[en] CHATTING WITH THE DECEASED: A STUDY ON THE USE OF ORKUT BY BEREAVED PEOPLE

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: MARIANA SANTIAGO DE MATOS SILVA
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Outros
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34467@1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34467@2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34467
Resumo: [pt] Duas décadas após a difusão da Internet por todo o mundo, é nítida a diferença entre a realidade que havia antes e a que existe hoje. Pode-se dizer, sem o risco de incorrer em exageros, que a Internet promoveu mudanças em quase todas as áreas da vida humana. Dentre os incontáveis recursos que a Internet oferece está a possibilidade de fazer e manter amizades online, assim como de brigar, estudar, comprar, paquerar, reclamar de uma empresa ou serviço, discutir, namorar e conversar. Tudo isso pode ser feito através de diferentes ferramentas e ambientes na Rede, tais como os emails, chats, sites em geral, blogs, e, mais recentemente, sites de relacionamento. De todos estes, os sites de relacionamento (como Orkut e Facebook) vêm se tornando cada vez mais populares ao longo da última década, especialmente entre os jovens. Entre os diversos sites de relacionamento disponíveis, o Orkut é o mais frequentado pelo público brasileiro, que o utiliza geralmente para interagir através de mensagens, compartilhar fotos e participar de comunidades. Há, no entanto, pessoas que têm utilizado o Orkut com um fim que surpreendentemente vem se tornando cada vez mais frequente. Tratase do uso do Orkut por pessoas enlutadas para enviar mensagens a outras que estão mortas, e cujo perfil foi mantido ativo. Visando compreender este novo comportamento, esta tese conta tanto com uma revisão bibliográfica como com uma pesquisa de campo. No levantamento bibliográfico, as concepções de morte, os comportamentos e rituais a ela associados são abordados do ponto de vista histórico e sociológico. Do ponto de vista psicológico, são apresentadas as diferentes fases do luto, os fatores que podem vir a influenciar a evolução deste processo e indicadores de que o luto foi elaborado. A pesquisa de campo conta com entrevistas com 15 pessoas que deixam mensagens em perfis de amigos ou familiares falecidos. A análise destas entrevistas revela que, em um momento inicial do luto, o perfil do falecido é percebido como uma parte daquele que se foi, favorecendo a sensação de proximidade com ele. Essa sensação faz com que os enlutados tenham a impressão de que podem se comunicar com o falecido, o que os leva a deixar mensagens em seu perfil. Fazer isso traz um alívio momentâneo para a dor experimentada pelos enlutados, que se sentem confortados. Por este motivo, eles apontam o Orkut como uma fonte de ajuda para o abrandamento da dor pela perda de alguém querido. Conforme o tempo passa, há maior conformidade com a morte, o que leva as visitas ao perfil e as mensagens a se tornarem rarefeitas. O perfil se torna, então, apenas um lugar de boas recordações, a que as pessoas eventualmente recorrem quando querem se lembrar do falecido.
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Tudo isso pode ser feito através de diferentes ferramentas e ambientes na Rede, tais como os emails, chats, sites em geral, blogs, e, mais recentemente, sites de relacionamento. De todos estes, os sites de relacionamento (como Orkut e Facebook) vêm se tornando cada vez mais populares ao longo da última década, especialmente entre os jovens. Entre os diversos sites de relacionamento disponíveis, o Orkut é o mais frequentado pelo público brasileiro, que o utiliza geralmente para interagir através de mensagens, compartilhar fotos e participar de comunidades. Há, no entanto, pessoas que têm utilizado o Orkut com um fim que surpreendentemente vem se tornando cada vez mais frequente. Tratase do uso do Orkut por pessoas enlutadas para enviar mensagens a outras que estão mortas, e cujo perfil foi mantido ativo. Visando compreender este novo comportamento, esta tese conta tanto com uma revisão bibliográfica como com uma pesquisa de campo. No levantamento bibliográfico, as concepções de morte, os comportamentos e rituais a ela associados são abordados do ponto de vista histórico e sociológico. Do ponto de vista psicológico, são apresentadas as diferentes fases do luto, os fatores que podem vir a influenciar a evolução deste processo e indicadores de que o luto foi elaborado. A pesquisa de campo conta com entrevistas com 15 pessoas que deixam mensagens em perfis de amigos ou familiares falecidos. A análise destas entrevistas revela que, em um momento inicial do luto, o perfil do falecido é percebido como uma parte daquele que se foi, favorecendo a sensação de proximidade com ele. Essa sensação faz com que os enlutados tenham a impressão de que podem se comunicar com o falecido, o que os leva a deixar mensagens em seu perfil. Fazer isso traz um alívio momentâneo para a dor experimentada pelos enlutados, que se sentem confortados. Por este motivo, eles apontam o Orkut como uma fonte de ajuda para o abrandamento da dor pela perda de alguém querido. Conforme o tempo passa, há maior conformidade com a morte, o que leva as visitas ao perfil e as mensagens a se tornarem rarefeitas. O perfil se torna, então, apenas um lugar de boas recordações, a que as pessoas eventualmente recorrem quando querem se lembrar do falecido.[en] Two decades after the Internet explosion throughout the world, there is a pronounced difference between the reality that existed before and the one we have nowadays. It is possible to say, without risk of exaggeration, that the Internet transformed almost every single part of human life. Among the immeasurable resources available in the Internet are the possibilities of making friends and maintaining friendships, as well as fighting, studying, buying, flirting, complaining of companies or services, arguing, dating and chatting. These things can all be done thanks to resources such as emails, chats, websites in general, blogs and, more recently, social network sites. Social network sites (as Orkut and Facebook) have become very popular during the last decade, especially among youngsters. Among the many social network sites available, Orkut is preferred by the Brazilians, who usually use it to interact with each other sending messages, sharing pictures and joining communities. However, some have been using Orkut for a different purpose, which surprisingly has become increasingly common. These are bereaved people who have been using Orkut to send messages to others who are dead, and whose profiles were kept active. Aiming to comprehend this new behavior, this thesis incorporates a bibliographic review and also a field research. In the bibliographic review, death conceptions, behaviors and rituals related to death are approached historically and sociologically. From the psychological standpoint, the different stages of grief, factors that can endanger the evolution of this process and indicators that grief has ended are presented. The field research is composed by 15 interviews with those who write messages in profiles of deceased family members or friends. The analysis of these interviews demonstrates that, in the first moment of grief, the deceased s profile is perceived as a part of the dead person, causing the sensation of being close to him/her. This perception makes the bereaved have the sensation that they can communicate with the deceased, compelling them to leave messages on his/her profile. Doing so brings momentary relief for the sorrow experienced by the bereaved. Thence, they consider Orkut as an avenue to help relieve the pain of losing a loved one. As time passes, they get more resigned with the loss, which results in fewer profile visits and even rarer posting of messages. The profile becomes, then, just one place of nice memories, where people eventually go when they want to remember the deceased.MAXWELLANA MARIA NICOLACI DA COSTAMARIANA SANTIAGO DE MATOS SILVA2018-07-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/otherhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34467@1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=34467@2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.34467porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2018-07-17T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:34467Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342018-07-17T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
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