ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Musatti-Braga,Ana Paula
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Rosa,Miriam Debieux
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia em Estudo (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722018000100309
Resumo: RESUMO. Este artigo pretende abordar alguns desdobramentos de um dispositivo de intervenção clínico-político em uma escola municipal de São Paulo. Utilizando um Grupo de Conversas com adolescentes foi possível observar e escutar uma cena que se repetia à exaustão e a partir dela supor um não dito social sobre os estudantes, suas mães e suas configurações familiares. Seguindo as indicações de Freud, Lacan, Benjamin e Gagnebin, consideramos o não dito que paira sobre elas como um modo de o passado perdurar de maneira não reconciliada no presente, acarretando uma contiguidade social e simbólica da mucama até as mulheres negras de hoje. O imaginário social sobre estas mulheres aponta para uma concepção de servidão e de corpo à disposição que, apesar de tantas mudanças históricas e conquistas femininas, ainda permanece e se transmite nos subterrâneos da nossa cultura. Recolocar tanto as falas e os atos dos estudantes, como os de suas mães, como prenhez de sentido e inscritos numa rede discursiva política e libidinal, nos permite reencontrar a potência e a capacidade de resistir desses sujeitos. Torna-se fundamental discernir o que é o sujeito colocado no lugar de resto no discurso social e o que é uma subjetivação da falta, pois enquanto esta última é o que promove o desejo, a primeira, é o que violenta e silencia o sujeito.
id PUC_RIO-24_a119b75fbbf69c26d819cb03b87a313c
oai_identifier_str oai:scielo:S1413-73722018000100309
network_acronym_str PUC_RIO-24
network_name_str Psicologia em Estudo (Online)
repository_id_str
spelling ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLARPsicanálise e políticaracismoescolaRESUMO. Este artigo pretende abordar alguns desdobramentos de um dispositivo de intervenção clínico-político em uma escola municipal de São Paulo. Utilizando um Grupo de Conversas com adolescentes foi possível observar e escutar uma cena que se repetia à exaustão e a partir dela supor um não dito social sobre os estudantes, suas mães e suas configurações familiares. Seguindo as indicações de Freud, Lacan, Benjamin e Gagnebin, consideramos o não dito que paira sobre elas como um modo de o passado perdurar de maneira não reconciliada no presente, acarretando uma contiguidade social e simbólica da mucama até as mulheres negras de hoje. O imaginário social sobre estas mulheres aponta para uma concepção de servidão e de corpo à disposição que, apesar de tantas mudanças históricas e conquistas femininas, ainda permanece e se transmite nos subterrâneos da nossa cultura. Recolocar tanto as falas e os atos dos estudantes, como os de suas mães, como prenhez de sentido e inscritos numa rede discursiva política e libidinal, nos permite reencontrar a potência e a capacidade de resistir desses sujeitos. Torna-se fundamental discernir o que é o sujeito colocado no lugar de resto no discurso social e o que é uma subjetivação da falta, pois enquanto esta última é o que promove o desejo, a primeira, é o que violenta e silencia o sujeito.Universidade Estadual de Maringá2018-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722018000100309Psicologia em Estudo v.23 2018reponame:Psicologia em Estudo (Online)instname:Universidade Estadual de Maringá (UEM)instacron:PUC_RIO10.4025/psicolestud.v23.e37502info:eu-repo/semantics/openAccessMusatti-Braga,Ana PaulaRosa,Miriam Debieuxpor2020-03-09T00:00:00Zoai:scielo:S1413-73722018000100309Revistahttps://www.scielo.br/j/pe/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevpsi@uem.br1807-03291413-7372opendoar:2020-03-09T00:00Psicologia em Estudo (Online) - Universidade Estadual de Maringá (UEM)false
dc.title.none.fl_str_mv ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
title ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
spellingShingle ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
Musatti-Braga,Ana Paula
Psicanálise e política
racismo
escola
title_short ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
title_full ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
title_fullStr ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
title_full_unstemmed ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
title_sort ESCUTANDO OS SUBTERRÂNEOS DA CULTURA: RACISMO E SUSPEIÇÃO EM UMA COMUNIDADE ESCOLAR
author Musatti-Braga,Ana Paula
author_facet Musatti-Braga,Ana Paula
Rosa,Miriam Debieux
author_role author
author2 Rosa,Miriam Debieux
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Musatti-Braga,Ana Paula
Rosa,Miriam Debieux
dc.subject.por.fl_str_mv Psicanálise e política
racismo
escola
topic Psicanálise e política
racismo
escola
description RESUMO. Este artigo pretende abordar alguns desdobramentos de um dispositivo de intervenção clínico-político em uma escola municipal de São Paulo. Utilizando um Grupo de Conversas com adolescentes foi possível observar e escutar uma cena que se repetia à exaustão e a partir dela supor um não dito social sobre os estudantes, suas mães e suas configurações familiares. Seguindo as indicações de Freud, Lacan, Benjamin e Gagnebin, consideramos o não dito que paira sobre elas como um modo de o passado perdurar de maneira não reconciliada no presente, acarretando uma contiguidade social e simbólica da mucama até as mulheres negras de hoje. O imaginário social sobre estas mulheres aponta para uma concepção de servidão e de corpo à disposição que, apesar de tantas mudanças históricas e conquistas femininas, ainda permanece e se transmite nos subterrâneos da nossa cultura. Recolocar tanto as falas e os atos dos estudantes, como os de suas mães, como prenhez de sentido e inscritos numa rede discursiva política e libidinal, nos permite reencontrar a potência e a capacidade de resistir desses sujeitos. Torna-se fundamental discernir o que é o sujeito colocado no lugar de resto no discurso social e o que é uma subjetivação da falta, pois enquanto esta última é o que promove o desejo, a primeira, é o que violenta e silencia o sujeito.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722018000100309
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722018000100309
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.4025/psicolestud.v23.e37502
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Maringá
publisher.none.fl_str_mv Universidade Estadual de Maringá
dc.source.none.fl_str_mv Psicologia em Estudo v.23 2018
reponame:Psicologia em Estudo (Online)
instname:Universidade Estadual de Maringá (UEM)
instacron:PUC_RIO
instname_str Universidade Estadual de Maringá (UEM)
instacron_str PUC_RIO
institution PUC_RIO
reponame_str Psicologia em Estudo (Online)
collection Psicologia em Estudo (Online)
repository.name.fl_str_mv Psicologia em Estudo (Online) - Universidade Estadual de Maringá (UEM)
repository.mail.fl_str_mv revpsi@uem.br
_version_ 1752127906449981440