[pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CAMILA VASCONCELOS SAMPAIO
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
Texto Completo: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62354
Resumo: [pt] Investigações, em diferentes línguas, demonstram que crianças em aquisição apresentam dificuldades no estabelecimento de correferência com pronomes dêiticos, refletindo possível atraso na aquisição de princípios da pragmática que regulam referência pronominal (Chien e Wexler, 1990, 2009; Grolla, 2005). Pesquisas recentes sugerem que gestos paralinguísticos (ie., gesto co-fala) podem funcionar como reforço pragmático, realçando aspectos implícitos do significado (Schlenker, 2018). Na presente pesquisa, investiga-se se, na aquisição do português brasileiro, gestos co-fala aliviam dificuldades de correferência pronominal, com violação de Principio B. Foram realizados dois estudos experimentais de julgamento de valor de verdade com crianças em processo de aquisição (grupo alvo – 10 participantes) e adultos(grupo controle – 10 participantes). Os estímulos experimentais foram compostos por sentenças coordenadas, apresentadas oralmente, com pronome (nulo ou pleno) na posição de objeto da segunda oração e dois possíveis antecedentes: um na posição de sujeito da segunda oração (antecedente local) e outro na posição de objeto da primeira oração (antecedente não-local). No primeiro experimento, não houve acoplagem de gesto, tanto pronomes quanto antecedentes foram apresentados sem acompanhamento de gesto. No segundo experimento, manipulou-se acoplagem de gesto, os pronomes e possíveis antecedentes foram acompanhados de apontamento manual para localização-espacial do referente (loci-espacial). Os resultados obtidos indicam que: (a) em contextos estruturais envolvendo pronome nulo, não há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, ambos rejeitam correfêrencia local – sem violação do Princípio B; (b) em contextos estruturais envolvendo pronome pleno, há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, com maior aceitação de correfêrencia local no grupo alvo - violação do Princípio B. No entanto, no segundo experimento, não houve diferença significativa entre os dois grupos. Concluímos, portanto, que, durante a aquisição, o gesto co-fala de loci-espacial é computado durante a construção da correferência pronominal, neutralizando leitura de correferência com antecedente local.
id PUC_RIO-1_fb20df810e7f616dcd34d6c6dc94e165
oai_identifier_str oai:MAXWELL.puc-rio.br:62354
network_acronym_str PUC_RIO-1
network_name_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository_id_str 534
spelling [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES [en] PARALINGUISTIC GESTURE AS PRAGMATIC REINFORCEMENT IN PRONOUN ACQUISITION [pt] PRONOMES DEITICOS[pt] GESTOS PARALINGUISTICOS[pt] AQUISICAO[en] DEICTIC PRONOUNS[en] PARALINGUISTIC GESTURES[en] ACQUISITION[pt] Investigações, em diferentes línguas, demonstram que crianças em aquisição apresentam dificuldades no estabelecimento de correferência com pronomes dêiticos, refletindo possível atraso na aquisição de princípios da pragmática que regulam referência pronominal (Chien e Wexler, 1990, 2009; Grolla, 2005). Pesquisas recentes sugerem que gestos paralinguísticos (ie., gesto co-fala) podem funcionar como reforço pragmático, realçando aspectos implícitos do significado (Schlenker, 2018). Na presente pesquisa, investiga-se se, na aquisição do português brasileiro, gestos co-fala aliviam dificuldades de correferência pronominal, com violação de Principio B. Foram realizados dois estudos experimentais de julgamento de valor de verdade com crianças em processo de aquisição (grupo alvo – 10 participantes) e adultos(grupo controle – 10 participantes). Os estímulos experimentais foram compostos por sentenças coordenadas, apresentadas oralmente, com pronome (nulo ou pleno) na posição de objeto da segunda oração e dois possíveis antecedentes: um na posição de sujeito da segunda oração (antecedente local) e outro na posição de objeto da primeira oração (antecedente não-local). No primeiro experimento, não houve acoplagem de gesto, tanto pronomes quanto antecedentes foram apresentados sem acompanhamento de gesto. No segundo experimento, manipulou-se acoplagem de gesto, os pronomes e possíveis antecedentes foram acompanhados de apontamento manual para localização-espacial do referente (loci-espacial). Os resultados obtidos indicam que: (a) em contextos estruturais envolvendo pronome nulo, não há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, ambos rejeitam correfêrencia local – sem violação do Princípio B; (b) em contextos estruturais envolvendo pronome pleno, há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, com maior aceitação de correfêrencia local no grupo alvo - violação do Princípio B. No entanto, no segundo experimento, não houve diferença significativa entre os dois grupos. Concluímos, portanto, que, durante a aquisição, o gesto co-fala de loci-espacial é computado durante a construção da correferência pronominal, neutralizando leitura de correferência com antecedente local.[en] Researches in different languages show that children in acquisition have difficulties in establishing coreference with deictic pronouns, reflecting a possible delay in the acquisition of pragmatic principles that constraint pronominal reference (Chien and Wexler, 1990, 2009; Grolla, 2006). Recent research suggests that co-speech gestures can function as pragmatic reinforcement, reinforcing implicit aspects of meaning (Schlenker, 2018). In the present research, it is investigated whether, in the acquisition of Brazilian Portuguese, these gestures alleviate difficulties of pronominal coreference, violation of Principle B. Two experimental studies, truth value judgment tasks, were carried out with children (target group – 10 participants) and adults (control group – 10 participants). In both experiments, the experimental stimuli were composed of coordinated sentences, presented orally, with the target pronoun (null or full) in the second clause object position and two possible antecedents: one in the second clause subject position (local antecedent) and the other in the first clause object position (non-local antecedent). In the first experiment, there was no co-speech gesture, both pronouns and antecedents were presented orally only. In the second experiment, co-speech gestures (manual pointing for spatial location of the referent (spatial-loci) were added to pronouns and possible antecedents were accompanie. Obtained results indicate that: (a) in structural contexts involving null pronouns, there is no significant difference between target and control groups, both reject local coreference – without violating Principle B; (b) in structural contexts involving full pronouns, there was a significant difference between the target and control groups, with greater acceptance of local coreference in the target group - violation of Principle B. However, in the second experiment, there was no significant difference between the two groups. We conclude, therefore, that, during acquisition, the co-speech gestures of spatial-loci is computed in pronominal coreference, neutralizing readings with coreference with local antecedents.MAXWELLCILENE APARECIDA NUNES RODRIGUESCAMILA VASCONCELOS SAMPAIO2023-04-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=1https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=2http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62354porreponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIOinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-04-24T00:00:00Zoai:MAXWELL.puc-rio.br:62354Repositório InstitucionalPRIhttps://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/ibict.phpopendoar:5342023-04-24T00:00Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
dc.title.none.fl_str_mv [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
[en] PARALINGUISTIC GESTURE AS PRAGMATIC REINFORCEMENT IN PRONOUN ACQUISITION
title [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
spellingShingle [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
CAMILA VASCONCELOS SAMPAIO
[pt] PRONOMES DEITICOS
[pt] GESTOS PARALINGUISTICOS
[pt] AQUISICAO
[en] DEICTIC PRONOUNS
[en] PARALINGUISTIC GESTURES
[en] ACQUISITION
title_short [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
title_full [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
title_fullStr [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
title_full_unstemmed [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
title_sort [pt] O GESTO PARALINGUÍSTICO COMO REFORÇO PRAGMÁTICO NA AQUISIÇÃO DE PRONOMES
author CAMILA VASCONCELOS SAMPAIO
author_facet CAMILA VASCONCELOS SAMPAIO
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv CILENE APARECIDA NUNES RODRIGUES
dc.contributor.author.fl_str_mv CAMILA VASCONCELOS SAMPAIO
dc.subject.por.fl_str_mv [pt] PRONOMES DEITICOS
[pt] GESTOS PARALINGUISTICOS
[pt] AQUISICAO
[en] DEICTIC PRONOUNS
[en] PARALINGUISTIC GESTURES
[en] ACQUISITION
topic [pt] PRONOMES DEITICOS
[pt] GESTOS PARALINGUISTICOS
[pt] AQUISICAO
[en] DEICTIC PRONOUNS
[en] PARALINGUISTIC GESTURES
[en] ACQUISITION
description [pt] Investigações, em diferentes línguas, demonstram que crianças em aquisição apresentam dificuldades no estabelecimento de correferência com pronomes dêiticos, refletindo possível atraso na aquisição de princípios da pragmática que regulam referência pronominal (Chien e Wexler, 1990, 2009; Grolla, 2005). Pesquisas recentes sugerem que gestos paralinguísticos (ie., gesto co-fala) podem funcionar como reforço pragmático, realçando aspectos implícitos do significado (Schlenker, 2018). Na presente pesquisa, investiga-se se, na aquisição do português brasileiro, gestos co-fala aliviam dificuldades de correferência pronominal, com violação de Principio B. Foram realizados dois estudos experimentais de julgamento de valor de verdade com crianças em processo de aquisição (grupo alvo – 10 participantes) e adultos(grupo controle – 10 participantes). Os estímulos experimentais foram compostos por sentenças coordenadas, apresentadas oralmente, com pronome (nulo ou pleno) na posição de objeto da segunda oração e dois possíveis antecedentes: um na posição de sujeito da segunda oração (antecedente local) e outro na posição de objeto da primeira oração (antecedente não-local). No primeiro experimento, não houve acoplagem de gesto, tanto pronomes quanto antecedentes foram apresentados sem acompanhamento de gesto. No segundo experimento, manipulou-se acoplagem de gesto, os pronomes e possíveis antecedentes foram acompanhados de apontamento manual para localização-espacial do referente (loci-espacial). Os resultados obtidos indicam que: (a) em contextos estruturais envolvendo pronome nulo, não há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, ambos rejeitam correfêrencia local – sem violação do Princípio B; (b) em contextos estruturais envolvendo pronome pleno, há diferença significativa entre os grupos alvo e controle, com maior aceitação de correfêrencia local no grupo alvo - violação do Princípio B. No entanto, no segundo experimento, não houve diferença significativa entre os dois grupos. Concluímos, portanto, que, durante a aquisição, o gesto co-fala de loci-espacial é computado durante a construção da correferência pronominal, neutralizando leitura de correferência com antecedente local.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-04-24
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62354
url https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=1
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=62354&idi=2
http://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.62354
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
publisher.none.fl_str_mv MAXWELL
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron:PUC_RIO
instname_str Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
collection Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell)
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da PUC-RIO (Projeto Maxwell) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1821790196028407808