Da soberba à humildade: o Auto da sibila Cassandra, de Gil Vicente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nepomuceno, Luís André
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Navegações (Online)
Texto Completo: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/navegacoes/article/view/22111
Resumo: Gil Vicente escreveu boa parte de seu teatro devocional a partir do “ciclo da natividade”, disseminado pelas moralidades e milagres típicos da dramaturgia medieval. Compondo uma face desse ciclo, o Auto da sibila Cassandra (ca. 1509-1513), a exemplo dos demais textos vicentinos desse período, termina com a cena do presépio como modelo máximo de humildade, antítese do “mundo às avessas” representado no primeiro quadro da peça. O presente artigo analisa os personagens centrais do auto, Cassandra e Salomão, como identidades de culturas distintas (a tradição clássica e o mundo do Antigo Testamento), ambas imbuídas da soberba que caracteriza o pecado de Lúcifer, porém levadas ao reconhecimento do erro, bem como à piedade e à adoração que movem o ciclo da natividade do teatro medieval. Uma breve análise histórica sobre o pecado do orgulho, fundamentada sobretudo em Agostinho e Tomás de Aquino, sustenta o entendimento da ação composta por Gil Vicente.********************************************************************From proudness to humbleness: Gil Vicente’s Auto da sibila CassandraAbstract: Gil Vicente wrote a good part of his devotional theater considering the “cycle of nativity”, disseminated by the miracle and morality plays typical of medieval drama. Composing a part of this cycle, the Auto da sibila Cassandra (ca. 1509-1513), together with other vicentine texts of this period, ends with the nativity scene as the greatest model of humility, antithesis of the topsy-turvy world represented in the first frame of the play. The present paper analyzes the central characters of the auto, Cassandra and Salomon, as identities of different cultures (the classical tradition and the Old Testament world), both imbued with the pride that characterizes Lucifer’s sin, however taken to the acknowledgment of their fault, as well as to the piety and adoration that move the cycle of nativity of medieval drama. A brief historical analysis about the sin of pride, founded especially on Augustine and Thomas Aquinas, sustains the understanding of this action composed by Gil Vicente.Keywords: Portuguese theater; morality plays; capital sins; Scholastics.
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