AUTORIDADE E TRANSFERÊNCIA: NOTAS SOBRE O CASTELO BRANCO, DE O. PAMUK

• Autor(a) principal: Rabêlo,Fabiano Chagas
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: Martins,Osvaldo Costa, Martins,Karla Patrícia Holanda
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Psicologia em Estudo (Online)
• Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722019000100214
• topic: Ohram Pamuk; ciência; discurso do analista

RESUMO Esta é uma pesquisa bibliográfica, em formato de ensaio, que comenta o livro de O. Pamuk O castelo branco. A partir dele, busca-se esclarecer as condições históricas, culturais e epistêmicas de realização do discurso analítico, interrogando o uso da autoridade na técnica analítica em comparação com outras modalidades de laço social. As categorias de análise adotadas são as contribuições de Koyré sobre a construção do método científico moderno, as elaborações de Lacan sobre o sujeito da ciência, sua teoria dos discursos e os conceitos de transferência, estranho e narcisismo das pequenas diferenças. Salienta-se que o texto de Pamuk possui como centro a problematização do sentimento do estranho entre dois sósias em uma relação fortemente marcada pela distância cultural, a rivalidade e a admiração. Discute-se, em seguida, a participação do sujeito do inconsciente no ato de conhecer e a influência do narcisismo na produção de obstáculos no campo do saber. Salienta-se que, ao não intervir por meio de seus próprios significantes e Ideal de Eu, o psicanalista evidencia a relação do sujeito com seus significantes mestres e seu objeto causa do desejo. A psicanálise vem demostrar por essa via que a injunção social de se colocar no lugar do outro é atravessada pelas contradições do narcisismo das pequenas diferenças. Ao final, indaga-se por meio do sentimento do estranho como móbil da segregação e da violência o que há do outro em mim que eu rejeito.