Perdas e luto: uma análise psicanalítica do filme Divertida mente

• Autor(a) principal: Pereira, Rafaela Parga Martins
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28135
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Luto; Psicanálise; Psicologia; Cinema

Neste trabalho, investigou-se o luto como processo normal e necessário para a elaboração das sucessivas perdas reais e simbólicas que as pessoas enfrentam durante a vida. O marco teórico foi o conceito de luto formulado pela psicanalista Melanie Klein. De acordo com Melanie Klein, desde a infância ocorrem muitos lutos, pois se enfrenta diversas situações de perda; e há uma intima ligação entre o teste de realidade no luto normal e os processos arcaicos da mente, ou seja, o processo de luto arcaico pelo qual a criança passa é revivido sempre que há uma perda na vida ulterior. Para trabalhar este tema, o objeto escolhido foi o filme Divertida Mente, de Pete Docter. O objetivo deste trabalho foi: compreender o processo de luto no filme Divertida Mente (2015) à luz da teoria de Melanie Klein. Para atingir o objetivo foi realizado uma breve revisão bibliográfica sobre o luto e apresentado a teoria kleiniana para mostrar como essa autora vê o luto. A partir disso, o filme foi visto e analisado à luz dessa teoria. Considerando-se que para Melanie Klein atravessar os lutos da infância e os outros lutos no restante da vida é necessário estabelecer objetos bons internos na infância, ou seja, uma internalização pacífica e harmoniosa dos pais. Buscou-se analisar o luto vivido pela personagem Riley a partir das perdas que sofre decorrentes da mudança de sua cidade natal: a casa, a escola, os amigos e o time de hóquei. A partir da análise do filme foi possível compreender como funcionou o aparelho psíquico dela frente ao luto: a dor de entrar em contato com o passado e o que precisa ser deixado para trás, a metabolização dessa dor e a reconstrução para abrir-se para o novo e para a vida continuar. Assim, pode-se compreender que no luto há uma reativação da posição depressiva arcaica, e que o luto é um processo de aprofundamento da relação do sujeito com seus objetos internos e um processo de reconstrução psíquica diante da perda. Através do filme também foi possível observar que o atravessamento do luto produz um sentimento de renovação e o reinvestimento no mundo