a propriedade de infinitude discreta. Assim, a ausência de auto-encaixamento em uma determinada língua não é evidência contra a universalidade da recursão. Representações com auto-encaixamento são apenas um dos possíveis resultados externos do sistema combinatorial recursivo da Gramática interna. O segundo objetivo dessa dissertação é apresentar novos dados de pesquisa de campo em estruturas nominais possessivas em Pirahã, demonstrando que auto-encaixamentos nesse domínio sintático são possíveis e produtivos na língua. A conclusão geral da nossa pesquisa é que a posição de Everett contra a universalidade da recursão está tanto teoricamente, quanto empiricamente incorreta. Duas são as principais contribuições dessa dissertação para a teoria linguística formal: oferecer um melhor entendimento de computabilidade interna à Gramática, e apresentar novos dados empíricos sobre a sintaxe de encaixamentos em Pirahã. |
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