Adolescentes, não: responsáveis – uma compreensão fenomenológica acerca dos sentidos construídos no momento de saída do abrigo

• Autor(a) principal: Góes, Sophia Maggi de
• Data de Publicação: 2010
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/28907
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Abrigamento; Adolescência; Desligamento institucional; Fenomenologia

Durante muito tempo os abrigos foram reconhecidos como espaços de abandono, chegando a ser chamados de depósitos de crianças. A partir de 1990, entretanto, novas diretrizes, pautadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, passaram a orientar seu funcionamento, com o intuito de proteger e proporcionar maior bem estar às crianças e adolescentes abrigados. Em seu Artigo 2º, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que a medida de abrigo se aplique apenas à população que ainda não completou a maioridade. Entretanto, pesquisas verificaram a existência de maiores de idade vivendo em abrigos, e apontaram dificuldades e discordância de dirigentes em fazer cumprir essa determinação. Mas qual o sentido atribuído por adolescentes abrigados à perspectiva de desligamento da instituição? Na tentativa de compreender essa questão, a partir de um referencial fenomenológico, a presente pesquisa apresenta o modo como dois adolescentes vivenciavam a aproximação desse momento. O procedimento metodológico utilizado foi a entrevista reflexiva individual. A partir da transcrição das entrevistas, foi elaborado um processo de análise que pode ser sintetizado em três momentos: apresentação e compreensão dos focos de análise; elaboração de um texto descritivo/interpretativo que buscou desvelar o modo de ser de cada entrevistado; e elaboração de um texto analítico sobre o sentido que os adolescentes entrevistados atribuíam ao momento de desligamento do abrigo. Ao final, refletimos que a saída do abrigo iria impor aos adolescentes entrevistados responsabilidades comumente atribuídas a adultos. Essas atribuições, entretanto, já eram exercidas antes da aproximação da mudança, através do exercício da paternidade, ou do cuidado que um dos entrevistados empreendeu com seu irmão, desde muito novo