Por uma clínica: racializada relações raciais e psicologia clínica - uma análise da branquitude a partir do materialismo histórico-dialético

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Júlia Pagano
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/39976
Resumo: Racism, as a system of domination-exploitation-oppression intrinsic to capitalism, makes people sick and produces suffering. Psychology, therefore, has been called upon to deal with this issue, in the dimension that belongs to it, the subjectivity. In the area of Clinical Psychology, a movement to think about racism is incipient, aiming to build a Clinical Psychology aligned with anti-racism. However, we are faced with historical contradictions present in the field of Race Relationships and Clinical Psychology. Among them, one issue seems fundamental: whiteness. Based on this, the present research is characterized as a theoretical-exploratory study analyzing the relationship between Clinical Psychology and whiteness, based on Historical-Dialectical Materialism (Marx and Engels) and Social-Historical Psychology (Vygotsky). In general, the purpose of the research is to face racism within Clinical Psychology, more specifically, contributing to the construction of a clinical reasoning within a racialized clinic and to the construction of an anti-racist Clinical Psychology. To this end, we discuss the categories of race and racism from Historical-Dialectical Materialism; we review the literature on the category of whiteness and articulate it with Social-Historical Psychology; we criticize Psychology as a science and profession, denaturalizing both the subject of Psychology and who builds Psychology in Brazil; and, finally, we understand the contradictions and challenges for the construction of a racialized Clinical Psychology. We conclude that the hegemonic notion of health, the basis of Psychology, is based on whiteness; that whiteness is a system that forms human beings from alienation, while whiteness is an alienated subjectivity, product of this system; and, therefore, as long as whiteness mediates the subjective constitution of white people, it will always be alienated. We point out that the mechanisms of whiteness precludes qualified clinical listening and emphasize that it is not only about the clinical management itself, but Clinical Psychology as an institution constituted by whiteness. Likewise, whiteness is not about race itself, but about a logic, a structure, a system - and its confrontation implies the construction of new forms of sociability, which break with capitalism, racism and white supremacy
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In the area of Clinical Psychology, a movement to think about racism is incipient, aiming to build a Clinical Psychology aligned with anti-racism. However, we are faced with historical contradictions present in the field of Race Relationships and Clinical Psychology. Among them, one issue seems fundamental: whiteness. Based on this, the present research is characterized as a theoretical-exploratory study analyzing the relationship between Clinical Psychology and whiteness, based on Historical-Dialectical Materialism (Marx and Engels) and Social-Historical Psychology (Vygotsky). In general, the purpose of the research is to face racism within Clinical Psychology, more specifically, contributing to the construction of a clinical reasoning within a racialized clinic and to the construction of an anti-racist Clinical Psychology. To this end, we discuss the categories of race and racism from Historical-Dialectical Materialism; we review the literature on the category of whiteness and articulate it with Social-Historical Psychology; we criticize Psychology as a science and profession, denaturalizing both the subject of Psychology and who builds Psychology in Brazil; and, finally, we understand the contradictions and challenges for the construction of a racialized Clinical Psychology. We conclude that the hegemonic notion of health, the basis of Psychology, is based on whiteness; that whiteness is a system that forms human beings from alienation, while whiteness is an alienated subjectivity, product of this system; and, therefore, as long as whiteness mediates the subjective constitution of white people, it will always be alienated. We point out that the mechanisms of whiteness precludes qualified clinical listening and emphasize that it is not only about the clinical management itself, but Clinical Psychology as an institution constituted by whiteness. Likewise, whiteness is not about race itself, but about a logic, a structure, a system - and its confrontation implies the construction of new forms of sociability, which break with capitalism, racism and white supremacyO racismo, enquanto um sistema de dominação-exploração-opressão intrínseco ao capitalismo, adoece e produz sofrimento. A Psicologia, portanto, vem sendo convocada a se haver com essa questão, na dimensão que lhe cabe, a da subjetividade. Na área da Psicologia Clínica, é incipiente um movimento para pensar o racismo, visando construir uma Psicologia Clínica alinhada ao antirracismo. No entanto, nos deparamos com contradições históricas presentes no campo das Relações Raciais e da Psicologia Clínica. Dentre elas, uma questão parece fundamental: a branquitude. A partir disso, a presente pesquisa caracteriza-se como um estudo teórico-exploratório analisando a relação entre Psicologia Clínica e branquitude, a partir do Materialismo Histórico-Dialético (Marx e Engels) e da Psicologia Sócio-Histórica (Vygotsky). De forma geral, o intuito da pesquisa é enfrentar o racismo dentro da Psicologia Clínica, mais especificamente, contribuindo para com a construção de um raciocínio clínico dentro de uma clínica racializada e para a construção de uma Psicologia Clínica antirracista. Para tanto, discorremos sobre as categorias raça e racismo a partir do Materialismo Histórico-Dialético; revisamos a literatura acerca da categoria branquitude e a articulamos com a Psicologia Sócio-Histórica; criticamos a Psicologia enquanto ciência e profissão, desnaturalizando tanto o sujeito da Psicologia como quem constrói a Psicologia no Brasil; e, por fim, compreendemos quais as contradições e desafios para a construção de uma Psicologia Clínica racializada. Concluímos que a noção de saúde hegemônica, base da Psicologia, é pautada na branquitude; que a branquitude é um sistema que forma seres humanos a partir da alienação, ao mesmo tempo em que a branquitude é a subjetividade alienada, produto desse sistema; e, portanto, enquanto a branquitude for a mediação da constituição subjetiva das pessoas brancas, essa será sempre alienada. Apontamos que os mecanismos da branquitude impossibilitam uma escuta clínica qualificada e destacamos que não se trata apenas do manejo clínico em si, mas sim da Psicologia Clínica enquanto uma instituição constituída pela branquitude. Da mesma forma, branquitude não se trata da raça em si, mas, sim, de uma lógica, uma estrutura, um sistema - e seu enfrentamento implica a construção de novas formas de sociabilidade, que rompam com o capitalismo, o racismo e a supremacia brancaCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPESporPontifícia Universidade Católica de São PauloPrograma de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia ClínicaPUC-SPBrasilFaculdade de Ciências Humanas e da SaúdeCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIARacismoBranquitudePsicologia clínicaMaterialismo histórico-dialéticoRacismWhitenessClinical psychologyHistorical-dialectic materialismPor uma clínica: racializada relações raciais e psicologia clínica - uma análise da branquitude a partir do materialismo histórico-dialéticoFor a racialized clinic: racial relationships and clinical psychology - an analysis of whiteness from the perspective of historical-dialectic materialisminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPinstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPORIGINALJúlia Pagano Costa.pdfapplication/pdf849254https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/39976/1/J%c3%balia%20Pagano%20Costa.pdf96df288d9fca3c9c5d98e28497c811c9MD51TEXTJúlia Pagano Costa.pdf.txtJúlia Pagano Costa.pdf.txtExtracted texttext/plain362078https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/39976/2/J%c3%balia%20Pagano%20Costa.pdf.txtcb2a415fae5f09316bfe963eb801bc21MD52THUMBNAILJúlia Pagano Costa.pdf.jpgJúlia Pagano Costa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1277https://repositorio.pucsp.br/xmlui/bitstream/handle/39976/3/J%c3%balia%20Pagano%20Costa.pdf.jpg5c586216e47547c4530e2f9650082b91MD53handle/399762023-11-24 01:03:44.659oai:repositorio.pucsp.br:handle/39976Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://sapientia.pucsp.br/https://sapientia.pucsp.br/oai/requestbngkatende@pucsp.br||rapassi@pucsp.bropendoar:2023-11-24T04:03:44Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false
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