Como cuidar da dor de quem fica: um estudo sobre as possíveis práticas de posvenção para mães enlutadas pelo suicídio de seus filhos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: D'Amore, Veronica Bagnoli
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/41902
Resumo: O luto materno após a morte de um filho levanta questionamentos acerca da identidade das mulheres que são atravessadas por esta dor; não existe na língua brasileira um termo para definir uma mulher que perde seu filho. O luto materno após o suicídio de um filho, é tangenciado principalmente pelas sensações de vergonha, culpa e especulações acerca do que poderia ter sido feito de modo a evitar essa morte, sendo grande o risco de que estas mulheres venham a suicidar-se. Assim, o presente trabalho busca compreender o processo de luto enfrentado pelas mães de pessoas que cometeram suicídio e, desta forma, entender como é possível realizar intervenções terapêuticas de posvenção, com enfoque em grupos de apoio, que acolham as mulheres e as auxiliem a navegar seu enlutamento, buscando entender quais as melhores maneiras de realizar este cuidado. Para tanto, este trabalho foi realizado por meio do método de pesquisa qualitativa, que se valeu de entrevistas semi-dirigidas com profissionais da psicologia que realizam atendimentos de posvenção em grupo e individuais às mulheres em sofrimento. A análise das entrevistas foi feita a partir da técnica de Análise Temática de Conteúdo. Compreendeu-se que o processo de luto materno é atravessado pelas questões inerentes ao papel social, cultural e religioso atribuídos à mulher e mãe na sociedade contemporânea ocidental, não sendo assim possível exercer o cuidado da posvenção sem reconhecer e abordar tais questões. Ainda, observou-se que os grupos de apoio são buscados com especial interesse pelas mães enlutadas, mas, é aconselhado pelos profissionais que atuam na posvenção o acompanhamento individual de maneira complementar, dado que ambas formas de intervenção não se excluem. Por fim, há de se compreender que o luto não é uma doença e para que o processo seja transformador, não é mandatório estar em psicoterapia
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