Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dupas,Gilberto
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Contexto Internacional
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292003000200002
Resumo: A situação atual do poderio global dos Estados Unidos cristaliza um brutal desequilíbrio de forças. Porém, essa imensa concentração de poder não significa - nem garante - um exercício permanente de dominação. Até porque uma nação se mantém hegemônica enquanto, ao conduzir o sistema de nações a uma direção desejada por ela, consegue ser percebida como buscando o interesse geral e favorecendo a governabilidade mundial. A idéia de uma nova ordem mundial mais estável a partir de Bretton Woods foi rapidamente sepultada pela crueza de um mercado regido por capitais voláteis e submetido a grandes instabilidades. Apesar da pujança do sistema capitalista, a afirmação da supremacia dos mercados gerou uma onda de crises que varreu as três últimas décadas do século passado e permanece até hoje. A fragmentação das cadeias produtivas globais e a expansão mundial do comércio acabaram permitindo aos grandes países da periferia uma maior participação no mercado mundial. No entanto, com raras exceções, os termos de intercâmbio continuaram favoráveis aos países centrais e os desequilíbrios cresceram. Cabe a esses países - em especial aos Estados Unidos, como principal condutor das políticas globais - encarar a urgência de uma nova ordem mundial que inclua, fundamentalmente, medidas efetivas para a redução do seu protecionismo agrícola e industrial, regulação dos fluxos financeiros voláteis e apoio a estratégias que permitam aos grandes países da periferia incorporarem valor às suas produções locais. Já estes últimos, não devem alimentar exageradas esperanças na globalização, colocando-a apenas como uma importante perspectiva e não como o centro de suas políticas. Para isso, é necessário reconstruir o conceito de Estado nacional capaz do exercício maduro de sua soberania, informada simultaneamente por uma nova noção de identidade e pelas circunstâncias do mercado global.
id PUC_RIO-22_c99d87f269ab3211283722f3ebde93c1
oai_identifier_str oai:scielo:S0102-85292003000200002
network_acronym_str PUC_RIO-22
network_name_str Contexto Internacional
repository_id_str
spelling Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferiaHegemoniaGovernabilidadeOrdem MundialCapitalismoA situação atual do poderio global dos Estados Unidos cristaliza um brutal desequilíbrio de forças. Porém, essa imensa concentração de poder não significa - nem garante - um exercício permanente de dominação. Até porque uma nação se mantém hegemônica enquanto, ao conduzir o sistema de nações a uma direção desejada por ela, consegue ser percebida como buscando o interesse geral e favorecendo a governabilidade mundial. A idéia de uma nova ordem mundial mais estável a partir de Bretton Woods foi rapidamente sepultada pela crueza de um mercado regido por capitais voláteis e submetido a grandes instabilidades. Apesar da pujança do sistema capitalista, a afirmação da supremacia dos mercados gerou uma onda de crises que varreu as três últimas décadas do século passado e permanece até hoje. A fragmentação das cadeias produtivas globais e a expansão mundial do comércio acabaram permitindo aos grandes países da periferia uma maior participação no mercado mundial. No entanto, com raras exceções, os termos de intercâmbio continuaram favoráveis aos países centrais e os desequilíbrios cresceram. Cabe a esses países - em especial aos Estados Unidos, como principal condutor das políticas globais - encarar a urgência de uma nova ordem mundial que inclua, fundamentalmente, medidas efetivas para a redução do seu protecionismo agrícola e industrial, regulação dos fluxos financeiros voláteis e apoio a estratégias que permitam aos grandes países da periferia incorporarem valor às suas produções locais. Já estes últimos, não devem alimentar exageradas esperanças na globalização, colocando-a apenas como uma importante perspectiva e não como o centro de suas políticas. Para isso, é necessário reconstruir o conceito de Estado nacional capaz do exercício maduro de sua soberania, informada simultaneamente por uma nova noção de identidade e pelas circunstâncias do mercado global.Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais2003-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292003000200002Contexto Internacional v.25 n.2 2003reponame:Contexto Internacionalinstname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)instacron:PUC_RIO10.1590/S0102-85292003000200002info:eu-repo/semantics/openAccessDupas,Gilbertopor2010-09-27T00:00:00Zoai:scielo:S0102-85292003000200002Revistahttp://contextointernacional.iri.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=homePUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpcintjournal@puc-rio.br||contextointernacional@puc-rio.br1982-02400102-8529opendoar:2010-09-27T00:00Contexto Internacional - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)false
dc.title.none.fl_str_mv Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
title Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
spellingShingle Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
Dupas,Gilberto
Hegemonia
Governabilidade
Ordem Mundial
Capitalismo
title_short Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
title_full Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
title_fullStr Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
title_full_unstemmed Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
title_sort Hegemonia norte-americana, governabilidade global e impasses nos grandes países da periferia
author Dupas,Gilberto
author_facet Dupas,Gilberto
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Dupas,Gilberto
dc.subject.por.fl_str_mv Hegemonia
Governabilidade
Ordem Mundial
Capitalismo
topic Hegemonia
Governabilidade
Ordem Mundial
Capitalismo
description A situação atual do poderio global dos Estados Unidos cristaliza um brutal desequilíbrio de forças. Porém, essa imensa concentração de poder não significa - nem garante - um exercício permanente de dominação. Até porque uma nação se mantém hegemônica enquanto, ao conduzir o sistema de nações a uma direção desejada por ela, consegue ser percebida como buscando o interesse geral e favorecendo a governabilidade mundial. A idéia de uma nova ordem mundial mais estável a partir de Bretton Woods foi rapidamente sepultada pela crueza de um mercado regido por capitais voláteis e submetido a grandes instabilidades. Apesar da pujança do sistema capitalista, a afirmação da supremacia dos mercados gerou uma onda de crises que varreu as três últimas décadas do século passado e permanece até hoje. A fragmentação das cadeias produtivas globais e a expansão mundial do comércio acabaram permitindo aos grandes países da periferia uma maior participação no mercado mundial. No entanto, com raras exceções, os termos de intercâmbio continuaram favoráveis aos países centrais e os desequilíbrios cresceram. Cabe a esses países - em especial aos Estados Unidos, como principal condutor das políticas globais - encarar a urgência de uma nova ordem mundial que inclua, fundamentalmente, medidas efetivas para a redução do seu protecionismo agrícola e industrial, regulação dos fluxos financeiros voláteis e apoio a estratégias que permitam aos grandes países da periferia incorporarem valor às suas produções locais. Já estes últimos, não devem alimentar exageradas esperanças na globalização, colocando-a apenas como uma importante perspectiva e não como o centro de suas políticas. Para isso, é necessário reconstruir o conceito de Estado nacional capaz do exercício maduro de sua soberania, informada simultaneamente por uma nova noção de identidade e pelas circunstâncias do mercado global.
publishDate 2003
dc.date.none.fl_str_mv 2003-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292003000200002
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-85292003000200002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0102-85292003000200002
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais
publisher.none.fl_str_mv Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Instituto de Relações Internacionais
dc.source.none.fl_str_mv Contexto Internacional v.25 n.2 2003
reponame:Contexto Internacional
instname:Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron:PUC_RIO
instname_str Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Contexto Internacional
collection Contexto Internacional
repository.name.fl_str_mv Contexto Internacional - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO)
repository.mail.fl_str_mv cintjournal@puc-rio.br||contextointernacional@puc-rio.br
_version_ 1752127871508283392